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[Review] Juntos, um terror visceral sobre codependência no amor

Por Victoria Hope

O que significa codependência no amor? Em "Juntos", um dos filmes de terror mais aclamados da temporada, a trama aborda temas como intimidade, dependência e perda da individualidade em um relacionamento que está prestes a ruir.

Estrelado por Dave Franco e Alison Brie, o longa acompanha um casal que, após dez anos de relacionamento, aparentemente não se gosta mais, ou pelo menos uma parte do casal não demonstra gostar tanto assim do outro. Eles até tem uma certa sintonia, mas algo se perdeu no meio do caminho e agora tanto Tim (Franco), quando Millie (Brie), terão que lutar por esse amor. 

Após uma discussão, o casal decide se isolare e ir para um lugar distante para tentarem se reconecctar, porém mal sabiam o que os aguardava naquela casa localizada em uma região para lá de remota. Coisas estranhas começam a acontecer desde o primeiro dia e após um grave acidente em um estranho poço próximo ao chalé, ambos deverão correr contra o tempo, antes que uma mudança permanente mude suas vidas para sempre.


Juntos / Foto: Diamond Films

Juntos utiliza efeitos visuais incríveis para criar uma experiência de horror corporal completa, ao mesmo tempo em que explora a dinâmica complexa do relacionamento entre o casal principal. Apesar da estranheza da situação o casal em até certos momentos tenta navegar essa 'nova intimidade', o que pode ser interpretado como uma metáfora para o desafio de se tornarem íntimos e a perda da individualidade que pode ocorrer em relacionamentos.

Tim age como um moleque, sem grandes ambições apesar de já estar em seus 35 anos, pois não sabe tomar nenhuma decisão sozinho, enquanto Millie é a responsável por sustentar ambos. A dinâmica por si só é muito diferente do que a sociedade espera e em alguns momentos, Tim até chega a se sentir 'emasculado' pela dinâmica, mas não toma nenhuma atitude para mudar sua realidade, nem mesmo busca por emprego já que aparentemente está confortável com sua situação.

Todo o terror corporal do longa é impecável, com efeitos ao nível "A Substância" e ao passo que a trama vai se aprofundando, coisas mais bizarras vão acontecendo. O conceito de estar fisicamente colado com o parceiro é algo extremamente assustador, mas o terror em si vai muito além dos corpos ou dos poucos jumpscares que o filme apresenta. Em alguns momentos, algumas cenas me lembraram de um curta intitulado "A Folded Ocean", que assisti há dois anos no Festival Sundance, mas as semelhanças logo se separam para dar espaço a uma história surpreendente, com um ato final que vai pegar toda a audiência desprevenida.

NOTA: 9/10

[Review] Os Caras Malvados 2

 

Por Victoria Hope

Eles estão de volta! Os Caras Malvados retornam para mais uma missão em um filme que consegue superar o precursor, com mais humor, cenas de ação eletrizantes e uma mensagem muito importante para todas as idades.

Em Os Caras Malvados 2, o público é reapresentado à ex gangue de criminosos animais, que agora estão batalhando por um emprego e reintegração na sociedade após suas prisões e logo no início, o tema é explorado com bastante seriedade, afinal, personagens como o Lobo, a Cobra e todos os outros tem uma péssima reputação.

Nesse meio tempo, enquanto todos da gangue buscam por emprego ou pelo meenos alguma chance, Cobra aparentemente se deu bem e mal passa tempo com todos os outros em seu pequeno apartamento, mas tudo muda quando uma série de crimes misteriosos começam a assolar a cidade e automaticamente toda a população se volta contra os Caras Malvados mais uma vez!


Os Caras Malvados 2 / Foto: Universal Pictures

O novo longa consegue ser mais hilário do que o primeiro, com muitas boas tiradas que vão agradar tanto ao público infantil quanto ao público adulto, além de cenas de ação muito bem elaboradas, que vez ou outra misturam diferentes técnicas de animação, como 2D e 3D, bem ao estilo Aranhaverso, outra animação que aliás, definitivamente mudou a indústria para sempre e tem influenciado diversos projetos como esse.

"Os Caras Malvados 2" acerta ao trazer um história simples e ao construir todos os personagens muito bem e até mesmo trazer mais profundidade para personagens mais secundários como a oficial Misty, a política Diane e o vilão Professor Marmelada.

Não é exagero dizer que o novo longa é uma das melhores animações do ano por enquanto e que ainda tem potencial para muitas sequências, afinal, a série de livros que inspirou a saga é bem ampla e o cliffhanger do segundo longa com certeza abre espaço para mais diálogos e mais aventuras entre os personagens, mas para muito além da trama, um dos detalhes mais admiráveis do filme é a mensagem após os letreiros finais, que defende com garras (e dentes) a indústria da animação, proibindo o uso de suas artes para treinamento de IA. Essa mensagem corajosa demonstra toda força do cinema de animação, que não cansa de surpreender e trazer histórias fora da curva feitas por mãos humanas.

NOTA: 9/10

Five Nights at Freddy's 2 | Sequência ganha novo trailer arrepiante

 

Por Victoria Hope

A Universal Pictures lança hoje o novo trailer do longa de terror “Five Nights at Freddy’s 2” (Five Nights at Freddy’s 2), aguardada sequência do filme baseado na bem-sucedida série de jogos de Scott Cawthon. No Brasil, o filme original de 2023 levou quase 3 milhões de espectadores aos cinemas. 

Produzido pela Blumhouse, o longa tem estreia marcada para 4 de dezembro nos cinemas brasileiros e traz de volta na direção a conceituada cineasta Emma Tammi, de “Five Nights at Freddy's - O Pesadelo Sem Fim” e “Terra Assombrada”. A produção é de Jason Blum, de “M3GAN”, e Scott Cawthon. 

Five Nights at Freddy’s 2” acompanha Mike Schmidt (Josh Hutcherson), que está passando por alguns problemas financeiros. O jovem encontra a solução para seus problemas ao ser contratado para trabalhar como o vigia noturno em um restaurante familiar tipicamente americano chamado Freddy Fazbear's Pizza, que está atualmente desativado. 

O longa tem distribuição da Universal Pictures e estará disponível nos cinemas em 4 de dezembro também em versões acessíveis.  Confira o trailer oficial abaixo:



Predador, Terras Selvagens | Novo trailer eletrizante já está disponível!

 

Por Victoria Hope

Prepare-se para vivenciar pura adrenalina com o novo trailer completo de "Predador: Terras Selvagens", da 20th Century Studios, o mais novo filme da icônica franquia! Dirigido por Dan Trachtenberg, o filme marca uma nova direção ousada para a saga dos predadores, onde pela primeira vez, um Predador e um Sintético irão trabalhar juntos antes que ambos se tornem caças.

O novo trailer de Predador: Terras Selvagens, o novo filme da franquia Predador, dirigido por Dan Trachtenberg (O Predador: A Caçada), já está disponível e a data de estreia já está marcada exclusivamente para os cinemas em 6 de novembro.

Estrelado por Elle Fanning e Dimitrius Schuster-Koloamatangi, Predador: Terras Selvagens se passa em um futuro distante, em um planeta remoto, onde um jovem predador (Schuster-Koloamatangi), banido por seu clã, encontra uma inesperada aliada em Thia (Fanning) e embarca em uma perigosa jornada em busca de um adversário à sua altura. O filme é dirigido por Dan Trachtenberg e produzido por John Davis, Dan Trachtenberg, Marc Toberoff, Ben Rosenblatt e Brent O’Connor.

Confira o trailer abaixo:


[Review] Quarteto Fantástico, Primeiros Passos

 

Por Victoria Hope

A espera acabou e a a primeira família da Marvel finalmente chega ao MCU em Quarteto Fantástico: Primeiros Passos, em um filme visualmente belíssimo, recheado de símbolos retrofuturistas trazendo uma bela homenagem à Jack Kirby, com diversos efeitos psicodélicos e que parecem ter sido retirados diretamente das páginas dos quadrinhos. 

Sem dúvida, Quarteto Fantástico: Primeiros Passos é um dos filmes mais aguardados do ano, principalmente entre os fãs apaixonados que desde a última instalação de 2015, ansiavam por uma versão nova e mais próxima às HQ.

Essas novas versões de Reed Richards (Pedro Pascal), Sue (Vanessa Kirby) e Johnny Storm (Joseph Quinn), e Ben Grimm (Ebon Moss-Bachrach) apresentam uma dinâmica diferente dessa família, sem grandes introduções, já que o filme não quer explicar novamente toda a origem de seus poderes, então logo de início o público já é apresentado ao fenômeno que 'Quarteto Fantástico' se tornou na América.

Quarteto Fantástico: Primeiros Passos / Marvel Studios

Visualmente, o filme é brilhante, apostando em cenários típicos da década de 60 com um ar retrofuturista que só Jack Kirby sabia traduzir bem na páginas dos quadrinhos, além da direção de fotografia que um show à parte, principalmente com a atenção aos detalhes, desde um figurino de um personagem utilizando terno que se assemelha aos clássicos da Brooks Brothers ao visual azul das aeromoças da Pan Am, mas é claro que nem só de visual é feito um filme e é a partir daí, principalmente em termos de desenvolvimento de alguns personagens, que começa o problema.

O diretor Matt Shakman consegue trazer vida à essa história com competência em alguns aspectos, mas algumas escolhas como o diálogo excessivamente expositivo dos personagens, bem como o foco em apenas alguns membros da família do quarteto, tornam o filme maçante em alguns momentos, além do fato de que personagens que precisariam ter mais destaque para um pimpacto maior, como Galactus e Surfista Prateada, apenas se tornam participações de luxo, curtíssimas, ao mesmo tempo em que personagens como Herbie e o bebê (Franklin), tem ótimos momentos mesmo nas poucas cenas em que aparecem. 

Apesar desses pequenos detalhes que atrapalham o desenvolvimento da história, personagens com destaque como Sue Richards (Vanessa Kirby), são extremamente bem-vindos e tornam esse projeto ainda mais especial. Quarteto Fantástico: Primeiros Passos, é um bom início para a nova fase da Marvel, mas isso nos faz pensar se realmente todo e qualquer novo título do MCU está aqui apenas para anunciar o 'próximo grande projeto' ou se realmente está aqui para contar novas histórias que os fãs adoram. 

NOTA: 8/10

[Review] Lições de Liberdade, uma emocionante história sobre resistência

 

Por Victoria Hope

Em Lições de Liberdade, longa inspirado em fatos reais, conta a história de um professor que, ao chegar na Argentina em 1976,  em meio a ditadura, encontra um país dividido e alunos rebeldes. A história se desenvolve com o resgate de um pinguim, que acaba se tornando sem querer um símbolo de esperança e aprendizado para o professor e seus alunos, ensinando lições profundas sobre amizade e liberdade e empatia.

Na trama, acompanhamos esse professor britânico já amargurado com a vida e que vive confortável em seu conformismo mesquinho, afinal, nas palavras do próprio, foi-se o tempo em que ele se via como um rapaz idealista e agora ele só quer "paz", mas esse sentimento tão frágil que ele nutre em seu interior ao poucos vai se quebrando conforme ele vê injustiças acontecendo naquele período tão sombrio. 

Os alunos não o levam a sério, tampouco o respeitam, porque acreditam que a disciplina é inútil, inclusive, alguns deles estão mais preocupados em brigar entre si do que prestar atenção nas aulas, mas o que esses adolescentes mal poderiam esperar é que suas vidas mudariam para sempre após a chegada desse professor.

Lições de Liberdade / Diamond Films

Steve Coogan, que vive aqui o professor de inglês dessa escola, entrega uma performance memorável, ainda que contida, mas o personagem em si pede muito por isso. Aos poucos, o público descobre diversos lados desse homem; o lado galanteador, que vai até o Uruguai e paquera diversas moças, o lado empático, quando lá mesmo, ele salva um pinguim que estava prestes a morrer e o lado apaixonado pelo mundo acadêmico, que vê seus olhos brilhando ao declamar diversos poemas clássicos.

A subversão de regras e a quebra de paradigmas é um dos temas centrais em Lições de Liberdade, pois não apenas vemos esse professor reaprendendo a resistir contra valores fascistas, como também vemos uma classe inteira de alunos aprendendo (com ajuda de um pinguim fofíssimo) muito mais do que uma disciplina, pois com esse professor e seu penguim "Juan", todos irão entender a importância de ouvir e ver o mundo com outros olhos.

Esse filme tinha tudo para ser só mais um longa que traz aquela sensação boa ao final; daqueles que as pessoas costumam chamar de "Sessão da Tarde", mas o que ocorre é o completo oposto, pois aqui, vemos um longa extremamente político, sensível e consciente de seu tempo. São essas histórias de resistência através da educação que realmente deveriam lotar os cinemas.

Nota: 8.5 /10