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[Coletiva] Ensel Elgort e Edgar Wright falam sobre Em Ritmo de Fuga




Por Victoria Hope


Astro e o diretor vieram ao Brasil para divulgar seu mais novo filme


Quem é fã de romances adolescentes com certeza reconhece o rosto de Ensel Elgort, conhecido por protagonizar o filme 'A Culpa é das Estrelas' e também por outros sucessos entre o público teen como a saga Divergente. 

Em São Paulo desde o final de semana para divulgar Em Ritmo de Fuga (Baby Driver), o ator e o diretor aproveitaram para curtir a cidade e visitar alguns dos principais pontos turísticos como o Beco do Batman, a praça da Sé, Liberdade, entre outros locais. 

Durante a coletiva que aconteceu no Grand Hyatt, o visionário diretor Edgar Wright, em companhia de Ensel, fizeram um bate papo com a imprensa, contando um pouco sobre o processo criativo do filme bem como todas as facetas da produção. 



Vale lembrar que Edgar já possuía o roteiro desse filme há mais de 20 anos e que finalmente pode concretizar essa ideia. O diretor contou que a melhor parte de trabalhar no filme, foi a escolha da trilha sonora, pois cresceu ouvindo rock e muita música com seus pais e isso apenas contribui para ser repertório e podemos ver muito disso no filme.

Ensel disse estar orgulhoso por ter feito grande parte dos stunts do filme, provando ser um ótimo motorista. Além disso, ele também contou que se identifica com o personagem, principalmente por estar ligado ao universo da música ( quando não está atuando, ele também é DJ).  O astro também confessou que foi incrível trabalhar com nomes como Jon Hann, Kevin Spacey e Jamie Foxx, mas disse que fangirlizou muito em trabalhar com o legendário baixista Flea.

Voltando ao tema da trilha sonora, Edgar disse que pensou em acrescentar Red Hot Chilli Peppers à trilha sonora e que trabalhar com músicas para dar ritmo ao filme foi uma das suas melhores escolhas.



Esse filme é um prato cheio para quem ama filmes relacionados à carro, música, rock principalmente e clássicos de perseguição como Blues Brothers ( Irmãos Cara de Pau). Ansel faz um ótimo trabalho interpretando o jovem  e calado motorista de fugas, que tem como missão ficar junto da garota que ele mais ama no mundo.

Durante a coletiva, nossa equipe perguntou ao diretor sobre o personagem baby e sobre sua presença silenciosa, porém forte no filme.

Amélie: "Queremos parabenizá-lo pela criação do personagem baby, pois apesar de quieto, podemos sentir tudo o que ele sente. É incrível assistir o filme através dos olhos do personagem.

Edgar:"Sim! Isso é algo que gosto muito de fazer em meus filmes. Você sempre irá ver o filme pelos olhos do Baby, nunca pelos olhos dos policiais ou da outra equipe, pois acredito que isso faz com que você realmente mergulhe dentro desse universo e sinta as mesmas coisas que o protagonista sente. Fico feliz em saber que consegui transmitir isso com Baby Driver."

Outro ponto interessante tratado pelo diretor foi o aspecto da produção, pois ele disse ser apaixonado por filmes de perseguição policial, filmes de escape, como Blues Brothers entre outros clássicos do cinema. Ele ainda reforça que encontrou inspiração nestes mesmos clássicos para a criação de todo o roteiro do filme, confirmando que iremos encontrar pequenas referências à esses filmes mais antigos.


Anotem aí: O filme estreia nessa Quinta, dia 27 de Julho, em todos os cinemas da Brasil ;) 

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COBERTURA SDCC 2017 | Day 3


Por Victoria Hope

Painéis da Marvel Studios e Warner/ DC competem no dia mais concorrido do evento


E chegamos ao terceiro dia de um dos eventos geek mais épicos do ano! Sábado sempre é o dia mais concorrido do evento, pois é conhecido por trazer os painéis dos dois maiores estúdios de produção de universos cinemáticos dos heróis, sendo estes Marvel e DC.

O dia também contou com diversas celebridades andando pelos corredores, sessão de autógrafos com o elenco de Inumanos, que esbanjou simpatia, apesar do feedback negativo do público quando ao novo trailer e também contou com um painel de 'Mulheres que Chutam Traseiros' com as veterenas baddasses Charlize Theron e Sigourney Weaver.


Figurino original de Marvel's Defenders

Você conhece essa figura? É um cosplayer de Bob Ross, um famoso pintor americano dos anos 70

David Tennant distribuindo autógrafos no booth de DuckTales
Quem for pra SDCC poderá tirar fotos no cenário da casa de Joyce Byers


Charlize Theron no Painel 'Mulheres que Chutam Traseiros'

Se você adora representatividade feminina baddass, assim como a nosa equipe da Amélie, com certeza vai amar esse painel 'Mulheres que Chutam Traseiros', que contou com a presença de Charlize Theron e Sigourney Weaver. Juntas, elas falaram sobre a importância de representar não apenas mulheres fortes, mas mulheres com personalidade, mulheres que riem e choram. 

Também disseram não acreditar que em 2017 ainda precisemos pedir por mais representação, já que isso deveria ser norma e não um favor que a indústria faz  para nós mulheres. Charlize ainda deu uma dura na indústria e foi aplaudida de pé.


Painel da DC Comics com o elenco completo de Liga da Justiça

O painel da Warner / DC comics foi incrível! Jason Momoa dominou o evento, correndo com seu tridente de Aquaman, dizendo "O Rei chegou!'. A platéia foi a loucura com as piadas entre ele o o moderador Chris Hardwick.  Logo depois o restante do elenco chegou, incluindo Ezra Miller que apareceu no evento vestindo um cosplay de Edward Elric do FullMetal Alchemist.

Desde o começo, o elenco, principalmente Ezra reforçaram que o painel da DC era mais importante, dizendo algo do tipo 'Ué, mas existe outro painel hoje?" em uma clara alfinetada ao painel da Marvel que ainda estaria por vir. No geral, o elenco falou sobre como foi trabalhar junto, esquivaram a pergunta de uma garotinha, que queria saber da participação do Superman nesse filme e ainda exibiram o mais novo trailer de Liga Da Justiça.


Painel da Marvel com o elenco de Thor: Ragnarok
É claro que o painel da Marvel aconteceu logo após o da DC, como de costume há anos de convenção. Para quem curte os trabalhos de ambos os estúdios , o sábado foi realmente um dia cheio de prêmios. O elenco de Thor: Ragnarok foi extremamente simpático com os fãs, respondendo perguntas sobre a nova franquia e sobre como é trabalhar com cada um deles. 

Mark Ruffalo aproveitou o gancho de ter sem querer contado spoilers de Guerra Infinita e Thor na internet, pra fazer piadinhas no painel só que sem querer acabou soltando mais um spoiler sobre o Hulk no próprio painel e os visitantes caíram na gargalhada, com direito ao diretor falando 'Não era pra falar né, mas agora já foi'. 

O painel da Marvel trouxe muitas novidades também, entre elas, o anúncio do filme da Capitã Marvel e a confirmação de Brie Larson como a super heroína, além de novidades sobre Homem Formiga 2 e ao final, para a alegria de todos os fãs, o primeiro trailer exclusive de 'Vingadores: Guerra Infinita' em primeira mão! 


Elenco de Pantera Negra no Painel da Marvel

Michael B Jordan e Danai Gurira no painel de Pantera Negra

Esse foi um dos momentos mais esperados pela platéia: A participação do elenco de Pantera Negra pela primeira vez em uma Comic Con. Todos foram aplaudidos de pé, ovacionados e elogiados com gritos e frases de 'eu te amo' pelo público.

Chadwick Boseman disse que nesse filme, T'challa ainda está sofrendo com a morte de seu pai e que terá que decidir que tipo de rei será para Wakanda. Ryan Coogler, diretor do filme, disse que trazer Black Panther ao cinema foi muito importante, porque ele foi uma criança negra que amava todos os quadrinhos, mas sentia falta da representatividade negra e de se ver representado nos quadrinhos, foi aí que um dono de loja de gibis o apresentou ao Pantera Negra e sua vida mudou a partir daí.

Letitia Wright, que irá interpretar a irmã mais nova de T'challa, disse que pra ela é muito importante representar uma personagem negra tão poderosa e forte, alémde genial, pois ela é uma cientista. Logo em seguida Danai disse que ter treinado lutas antes com The Walking Dead ajudou em algumas sequências de ação do filme e que ela está feliz de representar uma mulher africana, pois ela é uma mulher africana e representar essas crianças da cidade dela é muito importante.

Daniel Kaluuya, conhecido por Black Mirror e o sucesso Get Out também foi aplaudido, principalmente quando o moderador do painel elogiou seu trabalho em Get Out.


Rainha baddass, Sigourney Weaver participou do Painel de Os defensores - Da Marvel
Painel de Marvel's Defenders

A plateia recebeu o elenco de Defenders com calorosos aplausos, principalmente para a veterana do cinema Sigourney Weaver. O diretor disse que criar Defensores foi uma das tarefas mais difíceis, porque todos os 3 principais personagens são muito diferentes e pertencem a atmosferas diferentes, mas ele garante que isso irá funcionar muito bem na série e que ele conseguiu misturar esses universos de forma coesa.

No painel, recebemos a confirmação de que teremos a segunda temporada de Jessica Jones, Luke Cage e Iron Fist (para choque até mesmo do próprio ator que não sabia da confirmação de sua série). O elenco falou um pouco sbre seus personagens e o que farão nessa temporada, porém não puderam contar muito da trama antes da estreia.

Sigourney disse ser uma grande fã de Daredevil e Jessica Jones muito antes de ser chamada, então ser convidada para ela, foi algo muito importante. Ela disse que é importante interpretar uma mulher tão complexa como a que ela irá interpretar na série.

Jon Bernthal, que interpreta Frank Castle também fez uma aparição surpresa ao final do painel, com direito a exibição exclusiva de uma cena de Punisher.

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Por hoje é só gente! Amanhã teremos o último dia da convenção e muitas novidades, além dos painéis de Doctor Who, com a despedida de Peter Capaldi e da série Dirk Gently!

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Cobertura SDCC 2017 | Day 2


Por Victoria Hope


E chegamos ao segundo dia de um dos eventos geeks mais épicos do mundo! A sexta feira contou com alguns dos painéis relacionados à televisão mais aguardados, como The Walking Dead, Westworld, The100, Steven Universe e Inumanos (Marvel).

Estátua da Harley  em sua versão clássica 
Uniformes originais de Thor: Ragnarok

Painel de Ducktales com David Tennant

Painel de Westworld
Fãs brasileiros podem se considerar privilegiados, pois alguns dos materiais de Westworld exibidos no painel já haviam sido apresentados em Dezembro do ano passado na anual CCXP (Comic Con Experience). O elenco foi ovacionado e contou um pouco sobre o que podemos esperar da segunda temporada, que logo chegará ao canao HBO aqui no Brasil.

Andrew Lincoln no painel de The Walking Dead
O painel de The Walking Dead foi um dos mais aguardados do dia, porém ainda havia um clima de melancolia no elenco, por conta da recente perda de um valioso membro do elenco, responsável pelos stunts da série. Houve um minuto de silêncio em memória ao ator falecido e logo depois o painel seguiu em frente com perguntas da platéia sobre a temporada anterior. O Ponto alto do painel foi a exibição do trailer exclusivo da 8ª temporada de The Walking Dead, onde podemos ver um Rick bem mais velho (com cabelo e barba branca). A próxima temporada, assim como as HQs dará um grande salto no tempo da história, desde a batalha contra Negan à chegada de outra comunidade.

A sessão de autógrafos com a equipe de Inumanos estava lotada

Uma das grandes surpresas da tarde foi a animação dos fãs para a sessão de autógrafos com o elenco de Inumanos, nova série original da Marvel. Dentro da Comic Con, fãs geeks se dizem apaixonados pelas Hqs, porém esse título não é muito o que chamamos de mainstream, como por exemplo, Capitão América. Após reviews um tanto quanto negativos sobre o trailer da série, resta esperar para saber se ela trará bons resultados. Vale lembrar que ontem o painel de novidades da Marvel mostrou o mais novo trailer da série.


John Barrowman é como um unicórnio da SDCC, seus painéis são sempre épicos!
 E se nós dissermos que John Barrowman apareceu de vestido de Tardis e sapatos vermelhos em seu painel da Comic Con? Todo ano, ele recebe fãs em um painel exclusivo para falar sobre Doctor Who, Firefly entre outros assuntos em vogue no universo geek. Com seu visual ele arrancou risadas, fez caras e bocas, subiu na mesa ao melhor estilo sereia e pousou para os fãs.


Gwendoline, a badass Brienne de Game of Thrones

Kristian Nairn, conhecido por representar o gigante Hodor
Isaac Hempstead-Wright que interpreta o jovem  Bran Stark

Isaac, Kristian e Gwendoline foram aplaudidos de pé junto à Alfie Allen do elenco de Game of Thrones durante o painel! Kristian principalmente foi aplaudido de pé e recebeu gritos de 'Hodor!' da platéia. Por conta da série mal ter começado com essa nova temporada, o elenco não poderia falar muito sobre o que viria a seguir, mas eles tentaram de toda as formas explicar como seria a jornada de seus personagens a partir de agora na série.

Kristian disse estar emocionado, pois não imaginava que Hodor seria um personagem tão querido na trama e mais uma vez foi aplaudido.

Rebecca Sugar, criadora da animação Steven Universe
Foram raros os painéis com tanta presença feminina quanto o de Steven Universe, que contou com as algumas dubladoras e toda a equipe de produção do desenho. Rebecca foi aplaudida pela platéia, contou um pouco sobre seu processo criativo e ao final, exibiu cenas inéditas e exclusivas dos próximos episódios de Steven, sendo uma das cenas o desaparecimento do Leão e a outra, a batalha entre as poderosas Diamonds, que brigam entre si, enquanto a personagem Lápis diz não querer fazer parte daquilo. 

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Bom galerinha, ficamos por aqui! Hora de descansar porque amanhã vai ser dia de Marvel e DC no evento, ou seja, o dia mais concorrido ;D Fiquem de olho nas nossas redes para saber mais novidades!

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Cobertura SDCC 2017 | American Horror Story - Revelado o tema da nova temporada


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Por Victoria Hope

Fãs da visionária antologia American Horror Story de Ryan Murphy já podem comemorar, pois essa semana foi lançado o tema do mais novo título da saga.  Na temporada anterior, conhecida como Roanoke, acompanhamos a história de um 'reality show' macabro que recebeu um final surpreendente.

Vale lembrar que a sexta temporada da série está concorrendo à  4 indicações do Emmy esse ano, incluindo  as categorias Penteado, Maquiagem e Edição de som. A série também contou com participações de grandes nomes como Cuba Gooding Jr, um dos atores favoritos de Ryan, que também protagonizou o premiado American Crime Story: People Vs OJ Simpson.

Essa nova temporada de American Crime recebe o nome de Cult e como esse título sugere, provavelmente o tema abordado serão os cultos. Talvez religiosos, talvez culto às celebridades e a fama (fato já abordado na série durante a fase Hotel).

No elenco, teremos Sarah Paulson, Evan Peters, Billie Lourd, Billy Eichner, Cheyenne Jackson, Alison Pill, Colton Haynes (Teen Wolf) e Adina Porter. O Palhaço Twisty também terá uma pequena participação nesta temporada, assim como a atriz convidada Lena Dunham (Girls).

First American Horror Story: Cult Preview Sends in the Clowns
Primeiro foto promocional assustadora de AHS: Cult

Participantes da Comic Con puderam receber em primeira mão durante o FXhibition, alguns teasers exclusivos da nova trama. Vemos palhaços, pessoas carecas e a ideia de culto de um indivíduo em comum. E aí? Vai arriscar descobrir qual será de fato o tema da nova temporada?

Fiquem ligados pois em breve teremos mais novidades sobre a série. Anote aí: Os episódios inéditos estreiam na Quarta, dia 6 de Setembro, às 22h no Canal FX.

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O adeus à Chester Bennington | Precisamos falar sobre depressão e saúde mental

20/07/2017

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  Por Victoria Hope


Começo esse texto com um certo peso no coração. Não irei falar aqui apenas como editora da Revista Amélie, mas também como fã da banda Linkin Park por mais de 14 anos. Muitos que não acompanhavam a trajetória da banda devem ter se perguntado sobre o que levou o vocalista à tal ato.

Antes de falar um pouco mais sobre o assunto, é importante ressaltar que a sociedade não menciona, nem discute questões de saúde mental e apesar de estarmos em 2017, o assunto ainda é considerado um grande tabu pela sociedade. Pessoas não tratam doenças da mente como um problema real, apesar de ele ser muito presente e afetar suas vítimas tanto fisicamente quanto psicologicamente.

É impossível não lembrar que a cada vez que uma celebridade falece, milhões de matérias, mensagens e posts inundam a internet, nem sempre entendendo de fato a gravidade desse problema.

Muitas pessoas estão condicionadas à pensar que depressão não é algo sério, que é só uma 'tristeza passageira' e é aí que começa o verdadeiro problema: a banalização de algo que pode ser tão fatal quanto doenças físicas e visíveis.

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Há quem diga que a depressão é um inimigo invisível e de certo modo, para a sociedade ele é completamente inexistente, porém, a complexidade da patologia vai muito além do que nos foi ensinado. Não há um modo ou outro de sofrer com a depressão, pois cada indivíduo lida com os sintomas de forma diferente.

Você provavelmente já ouviu essas frases toda vez que uma celebridade ou uma pessoa tira a própria vida:

"Ele(a) tinha dinheiro, família, carros, casas, fama, ! Não tinha motivos pra estar depressivo(a)" 

"Bom, ele (a) estava pedindo por isso. Esse é o preço da fama!"

"Claramente estava querendo chamar atenção! Isso é ridículo!"

"Isso é falta de religião! Se pessoa x acreditasse em algo, não passaria por isso!"


Neste momento percebemos o quanto o mundo errou e como pessoas desconhecem o que chamamos de empatia. A sociedade coloca não apenas celebridades, mas pessoas comuns também, em enormes pedestais, sendo que ao cometer um pequeno deslize, de ovelha, você se torna o lobo mais malvado da história.

Em algum momento, a sociedade regrediu e com ela, os pensamentos se tornaram cada vez mais obscuros e a humanidade foi sendo cada vez mais debilitada. Essas celebridades e pessoas comuns, vítimas da depressão se tornam objetos aos olhos da sociedade, que não podem sentir, nem demonstrar o que sentem, caso contrário, serão ignorados socialmente. Se a pessoa tem dinheiro então? Pior ainda, pois aparentemente, dinheiro compra saúde mental também. (no way).

Não se fala sobre saúde mental principalmente por conta de um dos maiores tabus que giram em torno do universo da depressão: o suicídio. Enquanto pessoas, familiares, namorados e amigos insistirem que a saúde mental das pessoas não é importante, menos vontade de tratamento as vítimas terão e consequentemente, isso pode levá-las a um final que de feliz não tem absolutamente nada.

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Pode parecer algo besta de se dizer, mas compreensão é a chave. A depressão é uma doença grave, que afeta áreas específicas do cérebro, áreas estas que auxiliam na motivação, no funcionamento correto dos órgãos, na intensidade ou falta da mesma nos batimentos cardíacos. Se não for tratada corretamente, com ajuda de um psicólogo ou psiquiatra, ela tende a piorar e isso traz consequências físicas e reais ao corpo dos indivíduos que sofrem da doença.

Compreensão e amor são as palavras-chave , mas se você acha que apenas isso já vai ajudar, está bem errado. Mencionando o caso de Chester novamente, recebemos a comprovação de que nem sempre o amor e compreensão serão suficientes para que haja uma cura, mas isso apenas reforça a importância do apoio da família na hora de encaminhar a pessoa depressiva à um tratamento adequado.Esse incentivo é extremamente importante. Ouvir pessoas com depressão também é importante, pois os sinais sempre estarão lá, para quem está de olhos abertos e ouvidos preparados.

Vale lembrar que não sou médica, nem psicóloga, porém, como alguém que sofre com isso há anos, é importante dizer que existem vários sinais de que uma pessoa está prestes a entrar em depressão e é essencial  notá-los para poder auxiliar.

Dizer que a depressão é só algo passageiro, não ajuda e dizer que é uma frescura é pior ainda e apenas contribui para que estado do individuo piore consideravelmente.

Volto a dizer, compreensão é a chave. Está na hora de entender que a depressão é uma doença séria e que precisa ser tratada com médicos especializados na saúde da mente e com medicamentos, caso o médico prescreva-os.

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Também é importante lembrar que ter um familiar,  um amigo, um filho, irmão, marido ou esposa depressivos não será fácil, pois terão dias em que a pessoa vai estar bem e em outros, vai estar mal, mas o importante é apoiá-los e nunca abandoná-los para o que der e vier, principalmente apoiá-los na busca por tratamento profissional.

É importante dizer que terminei esse artigo há uma semana atrás, mas ontem, lançaram uma entrevista onde o Chester disse exatamente sobre a depressão que estava passando e mencionou as mesmas coisas que eu havia mencionado anteriormente por aqui. A banda também escreveu uma belíssima carta ao cantor, relembrando que ele sempre cantou sobre seus demônios e que eles sabiam que a depressão dele viria com o pacote quando o chamaram. Isso demonstra que eles nunca o abandonaram de fato e que entenderam sua dor.


Vamos voltar a falar do Chester, que é na verdade o foco principal desse texto. Chester Bennington só tinha 41 anos de idade, porém sofria com a depressão há muitos anos. Para quem acompanhou a carreira do cantor junto à banda Linkin Park, sabe o quanto ele lutou para se estabilizar física e mentalmente.

O que irei demonstrar a seguir são alguns sinais muito importantes que ele tem enviado ao longo dos anos. Isso poderá ajudar até mesmo você a identificar caso algum conhecido ou familiar esteja passando por esse mesmo problema.

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Chester teve uma infância um tanto quanto conturbada por ter sido abusado sexualmente durante sua infância. O cantor sempre foi muito aberto quanto ao caso, ressaltando que esse foi um dos gatilhos que o fizeram entrar em depressão logo no início. Nem sempre a depressão surge a partir de um trauma, mas vários traumas podem desenvolver uma futura depressão no indivíduo.

Junte esse caso horrível com a tristeza de não se encaixar, pois ele pintava as unhas e o cabelo, o fato gostar de cantar música clássica, tudo isso em um corpo adolescente. Na época, isso serviu de pretexto para que as crianças praticassem bullying com ele. Provavelmente sua família não notou os sinais disso antes.

Prestem atenção em suas crianças, pais. Se elas relatam casos de bullying na escola ou se estão muito quietas, isso pode ser um sinal de que algo errado está acontecendo, seja compreensivo e tente ajudá-los.

Ao longo de toda sua carreira no Linkin Park, Chester sempre demonstrou uma enorme melancolia ao cantar suas músicas, principalmente na Era de Hybrid Theory, um dos primeiros álbuns da banda. Os clipes também não deixavam dúvidas de que as letras na verdade eram pequenos relatos da depressão de Chester, mas o mais triste é que muitos escutavam suas músicas, mas poucos o ouviram de fato, além dos fãs e amigos que se identificavam com os temas abordados.

Pessoalmente, fui uma das fãs que ligava Linkin Park no último volume quando estava me sentindo mal e a música deles amparava, me animava. Era como se alguém realmente me entendesse e é preciso dizer que Chester e Mike fizeram um ótimo trabalho na composição, pois se o vocalista transmitia seus sentimentos com sua voz, o rapper traduzia esses sentimentos em letras, arranjos e nos videoclipes.

Vamos analisar todos os clipes para tentar entender a real mensagem por trás de cada música. Garanto que vai haver uma explicação do porque de tudo isso lá no final. Vale lembrar que essas são minhas interpretações pessoais e que não estou as colocando como verdades absolutas.

[TW] Caso possua diversos gatilhos relacionados à s*icidio, drogas, abuso infantil entre outros, peço que pare der ler o texto a partir de agora.

One Step Closer



No primeiro clipe da banda, notamos uma raiva guardada nas letras. Chester dizia que estava à um passo de quebrar, ou seja, soltar sua raiva e dizer verdades para quem o machucou e que as vezes queria poder desaparecer. Na música ele grita um sonoro 'Cale a boca!' para quem quer que esteja tentando proibi-lo de dizer a verdade.

Crawling



Um dos clipes mais pesados visualmente, mostra uma garota ferida, que representa o próprio Chester e o abuso que ele sofreu, reforçando na letra que 'aquelas feridas ( do passado) dificilmente vão se curar. Ele diz que vê seu reflexo no espelho e que é assustador descobrir que está se fechando em seu mundinho mais uma vez (dentro de sua cabeça e se isolando do mundo exterior).


Papercut



Neste clipe assustador, temos uma amostra de como é estar dentro da mente do Chester, um lugar sombrio e bagunçado. Na letra ele diz que não sabe se foi o stress, mas ele está cansado de ouvir uma voz na mente dele e sentir a mente bagunçada o tempo todo (depressão).

In The End


Outra música auto explicativa. Na letra, Chester diz que perdeu a noção das horas e vê seu tempo se esvaindo pela janela. Ele tentou por muito tempo, mas tudo estava desmoronando na vida dele.

Somewhere I Belong



Passamos por várias Eras do Linkin Park, porém em Somewhere I Belong, as mesmas dúvidas antigas ressurgem. O medo de não ser aceito, de não pertencer a algum lugar. Na letra ele diz que está cansado de sentir um vazio por dentro, mas diz que quer se curar e quer sentir, qualquer coisa real (porque ele está apático por conta da depressão, o que ele gostava antes, não mais o satisfaz ou alegra).

Numb



Outra música que trata de um assunto tabu: conflitos familiares. Na letra ele fala de uma figura de autoridade (provavelmente seus pais) que querem obrigá-lo a tomar os passos que eles querem. Ele diz que sente que os decepciona a cada passo que dá, mas diz que quer ser muito diferente de seus pais ou figuras de autoridade. Ele diz que já foi tão humilhado, que agora está anestesiado à críticas desses familiares (pelo menos finge que não ouve).

Breaking The Habit


Muitas pessoas tentam lidar com a dor utilizando entorpecentes, esse foi o caso de Chester, mas a música Breaking the Habit é um marco onde Chester diz estar livre do vício, porque está cansado. Na letra, ele diz que percebe que ele estava confuso e que sente por ter dito o que não queria (quando estava sobre o efeito das drogas). O clipe também mostra o vocalista em versão anime, se atirando contra uma janela. Essa sempre foi uma música muito difícil pro Chester cantar ao vivo, ele sempre se emocionava antes de terminar, pois ela o fazia lembrar de coisas ruins e hábitos ruins de seu passado.

Faint



Chester está bem melhor aqui do que em suas últimas fases. Nessa música vemos um Chester confiante que diz que não será ignorado e que não irá se render. Na letra ele diz que é um pouco de tudo, solidão, cicatrizes, que a depressão o deixou um pouco inseguro e cheio de incertezas,  mas que ele está lá pra ficar e que as pessoas terão que ouvi-lo, porque ele não vai embora. Isso demonstra que ele queria se recuperar e que de alguma forma ele ganhou forças. (com tratamento adequado)

From The Inside



Novamente, Chester sente que está voltando a estaca zero, porque toda vez que acha que melhorou, algo ainda não está resolvido. Ele não sabe em quem confiar, porque toda vez que dizia o que sentia, as pessoas tratavam seu problema como supérfluo (depressão), mas na letra ele reforça que ele não vai mais guardar nada dentro de si e que não vai se deixar ser vencido.

Shadow Of The Day



Esse clipe não poderia ter sido mais literal. A todo o momento, o vídeo mostra Chester apático, acordando muito tarde (porque a depressão faz com que pessoas não queiram sair da cama), mas ele se motiva, acorda, tenta lavar o rosto, toma um café da manhã meia boca (porque é o que ele está disposto a fazer) e vai para rua. Na letra ele diz que abriu as cortinas, diz que a sombra das nuvens pode fazer o dia parecer cinza, mas o sol vai nascer e se por para todos uma hora ou outra, ou seja, há salvação. Assim como o sol retorna após a grande nuvem, as pessoas podem voltar a ser felizes (com ajuda e motivação para continuar).

Leave Out All the Rest



Chester diz estar em paz com si mesmo e envia uma mensagem à sua família e amigos: ele quer ser lembrado pelas coisas boas que ele fez. Se um dia ele se partisse, queria ser lembrado pelas pessoas que o amavam. Na letra ele diz que tem medo de saber para onde ele vai, quando sua missão na Terra acabar. Ele também diz que não quer que as pessoas sintam raiva dele e que sigam suas vidas. Ele também conta que sua casca se fortaleceu por fora, mas por dentro ainda falta um pouco. Em um dos trechos ele também diz que as pessoas não podem salvá-lo de si mesmo (sua mente e sua depressão).

Iridescent



Agora sim temos a segunda tentativa de melhora do Chester. A música traz uma mensagem de esperança, dizendo para todos que já se sentiram impotentes, depressivos, solitários, que há uma forma de se recuperar. Na letra, Chester diz para elas lembrarem de toda a tristeza e frustração e soltar essas emoções, não guardá-las para si e para contar para quem quisesse ouvir. (tratamento).

Heavy



Agora vamos dar um enorme pulo no tempo entre as transições dos novos álbuns. Chegamos a 2017 e os fãs de Linkin Park não parecem muitos satisfeitos com os novos materiais. Chester estava um pouco mais arredio e parece mais abatido que o normal. (pequenos sinais que não podemos deixar passar)

Heavy já começa com Chester dizendo 'Eu não gosto da minha mente agora, eu queria poder desacelerar. Em outro trecho ele diz que está tentando segurar firme, mas não entendi porque tudo está tão pesado. No mesmo clipe, vemos Chester em uma terapia em grupo, novamente reforçando que há esperança e a importância da busca por ajuda profissional. Isso demonstra que ele estava tentando se recuperar, tentando aguentar firme, como ele diz na letra.Na verdade, todo o álbum de One More Light foi uma extensa carta sobre a luta do vocalista ao longo dos anos.


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Paramos com a sessão de clipes por aqui, mas querem saber por qual motivo coloquei quase toda a discografia do Linkin Park aqui? Porque muitos se perguntaram o que aconteceu com o Chester e porque ele fez isso. A resposta está aqui. a luta contra a depressão é muito difícil, ela leva anos, mas é preciso lutar e continuar lutando, por muitos anos se necessário, mas o essencial é sempre buscar por ajuda. O Chester foi muito amado pela família e amigos, nunca devemos nos esquecer disso. O amor e tratamento adequado são essenciais.

Sentiremos saudades do Chester e de sua maravilhosa voz. Sabemos que seu legado estará pra sempre em nossos corações, mas vamos continuar lutando, vamos lutar para conscientizar as pessoas de que falar sobre depressão e suicídio é uma necessidade social.

 

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