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[Review] A Hora do Mal (Weapons)

 

Por Victoria Hope

Num dia como outro qualquer, dezessete crianças deixaram suas casas de forma voluntária a partir das 2:17 da madrugada de uma quarta-feira. A população e toda equipe de investigadores  da cidade não sabem sabe o que aconteceu, mas irão até as últimas consequências para descobrir. Esse é o início de "A Hora do Mal" (Weapons), novo filme de Zach Cregger, que está sendo aclamado pela crítica especializada e até mesmo antes de ser adquirido pela Warner, já estava causando burburinho devido a grande briga entre diversoss estúdios, incluindo a Monkey Paw de Jordan Peele, pela aquisição do título.

Na trama, acompanhamos a história de diversos personagens, principalmente uma professora chamada Justine, que se vê na mira de toda a escola e dos pais de alunos após o desaparecimento de 17 alunos de sua sala. Por ter um passado considerado problemático, a professora se vê sem saída, com tantas ameaças dos pais das crianças desaparecidas, então resolve por si mesma, tentar investigar, a começar por questionar o único aluno que sobrou ali, o quieto Alex Lilly.

A partir daí, o público é introduzido à diversos personagens com diferentes histórias que de alguma forma vão se encaixando como um belíssimo quebra cabeças, nesse filme que tem uma mensagem social muito importante, mas que talvez passe despercebida à olhos não atentos.


A Hora do Mal / Foto: Warner Bros. Pictures

Com um elenco afiadíssimo, incluindo Julia Garner, Josh Brolin, Benedict Wong e o incrivel Cary Christopher, que entra na lista de mais uma performance mirim excepcional em terror desse ano, "A Hora do Mal" definitivamente supera expectativas, tanto em seu material promocional excelente, quanto na entrega de uma trama envolvente, que mistura os gêneros de drama investigativo, suspense e horror na medida certa, justificando o título de um dos melhores filmes do ano.

Esse é um filme de terror que toca em um tema que não era mencionado há anos no cinema, dando espaço para diversas interpretações, mas é claro, não abrindo mão dos bons e velhos jhumpscars, com cenasd de susto que fazem o coração acelerar. O mistério todo é muito bem construído o público tem a oportunidade de passar um bom tempo com cada um dos personagens, apesar de o longa por vezes focar muito em apenas uma personagem, dando pouco espaço para os outros.

A Hora do Mal é mais um exemplo de filme slowburn, assim como "Noites Brutais", filme anterior do mesmo diretor, então com certeza o ritmo irá dividir opiniões, porém para quem aprecia a construção de cada personagem e arco de forma mais aprofundada, esse é um prato cheio.


A Hora do Mal / Foto: Warner Bros. Pictures

O filme pode ser descrito como um épico de terror com múltiplas histórias interconectadas, assim como Magnólia de Paul Thomas Anderson, pórém com a diferença de que esse aqui é um filme de terror com todas as letras. É claro que detalhes específicos da história são mantidos em segredo por quanto tempo necessário na narrativa, mas mesmo quando o público é introduzido à grande reviravolta da trama, a mensagem chega de uma forma que permite diversas leituras muito diferenres.

Pessoalmente, senti que a temática de tiroteios em escolas nos EUA é um dos grandes pontos do filme, apesar de que visualmente, essa mensagem não seja tão nítida para muitos, porém, o próprio nome original do terror, "Weapons" (Armas), tem relação com a forma que as crianças do longa são tratadas, mas aí vai do entendimento da alegoria por cada pessoa que assistir ao filme, afinal, são muitas nuances.

A cena final é de uma catarse impressionante, bem ao nível "A Susbtância", pesadíssima, porém ainda assim catártica. Em nenhum momento o filme apresenta pontas soltas, tudo tem começo, meio e fim de uma forma bem satisfatória, cementando esse como um dos filmes de terror mais diferentes dos últimos anos, com potencial de se tornar um clássico moderno do horror a ser discutido por anos entre os fãs.

NOTA: 9/10

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