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Brasil terá o primeiro restaurante oficial do Bob Esponja no mundo! Espaço chega em abril em São Paulo!

 


Por  Victoria Hope

Chegou a hora de embarcar em Bikini Bottom! O Brasil foi o escolhido para receber o primeiro restaurante oficial do Bob Esponja no mundo inteiro. O espaço tem inauguração prevista para abril, em São Paulo. De acordo com o CNN, o Bob Esponja - Burguer e Restaurante terá três espaços, incluindo hamburgueria, lojas, espaço para crianças e mais.

O estabelecimento vai abrir suas portas ao público a partir do mês de abril, situado na Rua Prof. Atílio Innocenti, 53 – Itaim Bibi e esse complexo, que abrange uma área de mais de 1.000 m² e tem capacidade para acomodar até 254 pessoas, promete transportar os aficionados por meio de diversos espaços temáticos, oferecendo assim uma imersão nos cenários mais emblemáticos dos personagens da Fenda do Biquíni.

O projeto já tem até página nas redes sociais, onde promete novidades! E o projeto possui o aval oficial da Nickelodeon e da Paramount, marcando a primeira vez que algo do tipo é realizado no mundo inteiro! Mais informações serão compartilhadas em breve nos canais oficiais do restaurante, da Paramount e da Nickelodeon. 

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Narrativas Negras Não Contadas, da Warner Bros Discovery, entra em fase final com apresentação de dez curtas documentais

Por Victoria Hope

Narrativas Negras Não ContadasBlack Brazil Unspoken, programa da plataforma de Diversidade, Equidade e Inclusão da empresa – WBD Access, chega em fase final, com dez projetos de curtas documentais, após três meses de ciclo formativo remunerado com a participação de profissionais negros renomados no mercado, como Emílio Domingues, Everlane Moraes e mentoria da diretora, produtora e roteirista, Chica Andrade.

O programa, desenvolvido em parceria com a WIP Ventures - gestora de propriedades intelectuais e desenvolvedora de negócios no entretenimento - tem como objetivo gerar acesso e desenvolvimento para roteiristas e diretores da comunidade negra, que terão suas histórias produzidas e veiculadas nas plataformas da empresa. Esta é a primeira edição do programa fora do Reino Unido, onde já foram realizadas duas edições. WBD Access atua através de programas de desenvolvimento e mentoria, gerando oportunidades e exposição na mídia, operando como um poderoso canal que conecta talentos de grupos subrepresentados aos nossos conteúdos e marcas.

É uma grande honra estar envolvida em um programa como esse, que tem um propósito tão importante de representatividade e gerar oportunidades reais para que esse profissionais de fato contem as suas histórias, do seu próprio ponto de vista”, comenta Adriana Cechetti, Diretora de Conteúdo de Produções de Não-Ficção da Warner Bros. Discovery para o Brasil, que teve a chance de conversar com os participantes durante o ciclo formativo sobre o que torna uma produção de não-ficção incrível para a WBD. “Estamos muito animados com o resultado desses projetos, cada um com uma identidade e narrativa muito forte.”

A Warner Bros Discovery selecionará ao menos três curtas documentais dentre os dez projetos apresentados, que serão desenvolvidos, produzidos e lançados pela companhia ainda em 2024. 


Conheça abaixo os 10 participantes do programa:

André Sandino: é cineasta com formação cineclubista. Iniciou seus estudos na área audiovisual em 2004 através de cursos livres e escolas populares de audiovisual como o Cine Maneiro no Rio de Janeiro. O carioca já participou em diferentes funções de diversos filmes de curta metragem, três filmes de longa-metragem, além de séries para a Web. Também co fundou e coordenou diferentes cineclubes, além de participar ativamente da Associação de cineclubes do Rio de Janeiro, Ascine-RJ e do Conselho Nacional de cineclubes, CNC.

Carol Rocha: é diretora nascida em uma favela da zona leste de São Paulo. Mulher negra e queer, está desde 2016 no audiovisual e passou pelos cursos de direção e roteiro na academia internacional de cinema. Em 2018, co-fundou a produtora PUJANÇA, que trabalhou apenas com profissionais negres e LGBTs, e no mesmo ano fez seu primeiro trabalho internacional, fruto de um convite para registrar Camila Pitanga, Djamila Ribeiro e Nátaly Neri refazendo os passos de Mandela, na África do Sul. Mais recentemente, roteirizou e dirigiu um filme documental para a Disney, com 5 artistas brasileiros recriando 5 personagens negros da Marvel.

Danielle Valentim: é mestre em Ciências das Artes e da Comunicação pela Universidade de Oldenburgo (Alemanha) e iniciou sua carreira trabalhando em emissoras de televisão como a TVU (Recife) e o canal alemão NDR. Há cerca de dez anos tem se dedicado aos setores executivo e financeiro de mostras de cinemas e de filmes de curta e longa metragem. Em 2020, lançou o curta experimental “Carta ao Mar” e em 2023 a série de interprogramas “Pretas de História”, exibidos nas TVs públicas de Pernambuco.

Day Rodrigues: Diretora, roteirista, pesquisador audiovisual e professor multidisciplinar. Entre 2022 e 2023, foi coordenadora audiovisual e coordenadora de formação pedagógica do Curso Multimídia do Geledés – Instituto da Mulher Negra. Produziu, escreveu e dirigiu o documentário "O Corpo da Terra" (2023), exibido na 18ª Mostra Internazionale di Architettura: Laboratório do Futuro, como parte da exposição "Terra" (Pavilhão do Brasil). Também fez parte da equipe de direção das séries “O Enigma da Energia Escura” (Lab Fantasma), criada por Emicida e Evandro Fióti e finalista do Festival de Cinema de Nova York 2022 – e “Quebrando o Tabu” (Spray Filmes).

Laís Ribeiro: é produtora, diretora estreante e advogada, vinda do Sapopemba, zona leste de São Paulo. Atua em projetos com grandes players e também desenvolve e fortalece diversos projetos audiovisuais autorais e independentes. Foi selecionada pelo PROAC/2023 para direção de seu curta Atelier, sobre um dos primeiros estúdios de rap do país e também foi selecionada pela Aldir Blanc/2021 para desenvolver Nuances, sobre miscigenação racial. Esteve na produção da série documental "Sócrates", dirigida por Walter Salles, com produção de Rodrigo Teixeira e também atuou na produção dos longas-metragens "Dystopia" e "Pai pátria", da diretora Petra Costa. 

Larissa Nepomuceno: é Pesquisadora Cinematográfica, Roteirista e Documentarista. Membra da APAN, formada em Cinema pelo Centro Europeu, em Artes Visuais pela UFPR e Mestre em Educação pela UFPR. Dirigiu os premiados "Megg - A Margem que Migra para o Centro" (2018) (Festival Guarnicê de Cinema), e "Seremos Ouvidas" (2020) (10+ Favoritos do Público - Festival de Curtas de São Paulo). Dirigiu “Emerenciana”(2023) (18º Fest Aruanda). Atuou como Diretora Assistente no longa-metragem "Nem Toda História de Amor Acaba em Morte" (em finalização). Foi semifinalista do Prêmio Cabíria de Roteiro - Categoria Série de Não Ficção com o roteiro do episódio piloto da série documental Seremos Ouvidas, prestou Consultoria no Lab de Projetos Documentais - VII ROTA Festival de Roteiro Audiovisual de 2023 e atualmente está desenvolvendo seu primeiro longa-metragem.

Luciana Oliveira: graduada em Com. Social Hab. Audiovisual, Mestra em Cinema e Narrativas Sociais e doutoranda em Sociologia pela Universidade Federal de Sergipe.É co-idealizadora e diretora geral da EGBE - Mostra de Cinema Negro e cineclubista no Cineclube Candeeiro. Faz parte da Associação dos Profissionais do Audiovisual Negro (APAN), integra o Fórum Permanente Audiovisual Sergipe e é sócia na Rolimã Filmes, onde atua como diretora e figurinista. Dirigiu os curtas-metragens "O corpo é meu" (2014), "Puerpério" (2021), "A mulher que me tornei" (2021), e "Espelho" (2022).

Rayane Teles: “catingueira” do interior da Bahia e formada em Cinema e Audiovisual pela UESB e Mestre em Roteiro pela EICTV (Cuba). Escreveu e dirigiu o curta-metragem de ficção “O ovo”, que foi exibido em festivais Nacionais e Internacionais, como: Competitiva Nacional do XVIII Panorama Internacional Coisa de Cinema e 44° Durban International Film Festival, (África do Sul) e também dirigiu e co-escreveu o curta documental "Pinote", com passagens por alguns festivais. Atualmente faz parte da Rede Paradiso de Talentos, além de ser associada da ABRA e APAN.

Robson Dias: começou sua jornada no setor audiovisual no Brasil como cameraman no jornalismo esportivo e editor de documentários. Após concluir o curso de Cinema pela PUC-Rio de Janeiro trabalhou alguns anos para as grandes produtoras cariocas como: Rio Cinema Digital, Grupo sal e Conspiração Filmes. Desde 2009, dirige seus próprios curtas-metragens, incluindo Pra Ingles Ver, que foi selecionado em diversos festivais. Atualmente, Robson é um dos diretores do projeto Eu Ouvi o Chamado do Manto, que retrata o retorno dos mantos tupinambá mantidos na Europa. Dirige o documentário Favela Tour, apoiado pelo edital de escrita e desenvolvimento do governo francês.

William Souza: é um jovem diretor criativo e fotógrafo-filmmaker. Nos últimos anos tem se dedicado à colaboração em projetos de audiovisual voltados à música, cultura e documentários musicais. Colaborou com vários artistas, como Mariana Aydar, Rachel Reis, Luiz Lins, Barro, Shevchenko e Elloco, Martins, entre outros. Trabalhou em projetos notáveis, como o documentário do festival recifense Recbeat e o mini-doc imersivo “Cápsula de Respiração” fruto da parceria entre British Council e Oi Futuro.

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SXSW 2024 | Dissolution (Short)

 

Por Victoria Hope

No curta dramático 'Dissolution' de Antony Saxe, uma mulher é forçada a enfrentar a deterioração física do seu marido idoso quando eles se encontram para assinar os papéis do divórcio. Sendo uma pessoa que viveu a vida inteira com os avós, que seguem casados até hoje após sessenta anos juntos, a história tocou profundamente.

Quando pensamos em juramentos de amor e casamentos, logo a questão que diz 'na saúde e na doença', realmente tem um grande papel, principalmente entre casais idosos, afinal, é uma vida inteira compartilhada com a outra metade. Será o amor e apenas ele, suficiente para manter um casal? E quando a doença atinge uma das partes, será que o amor continua o mesmo? Ou pior, será que um casamento que aparentemente não era tão alegre, precisa ser mantido apenas por convenções e conveniência?

O casal protagonista não parece mais nutrir os mesmos sentimentos, mas em sua idade, é tão raro ver divórcios acontecendo, que atualmente assumisse que se eles nunca se separaram antes, agora não vão e é aí que a trama revela a reviravolta.

Somos confrontados com esse casal que viveu uma vida inteira juntos, mas que hoje, sequer conseguem se comunicar apropriadamente, então 'Dissolution', faz um excelente papel em mostrar como essa relação vai se dissolvendo pouco a pouco, mas não de uma vez só. É claro que a esposa ainda vai se preocupar com a saúde debilitada do marido e é claro que o marido, por mais que não mostre, também vai sentir falta de ter alguém ao lado dele.

O recurso de mostrar pequenas fitas com momentos importantes gravados entre os dois no passado, apenas reforça que eles tiveram bons momentos juntos, mas também momentos tensos e ruins, porém, desde o início, o casal estava fadado a ter problemas na comunicação com os anos e agora cabe a eles, sentarem-se juntos e pensarem no que é melhor para os dois, já que por serem de outra geração, a possibilidade de divórcio antes parecia um conceito 'alien'.

NOTA: 9.5

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SXSW 2024 | Jedo's Dead (Short)

 

Por Victoria Hope

No sensível curta 'Jedo's Dead' de Sarah Mine, durante a turbulência social e política do 11 de Setembro, uma jovem e o seu irmão confrontam-se intimamente com a perda quando descobrem o corpo do seu avô morto. 

O curta enquadra os rituais tradicionais que cercam a morte e a perda através dos olhos das crianças, com muita reverência, mas também pelos próprios conceitos e visões de mundo desses dois personagens. Sozinhos e confusos, eles percorrem os estágios do luto humano – do dolorosamente humano ao inescapavelmente transcendente.

Sempre que se fala em filmes protagonizados por elencos infantis, o ponto mais importante é relacionado à como a criança irá passar os sentimentos sem precisar do recurso das falas para mostrar o que está sentindo e no caso do elenco mirim de Jedo's Dead, esse trabalho é feito com primor. O elenco observa, corre pelo cenário do apartamento, demonstrando ira, tristeza, amor, lembranças boas que tiveram com seu querido avô; tudo isso num espaço curto de tempo.

Vemos também não um conflito, mas uma casa que possui duas crenças: Enquanto a irmã caçula reza para a santa católica no altar de sua a avó, o irmão mais velho segue com seus rituais tradicionais não ocidentais, eventualmente levando sua irmã ao seu lado para que ela declame os cânticos. É aquela fase do luto onde os indivíduos buscam por resposta ou acalento frente à morte, em cenas muito bem filmadas e apresentadas ao público.

Na trama, ambos passaram por um trauma recente, tanto o 11 de setembro, quanto a perda de seu avô, então se para adultos nesse cenário é algo muito difícil de lidar, para crianças, é ainda mais. Fica a pergunta, o que fazer a partir de agora? Como seguir em frente? Essas são as perguntas que a dupla terá que responder e descobrir com os anos. 

NOTA: 9/10

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SXSW 2024 | If I Die in America (Short)

 

Por Victoria Hope

No drama 'If I Die in America' de Ward Kamel, um jovem luta por uma oportunidade de lamentar o seu marido depois de os seus sogros muçulmanos tradicionais exigirem que o corpo seja enviado de volta ao Médio Oriente poucas horas após a morte prematura.

De acordo com a prática muçulmana, o enterro deve ocorrer dentro de 24 horas após a morte - então, depois que o marido imigrante de Manny, Sameer, falece em um acidente, ele é confrontado por um representante da família de Sameer, o obrigando a assinar a papelada necessária para enviar o corpo de volta para o Kuwait. 

Manny inicialmente recusa, agarrando-se aos seus direitos como marido de Sameer, embora sabendo que a cada hora que passa a família de Sameer fica mais furiosa. Depois de um clímax emocional, estimulado pela alegação homofóbica da família de que o casamento de Manny e Sameer era apenas um acordo de green card, Manny percebe que suas objeções não mudarão o fato de que seu marido morreu - por mais que tentasse, ele não conseguiria atrasar o luto.

O curta é mais contemplativo e reflexivo, podemos acompanhar o protagonista passando sozinho por esse processo de luto e mesmo que a irmã esteja lá ao lado dele, é nítida a dor e o quanto ele se sente e está sozinho no mundo após de perder o amor de sua vida. ~

O sentimento conflituoso do personagem é mostrado de forma nítida e é impossível não sentir todas as dúvidas e toda a mágoa que ele está sentindo, afinal, será que ele está preparado para mostrar esse outro lado da sua vida para sua família? Com certeza adoraria ver um filme longa metragem que explorasse a relação de Manny com Sameer e tudo que levou esse casal aos acontecimentos dessa curta, delicada e ao mesmo tempo, forte história. 

NOTA: 9/10

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SXSW 2024 | Caller Number Nine (Short)

 

Por Victoria Hope

No curta 'Caller Number Nine'', um operador de telemarketing acidentalmente liga para um programa de rádio e vence um concurso de rádio, entrando em um impasse com a apresentadora desequilibrada e que parece ter intenções sinistras. Uma série de absurdos começam a acontecer no dia a dia do personagem, sendo que o dia dele já estava horrível.

É impossível não sentir simpatia pelo protagonista, pois ele está apenas tentando fazer o trabalho dele no início, mesmo que esse trabalho seja chato e que para os clientes seja algo considerado extremamente insuportável, mas tudo muda quando ele descobre que ganhou um prêmio.

Imediatamente o personagem fica animado e feliz porque pelo menos recebeu uma notícia boa, após um dia horrível no trabalho, mas como costuma dizer o ditado, quando a esmola é muita, até mesmo o santo desconfia e a premiação excêntrica consegue apenas fazer o coitado do atendente perder cada vez mais a paciência.

Ambos atores são hilários no papel e a trama funciona por conta do timing que ambos tem, sendo a apresentadora ótima em representar aqueles típicos apresentadores de programa de rádio que tentar soar animados e alegres mesmo anunciando prêmios mixurucas e ao mesmo tempo, o protagonista ficando cada vez mais irado, apenas eleva ainda mais a performance de ambos. 

Essa é uma história simples, mas que tem muito potencial de expandir. Seria muito legal ver um longa metragem explorando mais sobre esse personagem azarado e sobre a apresentadora de rádio. O próprio final 'aberto', dá margens para milhares de perguntas. 

NOTA: 8/10

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SXSW 2024 | Beeps (Short)

 

Por Victoria Hope

Sam não consegue dormir. Seu quarto é cercado por todos os lados por alarmes de fumaça, sinal de bateria fraca. Então ele faz o que qualquer solucionador de problemas com os olhos turvos faria... ele parte em uma odisséia para encontrar o chilrear irritante e, no processo, aprende sobre si mesmo, seus vizinhos e seu lugar no mundo.

Nesse documentário, é muito interessante ver essa dupla interrogando seus vizinhos para saber de onde vem o misterioso som, afinal, aquele som não vem do além e nitidamente, vai piorar caso os protagonistas não achem o local de onde aquele som está saindo.

Por mais simples que seja a premissa, é incrível poder acompanhar esse casal conhecendo seus vizinhos, talvez pela primeira vez, aprendendo um pouco mais sobre cada um deles e vendo todas as multitudes que um bairro pode oferecer. É nítido que Sam está ansioso com o barulho incessante e em alguns momentos, ele até oferece baterias extras para seus vizinhos e em algum momento, a própria audiência começa a ouvir o som.

O que parece apenas uma situação engraçada, logo se torna uma questão importante onde gentrificação é o ponto principal de discussão, sendo essa discussão extremamente relevante para esse momento em que vivemos. Em algum momento, a audiência também quer solucionar o 'mistério' de onde vem esse barulho, mas felizmente para todos, essa história tem um final 'feliz' e mostra que a empatia, é a principal chave. Viver em comunidade é a chave, se comunicar com os outros é a chave. 

NOTA: 8.5/10

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SXSW 2024 | Beach Logs Kill (Short)

 

Por Victoria Hope

Nesta história assustadora sobre despertar ambientada em um jogo de futebol americano do ensino médio, a estrela do quarterback promete passar seu número da sorte para a garota mais merecedora do time. Mas quando o jogo dá terrivelmente errado, uma garota estranha detida tenta provar que é digna do amor, do legado e da alma da capitã.

Conhecemos logo no início a capitã do time e uma estranha e excêntrica garota que está presente no banheiro durante o treinamento do time. A estranha garota não aparenta fazer parte daquela equipe e logo dá indícios de que talvez tenha alguns sentimentos pela líder, mas após um estranho acidente após um jogo, tudo muda entre as duas.

Apesar da enorme quantidade de simbolismos mostrados em tela, o curta não faz muito para explicar exatamente o que está acontecendo em diversos momentos. Seria tudo aquilo fruto da imaginação da menina quer tem um crush secreto na atleta ou seria um fruto realmente sobrenatural que está acontecendo?

O suposto acidente que acontece com a líder do time pode sim ser uma metáfora para diversas coisas, incluindo a descoberta da sexualidade e o quanto dela mesma ela está disposta a dar para esse novo possível relacionamento com a garota desconhecida. 

Será que na verdade, ela está viva e bem, mas as pessoas ao redor, seja seu treinador, sua família e amigos da escola, na verdade não a estão julgando por seu 'novo' relacionamento? Tudo o que sei é que crescer é assustador e nada melhor do que um terror sáfico coming of age para mostrar esse momento tão deliciosamente sombrio e ao mesmo tempo, revitalizador. 

NOTA: 8.5/ 9

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SXSW 2024 | APOTEMNOFILIA (Short)

Por Victoria Hope

No aterrorizante curta 'Apotemofilia' de Jano Pita, é noite de estreia, o teatro está lotado e Clara, a atriz principal, se recusa a sair do camarim. Algo dentro dela a impede de partir, algo que ela terá que enfrentar.

O curta de terror faz jus ao nome, já que cientificamente falando, 'Apotemofilia' é uma parafilia da vida real onde as pessoas se sentem excitadas com a ideia de perder membros do corpo por meio de amputação e com Clara, a protagonista da história, a audiência pode acompanhar de perto. 

Na trama, pouco a pouco, Clara vai perdendo a sanidade e começa a imaginar uma estranha criatura andar por seu corpo e quer se livras dela de qualquer forma, nem que para isso ela precise cortar partes do corpo. No início, o que a traz dor e medo, logo dá lugar à uma sensação indescritível de prazer que a protagonista sente enquanto se liberta do 'bicho', mas é claro que tudo faz parte de sua imaginação fértil.

Vejo essa história como uma anedota sobre a dismorfia corporal criada pelo universo do show business e do entretenimento, afinal, desde a cena inicial, Clara não parece que está muito animada para o show, enquanto seus produtores gritam com ela do outro lado da porta do camarim. Talvez tudo o que Clara queria, de forma meio torta, era se libertar daquela prisão que a indústria à impunha. Nessa alegoria, talvez se ela tirasse partes de si mesma para se tornar algo que ela não é, a indústria finalmente parasse de pressioná-la.

NOTA: 9/10

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SXSW 2024 | The Black Sea

 

Por Victoria Hope

Inspirado nas viagens de Derrick B. Harden à Bulgária, 'The Black Sea' é a jornada transformadora de um homem que encontra conexões inesperadas em uma pequena cidade costeira do Leste Europeu, mesmo quando se descobre ser a única pessoa negra por perto.

Khalid, um grande sonhador carismático do Brooklyn, sem acompanhamento, fica preso em uma pequena cidade no Mar Negro depois de perseguir uma oportunidade de dinheiro que dá errado. Sendo o único negro da cidade, ele rapidamente se torna o centro das atenções da cidade. Seu bop de rua em Nova York é tudo que ele tem para sobreviver. Em sua busca para voltar para casa, ele encontra uma conexão que nunca imaginou com uma mulher local. Juntos eles tornam seus pequenos sonhos grandes.

The Black Sea é um filme calmo, tranquilo, apesar de alguns poucos momentos de tensão em que o protagonista se depara encarando. É aquele slowburn não linear que acontece sem pressa, com pequenas fagulhas enquanto acompanhamos esse homem se conectar com uma comunidade que não tem absolutamente nada a ver com sua cultura original, mas ainda sim, prova que é possível se conectar de forma profunda, mesmo com a 'barreira da língua'.

Algumas das cenas mais emocionantes do longa sequer possuem diálogos; afinal, tudo é conectado nesse momento por olhares e gestos, como por exemplo, a 'dança' na lama onde os personagens se comunicam apenas com os olhos, de forma doce, como dois cúmplices. 

O longa não tenta reinventar a roda, mas traz uma mensagem importante sobre união e a importância de sabermos que ninguém está verdadeiramente sozinho no mundo e que onde quer que estejamos, podemos nos conectar através da empatia, do amor e do desejo de evoluírmos e deixarmos o passado para trás, assim como Khalid.

NOTA: 8.5/10

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SPFW N57 terá Orquestra Sinfônica de Heliópolis na abertura dia 9 de abril e desfile de encerramento no Edifício Martinelli

 

Por Victoria Hope

O SPFW N57 acontecerá de 09 a 14 de abril e mais uma vez celebra a sintonia com um processo criativo contínuo de transformação. Serão 27 desfiles, com as estreias de Catarina Mina e Reptilia e o retorno de Aluf, Amapô Jeans, André Lima, Gloria Coelho e Lilly Sarti.

A edição será no Iguatemi São Paulo, JK Iguatemi e em outros locais icônicos da cidade de São Paulo. A abertura será no JK, na noite de 09 de abril, com o desfile da Aluf e a participação da Orquestra Sinfônica Heliópolis, a primeira em seu gênero no mundo criada em uma favela. Este importante conjunto de música erudita fez uma apresentação no desfile de Fause Haten, na 26ª edição.

João Pimenta encerrará a semana de moda, com um desfile na cobertura do histórico Edifício Martinelli, no centro de São Paulo, fazendo parte das celebrações pelo centenário do prédio. Ali aconteceu a abertura da 30ª edição, com a festa dos 15 anos do SPFW.

O SPFW foi pensado como um projeto de longo prazo, de 30 anos, para alinhar movimentos de mercado e trabalhar na construção de uma cultura de moda no Brasil, reflexo de nossas muitas identidades e de uma natureza diversa, generosa e exuberante. As conquistas que colhemos são fruto das sementes plantadas ao longo dessas quase três décadas”, explica Paulo Borges, fundador e diretor criativo da semana de moda.

O Projeto Cria Costura, parceria do InMode com a Prefeitura de São Paulo, apresentará um desfile com peças criadas e produzidas pelos participantes da aceleradora criativa, que em 5 edições já qualificou e impulsionou mais de 150 alunos nos bairros de Cidade Tiradentes, Brasilândia e Vila Carrão.

Sempre enxergamos as pessoas, a moda e o Brasil no lugar da potência, e o SPFW como esse lugar de experiências e encontros sintonizados com os temas de seu tempo, e que ajudam a desenhar novos modelos de mundo no século XXI”, complementa Paulo Borges.


Desfile da Dendezeiro na SPFW N55/ Foto: Divulgação

Abaixo o line up SPFWN57:

De 09 a 14 de Abril de 2024

Dia 09 de Abril

20h00 Aluf JK Iguatemi

Dia 10 de Abril

12h00 Lilly Sarti JK Iguatemi

17h00 Lino Villaventura JK Iguatemi

19h00 Cria Costura JK Iguatemi

21h00 Reptilia JK Iguatemi

Dia 11 de Abril

10h30 Patrícia Vieira Iguatemi São Paulo

12h30 Fauve Iguatemi São Paulo

14h00 Renata Buzzo Iguatemi São Paulo

15h30 AZ Marias Externo

17h00 Marina Bitu JK Iguatemi

19h00 Silvério JK Iguatemi

21h00 LED JK Iguatemi

Dia 12 de Abril

10h30 Weider Silveiro Iguatemi São Paulo

12h30 Rafael Caetano Iguatemi São Paulo

14h30 Catarina Mina Iguatemi São Paulo

17h00 Thear JK Iguatemi

19h00 Walério Araújo JK Iguatemi

21h00 Martins JK Iguatemi

Dia 13 de Abril

10h30 Gefferson Vila Nova Iguatemi São Paulo

12h30 Igor Dadona Iguatemi São Paulo

14h00 Maurício Duarte Iguatemi São Paulo

17h00 Dendezeiro JK Iguatemi

19h00 Forca Studio JK Iguatemi

21h00 André Lima JK Iguatemi

Dia 14 de Abril

11h00 Glória Coelho Externo

15h00 Amapô Jeans Externo

16h30 João Pimenta Externo

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SXSW 2024 | A Crab in the Pool (Short)

 

Por Victoria Hope

No curta 'A Crab in the Pool', em um bairro degradado, Zoe e seu irmão mais novo, Theo, são deixados à própria sorte. Uma jovem adolescente, Zoe é uma bola de raiva assombrada por um terror íntimo. Theo, ainda criança, foge da realidade para um mundo fantástico. Durante um dia escaldante de verão, os dois filhos terão que romper o abcesso do relacionamento para não se perderem. 

A animação faz um excelente trabalho em mostrar as diferentes formas que irmãos de gerações diferentes lidam com temas como morte e luto. Enquanto o irmão caçula vive no mundo da fantasia, usando suas 'mãos' como óculos, em forma de manter viva a lembrança de sua falecida mãe, a garota adolescente e irmã mais velha, tenta lidar com suas próprias batalhas, ao mesmo tempo em que anseia pelo colo de sua mãe, que infelizmente perdeu sua vida para o câncer.

Ambos personagens passam por um turbilhão de sentimentos e por uma questão que assola pessoas em luta não importa a idade, que é a a busca pela resposta de como seguir em frente após uma perda? Os dois irmãos não exatamente se dão muito bem, principalmente a adolescente, que está na fase de achar que já é uma adulta formada, logo, ela não tem paciência com seu irmãozinho, mas aos poucos, ela vai perceber não apenas como é tão importante para seu irmão, quanto ele é para ela, como também ambos precisam estar juntos para se curar.

É uma belíssima e singela animação, que apesar de simples, tem muito a dizer e toca todos aqueles que já passaram por algo assim ou estão passando por isso nesse exato momento.  A grande mensagem que fica é a de que, mesmo quando alguém importante se vai, ainda temos uns aos outros aqui, as pessoas que ficam devem se manter unidas. 

NOTA: 9/10

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SXSW 2024 | Bettendorf Talks (Piloto)

 

Por Victoria Hope

Um show dentro de um show afiado e inteligente, Bettendorf Talks é ao mesmo tempo uma comédia espirituosa no local de trabalho e o mais novo (e mais improvável) talk show local lançado no centro-oeste Quad City. Apresentado pela dupla de comédia T.J. Jagodowski e David Pasquesi (que estrelam como caricaturas hilariantes de si mesmos), os dois tentam montar um show de sucesso em busca de um pedaço de sua antiga glória.

Cada episódio segue nosso conjunto durante um dia de escrita, produção e exibição de nosso programa como T.J. e Dave lutam para saber como viver nessas novas funções menores, a equipe ao seu redor lida com T.J. & Dave e Margaret lutam para manter o show porque está sempre a um dia de ser cancelado.

O humor da série é bem diferente do que estamos acostumados a ver em séries do mesmo gênero, mas enquanto assistia, os personagens não pareciam ser familiares, tampouco interessantes ao ponto de me fazer pessoalmente querer assistir mais de uma temporada e o agravante vem quando nenhuma das piadas ou humor atingem o objetivo principal, que é ser engraçado, mesmo com um humor mais seco.

Apesar da trama criativa, acho que se a audiência pudesse passar um pouco mais de tempo com cada um dos personagens no piloto, provavelmente a audiência iria se relacionar melhor com esses personagens, porém acho que o humor, que é o principal foco, deveria ser mais trabalhado. Alguns personagens se destacam na trama, mas os principais, não e foi isso que me tirou da imersão da série. 

NOTA:  7/10

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SXSW 2024 | Things Will Be Different

 

Por Victoria Hope

Quando os irmãos afastados Joseph e Sidney Rendezvous em uma lanchonete local depois de um Assalto de perto, eles o levam a uma fazenda abandonada que os transporta para um tempo diferente para escapar da polícia local. A fuga deles é descarrilada quando uma força metafísica desconhecida e enigmática emerge e os bloqueia de retornar lar. 

Preso no enredo intrigante de terra, seu captor deixa claro que ninguém pode partir até que suas exigências mortais sejam atendidas. O que resulta de seu aprisionamento não apenas dobra as forças do espaço -tempo - forçando os dois a questionar tudo o que sabem sua própria realidade - mas dobra os laços familiares de Joe e Sid além do ponto de confiança e perdão.

Michael Felker faz sua estréia através deste thriller de ficção científica com doses sombrias de horror e suspense. As coisas serão diferentes é um quebra -cabeça trágico de um filme onde tempo, sangue e isolamento estimulam ciclos intermináveis ​​de falsa esperança e condenação desespero.

Things Will be Different / Foto: XYZ

O filme é um prato cheio para quem é apaixonado por temas relacionados à ficção científica, viagem no tempo e relações familiares.  E sendo uma pessoa que tem um irmão gêmeo, que mora em outro país, do outro lado do mundo, foi muito fácil me identificar com os protagonistas do filme e com essa trama de certa forma. 

A atmosfera sombria que assola essa família vai ganhando forma aos poucos e a tensão entre os irmãos começa a se tornar nítida conforme o tempo passa em seu esconderijo secreto. Esse é um filme que requer paciência e atenção aos mínimos detalhes pois é um slowburn que vai se construindo não apenas de acordo com a construção desse universo, mas também a cada diálogo trocado entre os personagens.

O elenco, composto majoritariamente por Riley Dandy e Adam David Thompson, tem uma excelente química, que faz com que os personagens passem verdade sobre seu relacionamento e e a melhor parte é que a trama não entrega tudo sobre as motivações dos personagens, tampouco dá a resposta sobre o que aconteceu ou está acontecendo logo de cara, não, muito pelo contrário, o filme faz a audiência trabalhar e pensar nas possíveis ramificações que a história tem a oferecer.  O final deixa a audiência com aquela sensação de 'e se?' 

NOTA: 9/10

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SXSW 2024 | Neo Dome (Piloto)

 

Por Victoria Hope

Numa América pós-colapso económico, uma mulher (Anna Camp) viaja sozinha em direção à promessa de uma cúpula utópica no horizonte. Quando ela negocia uma carona com estranhos, aprendemos... não confiar em ninguém no caminho para o Neo-Dome.

Nesse piloto de série que teve seu lançamento no festival SXSW, podemos acompanhar uma história extremamente intrigante que merece ganhar um longa metragem. Logo na cena de abertura, o público se depara com uma protagonista enigmática, que parece esconder algo que não sabemos.

O elenco tem excelente química e a dinâmica de jogo do 'gato e rato' funciona muito bem. Nos deparamos com diversas dúvidas sobre o que é o Neo-Dome, o motivo pelo qual nossa protagonista quer tanto chegar lá e porque ela tem acesso à armas. Seria ela a heroína daquele futuro não tão distante ou será ela o verdadeiro algoz por trás de tudo.

Anna Camp é enigmática e demanda atenção do público com olhares, fazendo com que a audiência imediatamente torça por ela, sem mesmo saber quais são suas verdadeiras intenções, o que realmente reforça a ideia de que o filme realmente se torne um longa metragem, pois é impossível terminar esse curta sem querer saber o que vem a seguir.

O protagonismo feminino em histórias nesse cenário precisava de um revival e Neo-Dome demonstrou que tem um grande potencial para expandir esse universo, seja no formato de filme ou série televisiva, mas independente da proposta, a audiência estará com olhos fixados na tela. 

NOTA: 9/10

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SXSW | Make me a Pizza (Short)

Por Victoria Hope

No curta 'Make me a Pizza', uma mulher com muita fome diz a um entregador de pizza que não pode pagar pela pizza que pediu. Mas será que o sexo que ela oferece em vez de dinheiro pode ser equivalente ao verdadeiro valor de uma pizza? 

Existe algo que possa valer uma pizza, além do que o mercado decidiu? Juntos, os dois decidem que sua única opção é se tornarem eles próprios o objeto da pizza, transformarem um ao outro em pizza, para se tornarem livres.

O curta já começa com a estética que é puro anos oitenta, com um estilo de filmagem que parece ter saído literalmente daquela década. A música sensual de filme erótico toca ao fundo, fazendo com que o filme pareça ser algo que não é, ideia completamente genial.

Um dos trunfos do curta é a atenção aos detalhes e a caracterização, desde o figurino à maquiagem, que são cruciais para passar ainda mais aquela vibe oitentista que a história quer passar. Tudo parece estar de acordo com o plano nessa história, até que de repente, as coisas fazem um 360º que muda completamente o rumo da trama, indo da comédia ao terror em questão de segundos.

O elenco é hilário e a conversa back and forth entre eles realmente acerta o tom e aos poucos, é possível entender a mensagem anticapitalista e social por trás da construção de uma simples pizza. A simbologia não é nada sutil, mas muito engraçada e bem vinda, mas a virada surrealista é a cereja do bolo, ou melhor, o tomate da pizza e me faz lembrar de cenas icônicas como a cena da dança em cima dos feijões em 'Tommy' do The Who. 

NOTA: 8.5/10 

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SXSW 2024 | Roleplay (DOC)

Por Victoria Hope

No documentário 'Roleplay', que acabou de ter sua estreia no festival SXSW 2024, enfrentando a violência sexual desenfreada em seu campus universitário, um grupo de estudantes da Universidade de Tulane passa um ano criando uma peça envolvente a partir de suas experiências da vida real. 

Construindo personagens e cenas baseadas na política sexual de seu campus, os estudantes atores enfrentam duras verdades. O filme segue esse processo com lentes líricas, confundindo os limites entre realidade e performance, movendo-se entre a realidade da vida no campus e a vulnerabilidade confessional da sala de ensaio.

Colocando questões urgentes sobre os legados tóxicos transmitidos à próxima geração, "Roleplay" explora os papéis que desempenhamos à medida que crescemos e nos tornamos quem somos: como eles nos machucam, nos curam e moldam quem nos tornamos.

O filme faz um excelente trabalho em tocar nessa temática tão complexa relacionada a realidade da vida não apenas de universitários, mas uma realidade que também assola alunos desde as escolas primárias até o colegial e principalmente na chegada da vida acadêmica. Em uma realidade onde aulas de educação sexual estão sendo cada vez mais demonizadas e famílias seguem tratando o tema como tabu, invariavelmente muitos casos se multiplicam e infelizmente não ganham muita repercussão já que muitas vezes, até mesmo as universidades acobertam e escondem os ataques sofridos por alunos, para não associar seus nomes à violência. 

Justamente por esse motivo, filmes como 'Roleplay' se tornam necessários, para mostrar que a juventude, à sua maneira, está tentando se educar e se curar do estigma e da dor da violência que sofreram, por meio da arte e da expressão verbal e física. Mais importante do que desestigmatizar a educação sexual, é dar espaço para que as vítimas possam se expressar e tenham um lugar seguro para que possam contar o que lhes aconteceu.

Seria muito interessante que mais universidades como a representada do documentário oferecem o mesmo programa e a oportunidade para que os alunos tenham esse espaço aberto para desabafar e expressar suas dores e angústias através de espetáculos. Isso não apenas traz atenção para a violência que acontece no meio acadêmico, como também pode ser um instrumento para o fortalecimento e empoderamento das vítimas que não mais querem se calar. 

NOTA: 8.5/10

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SXSW 2024 | Billy & Molly: An Otter Love Story (DOC)

 

Por Victoria Hope

No documentário Billy & Molly: An Otter Love Story, Quando uma lontra selvagem que precisa desesperadamente de ajuda aparece em seu cais nas remotas ilhas escocesas de Shetland, Billy, sua esposa Susan e sua devotada cadela pastor Jade se encontram com um novo membro único de sua família. 

Da National Geographic e Silverback Films, Billy & Molly: An Otter Love Story é uma história comovente dirigida por Charlie Hamilton James. Filmado em 4K, este documentário mostra-nos como a capacidade do amor pode nos despertar para a beleza da natureza.

As imagens são absolutamente mágicas, com uma direção de fotografia única e de tirar o fôlego, porém, o ritmo por vezes, se torna um pouco maçante. É claro que a trama tem seus trunfos; é lindo ver a relação que essa lontra criou com a família, é uma relação única de cumplicidade que apenas quem verdadeiramente ama a natureza e os animais pode sentir. 

O documentário é essencialmente um slice of life que nos faz pensar sobre a vida e nossas conexões com a natureza, enquanto humanos, porque essa é a beleza dessa relação. Muitas pessoas se perguntam sobre qual é o nosso propósito, enquanto humanos na Terra e se esse propósito fosse esse? Demonstrar compaixão e empatia por todas as espécies? Essa é a principal mensagem passada pelo filme.

Em 'An Otter Love Story', aos poucos, Molly, a lontra, vai se conectando cada vez mais com aquela família, demonstrando que sim, a natureza é sábia e que todo indivíduo, seja uma lontra, um cachorro, ou até mesmo uma família de humanos, anseiam por um abraço, um acalento e saber que podem ter um 'lar' sempre que precisarem. 

As cenas onde Molly mergulha com Billy são de arrepiar, muito emocionantes de presenciar e sintetizam justamente esse sentimento de cumplicidade entre o homem e a natureza que é tão essencial. É cativante acompanhar esses pequenos momentos e refletir que estamos aqui para um propósito que vai muito além do que sobreviver, estamos aqui para viver e nos conectarmos. 

NOTA: 8.5/10

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SXSW 2024 | Can (Short)

 

Por Victoria Hope

O mundo da cineasta Kailee McGee vira de cabeça para baixo após um diagnóstico de câncer de mama em estágio avançado. Ela está no meio do tratamento, mas apenas começando a reavaliar a realidade, o amor e a identidade enquanto está doente. 

Kailee perde a noção de onde termina sua jornada contra o câncer e onde começa sua vida. Enquanto a voz dentro de sua cabeça alterna entre crise existencial e autoatualização, Kailee recorre à única maneira que ela conhece de cura: descobrir uma maneira de assistir a uma versão de sua jornada se desenrolar em uma tela.

Can é um daqueles tipos de curta metragens que faz o público se identificar com a protagonista mesmo que a audiência não tenha passado pelo que ela passou. O formato funciona e facilmente poderia ser um longa metragem, já que representatividade feminina sobre a temática é tão rara de encontrar no cinema.

Temos vários exemplos de filmes que contam a história de pessoas que estão lutando ou que sobreviveram o câncer, mas raramente as protagonistas femininas tem a chance de contar seu lado da história, então esse formato, semi biográfico, semi documentário é excelente para esse estilo de narrativa. 

Em Can, vemos a relação conturbada de Kailee e acompanhamos seus diálogos internos, suas dores e pequenas alegrias enquanto ela tenta retomar sua vida e seguir em frente após o tratamento, através da arte e do amor. Essencialmente, essa é uma história sobre como não estar sozinho nos momentos mais difíceis da vida, é o que mais importa, mas também, lidar com sentimentos e entender que seguir em frente é preciso no processo da cura.

NOTA: 9/10 

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SXSW 2024 | We Strangers

 

Por Victoria Hope

Em 'We Strangers', Rayelle Martin trabalha como faxineira comercial em Gary, Indiana. Ela é travessa, brincalhona e hábil em se adaptar ao ambiente. Um dia, enquanto estava no trabalho, Ray é abordado pelo Dr. Neeraj Patel, um terapeuta que a contrata para trabalhar como governanta. Quem vai dizer não ao dinheiro extra? Não, Ray.

Patel então lhe apresenta outra oferta que ela não pode recusar: um segundo emprego limpando a casa de sua amante. No início, Ray é apenas uma observadora, mas depois, depois de se cansar de ser uma testemunha, ela impulsivamente conta uma pequena mentira: que pode falar com os mortos. Enquanto Ray tenta assumir o controle de sua própria identidade, ela se encontra em uma estranha nova posição de poder.

O primeiro filme de de Anu Valia estreia no SXSW, trazendo uma visão distinta sobre identidade, assimilação e pertencimento de uma década com um olhar único sobre como encontrar o seu lugar no mundo e ao mesmo tempo, ganhar coragem de ser você mesmo em um mundo onde viver de aparências geralmente é celebrado ao invés de abraçar seu verdadeiro 'eu', principalmente onde questões de classe, raça e assimilação entram na trama. 

No filme, o público não necessariamente segue uma história linear e sim tem uma experiência sensorial e se tornam observadores, assim como a própria protagonista, que vê a vida passando, observa as relações entre as pessoas ao seu redor e tenta se assimilar de alguma forma.

Muitas pessoas já passaram por esse momentos de assimilação com certeza vão se identificar com diversas das escolhas da personagem. Pode levar um tempo, porém a personagem vai aos poucos descobrir que não existe nada melhor do que ser ela mesma e que mesmo que ela ganhe alguma compensação financeira em viver uma farsa, no fim das contas, é a família e os amigos dela que vão estar com ela até o fim, nas alegrias e tristezas.

Tem uma belíssima sequência durante 'We Strangers', onde acompanhamos um jogo de sombras na parede, que pessoalmente vi como um dos pontos altos do longa, já que ali, mesmo sem mostrar as duas personagens, da mesma forma conseguimos sentir a intimidade que aquele diálogo passa. Kirby está absolutamente intrigante no filme e passa muita verdade em seus gestos, em seu olhar e suas falas, o que torna esse projeto ainda mais especial. Talvez a quebra de ritmo e falta de linearidade dos eventos desconcentre alguns expectadores, mas essa é uma pequena gema que vai ser apreciada por quem adora um bom slowburn. 

NOTA: 8.5/10

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SXSW 2024 | Entrevista com Michael Felker, Adam David Thompson e Riley Dandy de Things Will be Different

 

Por Victoria Hope

No surpreendente sci-fi de viagem no tempo 'Things Will be Different', quando irmãos distantes, Joseph e Sidney, se encontram em um restaurante local após um assalto, eles fogem para uma casa de fazenda abandonada que os transporta para uma época diferente, a fim de escapar da polícia local. 

Mas quando eles tentam retornar ao seu presente depois que a costa está limpa, uma força metafísica desconhecida os isola e os abandona na terra, a menos que façam exatamente o que lhes é ordenado. O que resulta disso não apenas distorce as forças do espaço-tempo, mas também distorce os laços familiares de Joe e Sid além do ponto de confiança e perdão.

O emocionante título estreia de Michael Felker na direção de longas-metragens é estrelado por Adam David Thompson e Riley Dandy, além de Chloe Skoczen (Graduação), Justin Benson (Something in the Dirt) e Sarah Bolger (Era uma vez, Emelie), que completam o elenco. O filme teve sua estreia no SXSW desse ano e nossa equipe teve a oportunidade de bater um papo sobre cinema, viagem no tempo e inspirações com o diretor Michael Felker ao lado das duas estrelas do filme Adam David Thompson e Riley Dandy



Amélie Magazine: Como foi a experiência no set de filmagens de 'Things Will Be Different?'

Michael: Nossa, foi uma montanha russa, não sei se descreveria muito bem, mas quando estamos numa produção, temos altos e baixos, coisas fora do seu controle. Mas quando você tem pessoas como Adam e Riley sentados ao seu lado nessa montanha russa, tudo se torna mais divertido e eu tive uma experiência fantástica dirigindo esse filme. 

Adam:  Nós certamente tivemos nossos desafios no set, incluindo aqueles que estavam fora de nossa alçada, como por exemplo, desastres naturais, Covid, coisas assim, mas eu preciso dizer que trabalhar nesse filme, em termos do processo de filmagens, foi uma se não , a melhor das experiências que eu já tive.

Ensaiar e poder trabalhar com Riley foi incrível ter essa possibilidade e assim que entramos no set, já começamos a nos sentir como uma verdadeira família, mesmo com tantas coisas, como as que pontuei, acontecendo ao mesmo tempo. Nós descobrimos diversas coisas e nos divertimos muito.

Riley: É claro que essa história é muito importante para Michael, porque ele escreveu essa história, mas foi como se todos nós estivéssemos na mesma página, em igualdade. Todos nós somos apaixonados por essa história, então isso fez toda a diferença no set.

Quando foi hora de nos despedirmos do set, eu confesso que fiquei depressiva por algumas semanas, porque eu sentia falta dessa família que construímos e dessa história. Foi algo muito especial de presenciar.

Amélie Magazine: Qual foi o momento mais emocionante do filme para cada um de vocês?

Adam: Bom, eu vou responder essa porque não cai no território de spoilers, mas tem um momento no filme em que os irmãos tem tatuagens que combinam uma com a outra, e a última cena que filmamos no set, tivemos um flashback de quando eles fizeram as tattoos juntos.

Nós estávamos sentados na varanda, era crepúsculo e toda a equipe estava unida ali perto naquela cena, e ter aquele momento realmente fez com que eu sentisse como se Riley fosse minha irmã, e ter aquele momento silencioso, comigo e com Riley, aquilo para mim foi o momento mais impactante, porque é uma almogamação de coisas que passamos, tanto como personagens quanto atores.

E ter aquele momento silencioso, é quase como se todos nós sabíamos que aquele seria o último momento que teríamos para trabalhar juntos e foi emocionante para todos nós e para a equipe. Eu nem sabia para onde ir depois daquela cena. Tipo,, 'será que vou pro carro? Será que eu troco de roupa'? E por algum momento isso me atingiu e me tocou e ainda toca toda vez que vejo a cena. 


Things Will be Different / Foto: Divulgação

Riley: Exatamente e não sei se muitas pessoas perceberam, mas metade do filme foi feito durante o inverno, então nós fomos para casa após as filmagens e fazer esse processo de novo foi quase como se estivéssemos voltando para o acampamento de verão, sabe?

Então quando terminamos as filmagens naquela noite de verão, a realização de que não nos veríamos mais e que aquela seria a última vez, me pegou demais. Essa realmente foi uma excelente cena de pontuar, Adam.

Michael: Eu acho que tem duas cenas, uma delas que acontece bem no arco do meio da história, sem colocar spoilers, que é um momento onde os protagonistas finalmente entendem o que está acontecendo e essa foi a cena que mais me estressou, porque nós não tínhamos muito tempo e nós ficamos sem luz, a equipe inteira estava morrendo de frio.

Mas depois de filmar as primeiras cenas, eu finalmente respirei de pensei 'o filme está pronto, é isso! Eu comecei a me animar, balancei os punhos no ar dizendo 'Isso! Vocês conseguiram! Vocês conseguiram! Eu estava muito animado!

Adam: Eu preciso dizer, Michael estava muito animado! Ele é animação pura! Tem muitos diretores que fazem o trabalho e dizem 'É isso, por hoje é só', mas não ele! 

Riley: Exato e isso  sobre diretores não tão animados as vezes nos deixa receosos, a gente sempre pensa 'nossa, será que eu fiz um trabalho ruim?'

Michael: Justamente, nós como diretores temos que ser uma torcida, afinal, somos as primeiras pessoas a assistir o filme, então eu tava muito animado de verdade. Aquilo para mim foi um momento muito incrível, mas o segundo foi durante os ensaios, onde a Riley tem uma cena que ela pode falar, mas foi um momento onde eles transacionam de uma cena engraçada para emocionante. Foi um momento doce e a melhor parte é que esse momento partiu de vocês, esses momentos orgânicos são importantes.

Riley: Basicamente você pode falar que dei uma incrível contribuição (risos). Brincadeiras à parte, eu trabalhei em uma cena onde eu e Adam estávamos numa banheira e nossas pernas se entrelaçaram eu fiquei muito feliz quando vi que essa cena foi incluída no filme. Foi especial. 


Things Will Be Different / Foto: Divulgação

Amélie Magazine: Agora vamos todos fingir que somos viajantes do tempo. Se vocês, Riley,  Michael e Adam, pudessem voltar no tempo e deixar uma mensagem para as crianças que um dia vocês já foram, qual seria essa mensagem?

Adam: Sabe, eu acabei de ter uma sessão de terapia antes de entrarmos aqui na entrevista, então eu sinto que estou em um lugar onde eu posso falar para o pequeno Adam que tudo vai funcionar, tudo vai ficar bem. Não importa o quão reativas e pessoais as coisas possam parecer no momento, a grande verdade é que sua vida é perfeita em cada porção e é assim que deveria ser. Se liberte e aproveite a vida.

Riley: Sabe, eu ia dizer a mesma coisa, eu acho que as vezes me perco sempre pensando em quais serão os próximos passos. Eu penso 'bom, eu tenho que fazer isso e depois mais aquilo e aquilo de novo e eu acho que se pusesse falar com a minha pequena eu, diria para ela 'ei, dê uma olhada à sua volta', porque eu queria tanto sair da minha cidade natal na época, sabe? 

E eu sentia que as pessoas não me entendiam e acho que se eu pudesse falar com ela, diria para ela respirar fundo e aproveitar esses pequenos momentos mundanos, porque são esses momentos que fazem a beleza da vida. Não são os grandes momentos que fazem toda sua vida. É claro que eles são importantes, mas a vida não é só isso, ela é feita de grandes e pequenos momentos. Coisas pequenas como fazer compras, andar de carro com a sua mãe, esses são os momentos que vão estar para sempre com você, então os aproveite.

Adam: Essa foi a pergunta mais legal que eu ouvi! Eu vou dizer, sou um preocupado perpétuo, mesmo que não pareça. estou sempre pensando e me preocupando com o que vai acontecer a seguir, então a minha questão é mais ou menos como uma almogamação do que o Adam e a Riley descreveram.

Eu sempre faço resoluções todo ano e eu sempre me preparo para o futuro e fazer esse filme foi a primeira vez que eu não tinha uma agenda, não tinha uma preocupação de que precisava disso ou aquilo. E eu queria muito ter aprendido isso há muito tempo atrás. 

Desde criança eu sempre fui muito preocupado com tudo 'será que eu faço faculdade de cinema?' 'Preciso fazer amigos!', 'Preciso encontrar emprego e ter dinheiro' e sabe, você se preocupa com essas coisas porque obviamente você quer tudo isso, mas se eu pudesse voltar atrás, eu diria 'Pare. Aproveite o que você tem agora, respire, porque se você passar o tempo todo se preocupando, você não vai se lembrar de nada depois, tudo vai desaparecer. Celebre o tempo e os momentos que você tem, se 


Things Will Be Different / Foto: Divulgação

Amélie Magazine: Um filme que transformou suas vidas

Michael: Tem um grande filme que mudou minha vida e esse filme foi Matrix. Eu o assisti quando era uma criança ainda e aquilo me fez pensar no que um filme poderia ser. Não apenas em termos de história, sabe? Aquilo destruiu meu cérebro de criança de 11 anos (risos). 

Aquilo mudou tudo, me mostrou como filmes poderiam ser e o que eles poderiam fazer e aquilo mexeu comigo e até hoje eu ainda tento alcançar aquele nível de êxtase que eu senti assistindo essa história. Mudou totalmente a forma como eu vejo não apenas filmes, mas como também vejo tudo ao meu redor, porque foi algo que eu nunca tinha visto antes. 

Riley: Eu acho que eu tenho dois por dois motivos distintos. Quando eu era criança, E.T foi incrível para mim porque eu me lembro nitidamente de ver a Drew Barrymore no filme e ela era mais nova do que eu e ela estava atuando, então eu pensei 'Espere aí! Eu sou mais velha que ela, eu poderia estar fazendo isso também! E foi assim que eu quis me tornar atriz. 

O segundo filme foi na minha adolescência, que me marcou demais e que eu assisti mais de cinco vezes, foi 'Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças'. Esse filme mexeu demais comigo e mudou minha vida. 

Adam: Na verdade eu não tenho uma resposta para isso, com meu cérebro de TDAH, todo filme que eu assisti, mudou algo completamente para mim. Sabe, ver até onde a imaginação das pessoas vai, sabendo todo o trabalho duro que se leva para fazer um filme, isso me faz amar cada vez mais. Eu amo assistir filmes, eu amo teatro e mesmo que você não goste dessas coisas, sempre tem algo especial que você pode aprender com essas experiências.

Eu sou um grande consumidor de documentários, eu nunca me canso, sempre assisto tudo relacionado à documentários. Eu gosto de poder ver um vislumbre sobre a vida real dos outros e problemas que eles tem e como os resolvem e lidam com isso em pequena escala e para ser honesto, quando falamos de atuação, eu carrego bem mais o que vejo em documentários do que vejo em filmes e narrativas, porque tem algo 'nu' e vulnerável com essas pessoas da vida real, principalmente em documentários muito bons, quando o diretor consegue possibilitar que essas pessoas se abram e sejam sinceras sobre suas realidades.

Amélie Magazine: Se vocês pudessem definir Things Will be Different em três palavras, ou seja, uma palavra para cada um, quais seriam?

Adam: Se eu pudesse dizer uma palavra, eu diria família 

Riley: A minha seria, fé, alo do tipo 'será que você poderia mudar sua trajetória?' 'Você poderia mudar seu destino'.

Adam: Fé é uma boa palavra, mas algo que nós três pensamos e falamos sempre é sobre esperança. Ou você tem ou você não tem, mas sem spoilers, ela diz muito sobre esses personagens e sobre essa história.

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SXSW 2024 | Coletiva de imprensa com elenco de Sing Sing da A24

 

Por Victoria Megan Garza

Durante o SXSW 2024,  Sing Sing, o mais novo filme da A24, marcou presença no festival, trazendo aos palcos Colman Domingo, Clarence Maclin e Clint Bentley para um papo com o público. Nossa equipe teve a oportunidade de conferir a primeira coletiva de imprensa sobre o filme antes da estreia no festival e entender um pouco mais sobre esse novo tocante projeto da A24

Sing Sing é um novo filme da A24 que explora o poder transformacional do teatro para pessoas encarceradas. Baseado em uma história real, o filme segue um grupo de teatro na prisão de Sing Sing tentando realizar uma produção original por meio do Programa de Reabilitação pelas Artes da instalação. 

O filme é estrelado por atores como Colman Domingo, de Fear the Walking Dead e A Cor Púrpura, e Paul Raci, de Sound of Metal, ao lado de ex-veteranos do programa como Clarence “Divine Eye” Maclin e Sean San José, que ajudaram a inspirar seu enredo.


Abaixo, confira mais vídeos da coletiva



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SXSW 2024 | Natatorium

 

Por Victoria Hope

No drama familiar 'Natatorium', uma jovem fica com os avós afastados na cidade enquanto espera pelos resultados de sua audição para um grupo internacional. Os avós a acolhem, encantados com a oportunidade de conhecer melhor a neta. 

Enquanto fica na casa, a menina conhece seu tio, que sofre de uma misteriosa doença pulmonar de longa duração e fica principalmente confinado à cama. Ela também observa os estranhos rituais religiosos de sua avó, alguns envolvendo uma piscina no porão. 

Quando o pai da menina descobre que ela está hospedada com os pais dele, ele convence a irmã a visitar a casa para tirá-la de lá antes que uma terrível tragédia tome conta do local. O ar soturno do longa toma conta desde os primeiros segundos do filme, onde a audiência observa uma cena caleidoscópica do que parece ser uma casa abandonada.

A jovem de 18 anos, Lilja, é extremamente criativa e talentosa e atualmente está tentando a chance de entrar para a companhia de arte da cidade, Ela ainda não sabe, mas existe um motivo pelo qual sua tia, Vala, não confia na avó e matriarca religiosa da família, mas aos poucos, as coisas começam a fazer sentido para a garota, talvez um pouco tarde demais para ela e para o restante da família. 


Natatorium / Foto: SXSW

O tempo todo a audiência é levada a questionar os verdadeiros motivos por trás da morte de uma de suas tias e o motivo pelo qual Vala quer tirar sua sobrinha daquela casa a qualquer custo. O mistério e o horror pairam no ar, enquanto a adolescente se vê obrigada a engajar com as crenças religiosas de sua avó Áróra.

Aos poucos, o que parece ser uma família comum, começa a se provar que nada é o que parece ser e o pânico se instaura quando a audiência é apresentada à uma suspeita piscina ao 'ar livre'. O nome 'Natatorium' em si, já qualifica uma junção ou um complexo de piscinas, mas o que exatamente é esse local e qual é a significância dele?

O filme pouco fala sobre o verdadeiro significado da piscina, tampouco justifica os motivos por trás das cerimônias orquestradas por Árora devido ao seu fanatismo religioso. Aquela casa e aquela família estão se corroendo, mas Lilja não percebe isso, afinal, os mais jovens da casa não sabem sobre o passado sombrio daquela casa. 

Apesar do ritmo demasiadamente arrastado do filme, os plot twists pegam o público de surpresa e chegam em forma de um slowburn que aos poucos vai crescendo e crescendo até culminar na explosão das cenas finais. Toda essa construção da atmosfera faz a história valer a pena, principalmente por não entregar exatamente um final fechado, deixando para a imaginação do público, o que aconteceu após a tragédia. Essa é uma história que vai ressonar em todos que já se afastaram da família ou que são fadados a viver em um ambiente tóxico movido a crença das pessoas mais velhas da casa. 

NOTA: 8.5/10

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SXSW 2024 | Backspot

Por Victoria Hope

Em 'Backspot', Riley é o formidável backspot em sua equipe de líderes de torcida de nível médio até que a treinadora profissional Eileen McNamara lhe dá a oportunidade de se juntar aos Thunderhawks, um time All Star de alto desempenho. 

Jovem, ambiciosa e apaixonada por sua namorada Amanda, Riley estaria no topo do mundo se conseguisse controlar sua ansiedade paralisante. Desesperada para ser ouvida e apreciada, duas qualidades que faltam em sua vida doméstica, Riley fará de tudo para agradar seu novo treinador.

Oprimida, obsessiva e com uma competição iminente, esta jovem atleta queer deve decifrar a própria voz das mulheres ao seu redor e formar uma relação mais saudável com o esporte que ela ama. O filme é uma singela história coming of age de esportes com todo o drama esperado do gênero, porém, com representatividade queer, o que é mais raro de se ver em cenários de filmes relacionados à temática esportiva.

O público acompanha o dia a dia dessas atletas que dão literalmente o sangue para se tornar não apenas boas, mas as melhores de toda a equipe e nesse meio tempo, sem grandes surpresas e sem reinventar a roda, pois afinal, não há muito como sair de todos os temas abordados.

As cenas onde Riley tem ataques de pânico são absolutamente viscerais e literalmente de tirar o fôlego, pois isso é algo que é pouco mostrado em filmes esportivos e aqui em 'Backspot', é abordado com seriedade. Como dito antes, esse não é um filme inovador no gênero, mas faz um excelente trabalho em mostrar o turbilhão de emoções da vida de uma jovem que não apenas busca seguir seus sonhos no esporte, mas que também busca entender seu papel e seu lugar no mundo, 

NOTA: 8/10 

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SXSW | My Idea (Curta)

 Por Victoria Hope

'My Ideia', curta do grupo Yatch, mostra um processo doloroso ser uma ideia esperando para ser concretizada, esperando para se tornar real. Muitas ideias nunca dão certo. My Idea mostra um ator de captura de movimento que fica preso como ator de captura de movimento 24 horas por dia, 7 dias por semana - comendo, vivendo, trabalhando - imaginando quando seus criadores o libertarão.

O curta traz uma importante mensagem sobre um trabalho que é tão pouco celebrado na indústria do cinema. Nomes como Andy Serkis já abordaram a temática, relembrando à audiência em como a academia geralmente ignora a importância do trabalho dos atores de motion capture.

Tudo o que o protagonista faz é sonhar acordado, se imaginando em um palco do TED Talks com dezenas e centenas de ouvintes admirando seu trabalho e finalmente valorizando o que ele tem a oferecer, mas novamente, o curta traz a audiência para a realidade; realidade essa onde ele apenas faz um trabalho bem feito, ou até mesmo mediano, sem a perspectiva de que um dia irá sair daquela realidade. Será que um dia ele vai conseguir seu lugar ao sol?

NOTA: 8/10

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SXSW 2024 | Entrevista com Anu Valia, a diretora de We Strangers

 

Por Victoria Hope

Do drama existencial moderno 'We Strangers', Rayelle Martin (Kirby Howell-Baptiste), trabalha como faxineira comercial em Gary, Indiana. Ela é travessa, brincalhona e hábil em se adaptar ao ambiente. Um dia, enquanto estava no trabalho, Ray é abordado pelo Dr. Neeraj Patel, um terapeuta que a contrata para trabalhar como governanta. Quem vai dizer não ao dinheiro extra? Não, Ray.

Anu Valia, a diretora do filme, é uma escritora/diretora cujas raízes estão na Índia e em Indiana. Os créditos de direção de TV de Anu incluem o piloto de "The Big Door Prize" da Apple TV, "She-Hulk", "The Afterparty", "And Just Like That", "Shrill" e "Never Have I Ever". Seu curta-metragem, "Lucia, Before and After" ganhou o Short Film US Fiction Award no Sundance e foi exibido no SXSW e nós tivemos oportunidade de bater um papo com a diretora e falar sobre esse belíssimo drama que terá sua estria no Festival SXSW desse ano.

Para a diretora, o ponto principal do filme é criar esse sentimento que ela já sentiu uma vez na vida, mesmo com ela sendo muito diferente de Ray, a protagonista, afinal, Ray é observadora, mas não necessariamente passiva, principalmente pela personagem ser tão sincera quando está desconfortável em algum momento ou quando ela fala o que pensa. 

Essencialmente, We Strangers é um filme sobre ser si mesmo, é sobre o peso que muitas pessoas de diferentes backgrounds, sente certa pressão em agir de certa forma, uma vez que as pessoas como indivíduos cedem a essa pressão, mas que eventualmente, conseguem se liberar disso. 



Amélie: Como foi o processo de casting e como foi trabalhar com Kirby Howell-Baptiste? 

Anu: Sabe, no fim, o filme é sobre os atores. Esse elenco entendeu o filme tão bem. Todas as pessoas entenderam e eu realmente só poderia trabalhar com pessoas que entendessem esse filme verdadeiramente e Kirby, nós nos tornamos amigas depois. 

Há anos atrás, ela havia lido apenas um rascunho do que seria o roteiro e depois de um tempo, quando começamos as filmagens, eu pensei: 'Nossa, ela poderia ter escrito isso!', porque ela entendeu tanto a personagem e trouxe tanto de características dela mesma para esse papel. Ela estava atuando, mas ela doou tanto dela, que ela poderia ter dirigido esse filme.

Ela sabia exatamente onde esse filme deveria ir e tudo foi feito de forma tão boa. Tive muita sorte em trabalhar com Kirby. 

Ela inclusive se mudou para perto de onde eu estava e ela mesma também já trabalhou temporariamente como faxineira por um tempo, então, não necessariamente isso adiciona mais experiência ao papel, mas tipo, você precisa fazer o trabalho e ela achava isso algo meditativo, então funcionou demais para a personagem. Foi algo lindo de ver, é um presente para a audiência ver um filme e um presente para os atores que interpretam.

Amélie: Três filmes que a inspiraram a ser diretora.

Anu: Eu vou falar de filmes que me inspiraram, mas primeiro, quero falar sobre um que me inspirou a escrever esse aqui especificamente, claro que não é um 1:1, mas foi com certeza 'A Mulher sem Cabeça' de Lucrecia Martel, um filme de 2008, um filme incrivelmente interno. Você acompanha essa mulher viajando pelo mundo e o filme traz essa atmosfera interna perfeita, de forma tão bela, então essa foi uma das inspirações. 

Aí um filme que estávamos assistindo outro filme durante o processo de edição desse, que foi 'Retour à Séoul', que também é a história de uma mulher passando por muitas mudanças e eu amo como esse filme é estruturado. Crescendo, meu pai sempre me mostrou filmes internacionais e eu cresci assistindo esses filmes, então títulos como 'Morangos Silvestres', me marcaram demais, foram tão seminais para mim. É um filme sobre vida e morte, essencialmente.  

Meu pai também me mostrava filmes de Fellini e não era para ser prepotente sobre isso, era pra mostrar 'olha só, ele escreve poemas e poesias'. Eu adoro temas contemplativos e que exploram nosso propósito do mundo, então tudo o que eu escrevo é pensando sobre isso. We Strangers é sobre assimilação e o que a assimilação tira de você e também estou escrevendo um novo projeto que mostra nossa relação com nossos ancestrais e a natureza dos romances entre outros temas relacionados.

Mas para falar sobre terceiro filme mesmo, eu tive uma época em que estava fissurada em Lars Von Trier na época do colegial, me lembro que assisti dançando no escuro e aquele filme me destruiu por completo. E me fez pensar 'nossa, esse filme é tão emocionante que faz você se relacionar com o personagem e tipo, quem não ama estar completamente mergulhado nesses personagens? 

Amélie:  E como é estar no SXSW como diretora pela primeira vez?

Anu: A parte que eu mais amo de festivais é assistir muitos filmes, então estou muito animada. A parte mais legal de estar numa sala de cinema é perceber as pessoas ao seu redor e sentir aquela energia e ver que todos estão lá para focar em uma coisa. É aquela energia de sair da sala de cinema completamente mudado, transformado e ficar pensando sobre esse filme assim que você deixa o cinema, quando você só quer falar sobre isso. 

Estar no SXSW, é muito bom, mas eu não tinha parado pra pensar muito nisso, mas agora, a realização de que o filme estará disponível para o mundo inteiro ver e ter a chance de ver meu filme em um festival que verdadeiramente apoia o cinema independente e que incentiva pessoas com jeitos únicos de contar histórias, é realmente muito bom. Sou muito grata por esse filme ter essa possibilidade de ser assistido e sentido pelo público. É tão diferente de quando você assiste algo no computador, é difícil mergulhar, então eu peço à audiência, se entregue a esse momento quando estiver no cinema.

Amélie: Se você pudesse mandar uma recado para a jovem Anu e dizer para ela que agora ela é uma diretora e que vai ter uma estreia num dos maiores festivais de cinema dos EUA, qual seria essa mensagem? 

Anu: Que pergunta mais linda! Acho que ela diria: 'Nossa, demorou, hein?' (risos), mas brincadeiras à parte, acho que esse sempre foi o sonho. Acho que eu diria pra ela que a verdadeira recompensa, é que se você realmente amar arte, pegue a oportunidade de criar mais arte. Pessoalmente, os melhores momentos para mim são estar no set de filmagens; eu choro, eu fico animada, é tão bonito. Quando você edita um projeto e é algo mágico, então eu imagino que eu criança me emocionaria em estar vivendo meu sonho.

Eu diria para ela aprender absolutamente todos os detalhes e aspectos necessários para se fazer um filme, porque até hoje, isso é algo que estou constantemente estudando e eu acho que para a 'eu' de agora, estou mais animada em saber e ouvir o que vocês, expectadores sentem sobre o filme e o que acham desse projeto. É sobre conexão no fim das contas. 




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