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Sundance 2022 | Confira os vencedores do festival

 

Por Victoria Hope

Foram oito dias intensos de muitos filmes, curtas e lançamentos incríveis durante esta edição do Sundance Film Festival 2022, que aconteceu de forma completamente virtual e ainda seguirá até o dia 30 com os curtas e séries disponíveis na plataforma. 

Com acima de cem filmes em seu catálogo, o evento conseguiu a tarefa de entreter seu público, mesmo de forma virtual, através das Film Parties, conversas com elencos no Cinema Cafe e até mesmo eventos especiais na ' Nave Espacial', uma área digital onde convidados puderam utilizar seus avatares e até mesmo óculos VR para interagir com outros convidados, assistir exibições e shows especiais, além de conferir uma galeria completa com todas os projetos da área New Frontier.

Esse ano sem dúvida trouxe muitos títulos fortes e o melhor do cinema independente nacional americano e internacional. Abaixo você confere os vencedores da noite, incluindo After Yang de Kogonada, que já havia vencido o prêmio Alfred P. Sloan antecipadamente, alguns dias antes do festival.

CONFIRA OS VENCEDORES DO SUNDANCE 2022 


COMPETIÇÃO DRAMÁTICA AMERICANA

Nanny / Foto: Sundance

Grande Prêmio do Júri: "Nanny"

Prêmio do Público: "Cha Cha Real Smooth"

Melhor Direção: Jamie Dack, "Palm Trees and Power Lines"

Melhor Roteiro: K.D. Dávila, "Emergency"

Prêmio Especial do Júri por Visão Artística: Bradley Rust Gray, "Blood"

Prêmio Especial do Júri por Melhor Elenco: John Boyega, Nicole Beharie, Selenis Leyva, Connie Britton, Olivia Washington, London Covington e Michael K Williams, "892"


COMPETIÇÃO DOCUMENTAL AMERICANA

The Exiles / Foto: Sundance

Grande Prêmio do Júri: "The Exiles"

Prêmio do Público: "Navalny"

Melhor Direção: Reid Davenport, "I Didn't See You There"

Melhor Edição: Erin Casper e Jocelyne Chaput, "Fire of Love"

Prêmio Especial do Júri por Impacto pela Mudança: "Aftershock"

Prêmio Especial do Júri por Impacto pela Visão Criativa: "Descendant"


COMPETIÇÃO DRAMÁTICA MUNDIAL

Utama / Foto: Sundance

Grande Prêmio do Júri: "Utama"

Prêmio do Público: "Girl Picture"

Melhor Direção: Maryna Er Gorbach, "Klondike"

Prêmio Especial do Júri: "Leonor Will Never Die"

Prêmio Especial do Júri por Melhor Atuação: Teresa Sánchez, "Dos Estaciones"


COMPETIÇÃO DOCUMENTAL MUNDIAL

All That Breathes / Foto: Sundance
Grande Prêmio do Júri: "All That Breathes"

Prêmio do Público: "The Territory"

Melhor Direção: "A House Made of Splinters"

Prêmio Especial do Júri por Técnica Documental: "The Territory"

Prêmio Especial do Júri por Excelência em Filmagem Real: "Midwives"


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Sundance 2022 | Maika

 31/05/2022

Por Victoria Hope

A perda de uma mãe é sempre muito difícil, para o jovem Hung de 8 anos, essa perda tem ainda mias impacto. Sempre 'no mundo da lua', garoto não tem a melhor relação do mundo com seu pai, sua melhor amiga está prestes a  se mudar para Saigon e para piorar, o proprietário do imóvel vive humilhando o pai de Hung, tentando despejá-lo do apartamento.

Sem muito o que fazer a não ser admirar o céu estrelado, num belo dia Hung nota uma estrela cadente lilás caindo dos céus e a partir desse dia, sua vida muda para sempre. Dirigido e escrito por Ham Tran, que já havia participado do Sundance em 2006 com seu filme 'Journey from the Fall', acompanhamos então a história desse garoto e sua jornada ao lado da excêntrica alienígena de cabelos roxos, Maika. 

Maika é inspirado em um programa infantil de tv da Czechoslovakia, de mesmo nome, lançada em 1978 e através de muitas cores e performances carismáticas do elenco infantil, essa produção com certeza irá agradar todas as idades, mas principalmente as crianças. 

Maika / Foto: Sundance

O filme é uma aventura que toca em temas como amizade, família e compaixão, mas mesmo com a temática um pouco mais infantil, o filme não deixa de toda em assuntos mais sensíveis como o luto, perdas e a necessidade de seguir em frente. 

E outro trunfo do longa, fica por conta de toda a questão e inspiração cultural, pois mesmo com toda a tecnologia mostrada no filme, ele ainda mantém as raízes ao mostrar as famílias e principalmente as crianças, honrando a cultura vietnamita através do compartilhamento de lendas clássicas da região e de celebrações culturais extremamente importantes. 

Maika não é um dos maiores títulos que pude conferir nesse ano do Sundance, mas definitivamente ficará marcado como um dos filmes mais fofos e que ao terminar, irá deixar todos com o coração quentinho e a vontade de dar um abraço apertado na família e nos amigos. 

NOTA: 8/10

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Sundance 2022 | Am I Ok?

Por Victoria Hope

Na comédia "Am I Ok?" Lucy (Dakota Johnson) e Jane (Sonoya Mizuno). Elas terminam as sentenças de cada uma, praticam yoga, saem juntas todo dia para beber e sabem tudo o que a outra adora, mas quando Jane é promovida em seu trabalho e concorda em se mudar para Londres, Lucy aproveita a oportunidade para revelar um grande segredo: ela gosta de mulheres

Em todos os anos de amizade entre as duas, Lucy nunca falou sobre sua vida amorosa, inclusive Jane e seu namorado sempre incentivaram a amiga a sair com o cara bonito que todos eles conhecem, mas até então, nunca entenderam o porque da garota não corresponder o rapaz.

Até então, Lucy nunca havia prestado atenção nisso, mas ao falar em voz alta, ela finalmente percebe sua sexualidade e começa a se questionar, pensando que é tarde demais para ela descobrir algo assim e ao mesmo tempo, a amizade das garotas muda e se torna um verdadeiro caos enquanto as duas seguem veem essas mudanças (novo emprego e novos relacionamentos) tão inesperadas, mudar suas vidas e suas dinâmicas para sempre.

Am I Ok? / Foto: Sundance

A estreia direcional de Tig Notaro e Stephanie Allynne é uma história de amor fofíssima  sobre duas adultas  trabalhando em suas complexidades e descobertas pessoais, de uma forma leve e ao mesmo tempo, emocionante. 

Lucy aos 32 anos ainda carrega alguns preconceitos internalizados, como em um momento onde ela assume que sua colega de trabalho, Britney, pela qual ela é apaixonada, não pode ser lésbica por usar vestidos, mas logo esse pensamento é quebrado pelo próprio namorado de Jane, o Danny, que diz para a garota que lésbicas não precisam se vestir assim ou assado e que a sexualidade não tem nada a ver com a forma de se vestir ou portar. 

Durante essa conversa, Lucy finalmente entende que nunca é tarde para aprender e como é importante se desprender dos dogmas e crenças que são passadas de geração em geração. A grande mensagem de 'Am I Ok?' é uma verdadeira declaração de amor ao autoconhecimento, levando a mensagem de que nunca é tarde demais para se conhecer verdadeiramente e que amizades autênticas, não importa o que aconteça, continuam firmes mesmo após mudanças. 

NOTA: 7.5 /10

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Sundance 2022 | Bring on the Dancing Horses (Indie Episodic Program)

 

Por Victoria Hope

A série indie 'Bring on The Dancing Horses' teve sua estreia no Sundance Film Festival na categoria de Indie Episodic Program com o primeiro episódio piloto.  Na trama desse western moderno, conhecemos a história de uma assassina (Kate Bosworth) que sai em busca de completar sua lista de alvos em sua própria forma de justiça poética. 

Nesse que foi o primeiro episódio, o público teve a oportunidade de conhecer mais sobre o passado assustador da protagonista, que não apenas foi criada por um pai pistoleiro, como também foi a responsável pela morte de sua própria mãe, por encomenda. 

Inicialmente, a protagonista parece fria, mas logo, durante as conversas da assassina com suas vítimas, conseguimos entender que existem muito mais sentimentos na personagem, porém, ela não irá se desviar nunca de sua missão, até que um dia, ao retirar uma adolescente da prisão para uma de suas vinganças, tudo muda.

A amizade entre a pistoleira e a jovem que de jurada de morte pelas mãos da protagonista, acaba se tornando sua melhor amiga, tem um ótimo desenvolvimento e dá muita margem para muitos episódios, principalmente com o final em aberto, quando a assassina é sequestrada por dois de seus alvos.

Uma das melhores partes dos episódios indies, é que eles são uma vitrine para que grandes estúdios adquiram as produções e 'Bring on the Dancing Horses', sem dúvida teria espaço em streamings como Amazon Prime ou HBO Max. Com uma bela fotografia, ótimas atuações e protagonismo feminino em um gênero onde essa representatividade é muito rara, essa série traria um ar de renovação para o faroeste moderno nas telas. 

NOTA: 9/10

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Sundance 2022 | Palm Trees and Power Lines

Por Victoria Hope

[TW: Grooming, aliciamento de menor] Em "Palm Trees and Power Lines', remake do curta homônimo de 2018 dirigido e roteirizado por Jamie Dack que compete no Sundance desse ano na categoria de Filme Dramático dos Estados Unidos Lea (Lili Macnerny) está cansada da vida dela. Cada dia mais ela se vê distante do que os amigos fazem: serem preguiçosos e frequnetarem festas onde ficam constantemente bêbados e seus ficantes vão e vem. 

Mas ai ela conhece Tom (Jonathan Tucker), que é muito mais velho que a garota de 17 anos de idade. Lea descobre que a atenção focada de Tom preenche uma necessidade profunda e silenciosa, e o investimento de Lea em seu relacionamento rapidamente suplanta seus laços já tênues com sua mãe solteira distraída e seu grupo de amigos. 

Logo a paciência inicial de Tom e a vontade de deixar Lea assumir a liderança gradualmente dão lugar a uma dinâmica em que a consciência do poder que ele detém, como homem mais velho, se torna angustiantemente clara.

Palm Trees and Power Lines / Foto: Sundance

Jamie Dack faz um excelente trabalho ao não romantizar o e mostrar que adolescentes, por mais que achem que sabem o que estão fazendo, elas não sabem e o que acontece quando elas passam a lidar com predadores. Durante a conversa após do filme, a diretora revelou que se inspirou na própria vida e algo que aconteceu com ela durante a adolescência, logo, apesar desse tema já ser batido, é muito importante deixar que mulheres contem suas próprias histórias, sem influência da visão masculina, que tende a romantizar a diferença de idades. 

Muito diferente de 'Red Socket', aqui em Palm Trees e Power Lines, o assunto de 'grooming' (quando homens mais velhos rodeiam meninas menores de idade) não é tratado como uma piada, mas sim de uma forma madura, com performances incríveis de Lili Macnerny e Jonathan Tucker, que trazem seriedade necessária sobre relacionamentos tóxicos.  

É um filme denso, pesado e extremamente desconfortável, que com certeza irá incomodar pessoas que já foram vítimas de aliciamento / grooming por homens mais velhos. Particularmente, não passei por algo do tipo, então a história não me afetou de forma negativa, mas vale a recomendação de que o longa pode trazer gatilhos para outras pessoas, principalmente pessoas que já se viram em relacionamentos ruins com pessoas mais velhas. 

NOTA: 9.5 /10

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Universal apresenta materiais exclusivos de Os Caras Malvados para convidados

 

Por Victoria Hope

Nessa quinta (27), a Universal Pictures promoveu um evento para apresentar materiais exclusivos e inéditos sobra a mais nova animação da Dreamworks, 'Os Caras Malvados'. O filme é uma das primeiras novas animações dos estúdios desde Madagascar e tem estreia marcada para dia 17 de março nos cinemas. 

Inspirado na coletânea best seller infantil de mesmo nome, escrita por Aaron Blabey em 2015, o filme conta a história de cinco amigos animais que são criminosos. Representados em formas de alguns dos animais mais temidos da natureza, essas caras maus, querem provar pelo menos uma vez que podem fazer o bem. 

Durante o evento, nossa equipe pôde acompanhar os principais detalhes dessa produção, incluindo bastidores,  elenco, algumas cenas exclusivas e um mergulho completo por trás da produção de toda essa obra.

O diretor francês Pierre Perifel, que faz sua estreia com 'Os Caras Malvados', revelou em vídeo todas as inspirações para a escolha artística do filme, comentando que bebeu de fontes como '11 Homens e Um Segredo' e outros grandes filmes de ação para as cenas de roubo e também inspirações em Deadpool e até mesmo My Fair Lady para o tipo de humor utilizado nos personagens.

A coletânea 'The Bad Guys' vai ganhar mais 12 volumes / Foto: Scholastic

Além dessas inspirações, o diretor também confessou que se inspirou muito em Tarantino, mas é claro que não poderia adicionar cenas de sangue, então a influência foi para outros aspectos como enquadramentos e até mesmo para a construção da versão estilizada da cidade onde o filme se passa.

Com muitas referências, esse será um filme que toda a família irá adorar, sem contar a trilha sonora, que de acordo com Perifel, está incrível e com certeza vai parar na playlist de muita gente após esse lançamento. 

Os convidados puderam assistir a cena de abertura do filme, além de outras cenas extras para entender um pouco mais sobre essa trama dos vilões, Senhor Lobo (Sam Rockwell), Senhor Cobra (Marc Maron), Senhorita Tarântula (Awkwafina), Senhor Tubarão (Craig Robinson) e Senhor Piranha (Anthony Ramos. O elenco ainda conta também com Zazie Beetz, que será a prefeita da cidade, Diane Foxington, Alex Borstein que será a implacável policial Mary e o hilário comediante britânico Richard Ayoade, será o doce e bondoso Professor Marmalade

Durante o evento, a Universal ainda anunciou dois nomes que fazem parte do elenco de dubladores do filme no Brasil: Luis Lobianco, ator e comediante, que interpretará o personagem “Sr. Piranha” e Nyvi Estephan, atriz, apresentadora e gamer, que dará voz à “Srta. Tarântula”.

Confira o trailer oficial e não se esqueça de conferir #oscarasmalvados:

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Sundance 2022 | Night Bus (Short Film)

 

Por Victoria Hope

O grande vencedor do júri na categoria de Curta do Sundance, foi 'Night Bus', o curta de animação do diretor taiwanês  Joe Hsieh,  fazendo com que ele se tornasse o primeiro taiwanês a vencer um prêmio no Sundance Film Festival

Nesse thriller eletrizante de 20 minutos, acompanhamos cinco viajantes que pegam carona no último ônibus da noite para voltar para suas respectivas casas, mas tudo muda quando um roubo acontece a bordo e a verdadeira trama começa a se desenrolar. 

A tensão aumenta em cena conforme o andamento do curta prossegue e absolutamente nada prepara o público para a sucessão de reviravoltas que acontece na trama. A madame tem seu colar de pérolas roubado por um dos poucos passageiros e ao descobrir quem foi o suposto culpado, ordena que ele seja preso.

Enquanto a passageira 'rica' ordena que a classe trabalhadora, composta por dois mineradores no ônibus, ataquem o 'ladrão', o rapaz diz que não pegou nada e é inocente, mas mesmo assim, é violentamente atacado pela dupla de trabalhadores.

Mais do que apenas um thriller com cenas chocantes e muito sangrentas, "Night Bus" aborda temas como o carma e também a diferença de classes sociais, explorando a dinâmica da personagem aparentemente abastada para com os passageiros mais pobres, a dinâmica da esposa grávida que sofre violência doméstica e um dos casos mais chocantes que irá causar ainda outro plot twist: a violência contra animais.

A mixagem de som foi primordial para que o filme passasse a mensagem da forma mais apropriada para o público e a grande mensagem final tem muito a ver com o carma e como todos, uma hora ou outra, não importa a classe social, religião ou background, irão colher o que plantaram, tanto em vida quanto em suas mortes. 

 

NOTA: 9/10

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Sundance 2022 | Something in the Dirt

 

Por Victoria Hope

Em "Something in the Dirt', os talentosos reis do DIY (do it yourself), Aaron Moorhead e Justin Benson fazem sua estreia no Festival Sundance, servindo de co-diretores, co-estrelas, co-editores, roteirista (Benson) e diretor de fotografia (Moorhead) nesse sci-fi de baixo orçamento as avessas. 

Na história, Levi consegue um apartamento numa parte escondida próxima as montanhas de Hollywood, fechando assim seu êxodo em Los Angeles. Rapidamente ele faz amizade com seu vizinho John, um homem que acabou de se divorciar do esposo, adora literatura  e jogar conversa fora, então logo, a dupla passa os dias trocando histórias sob o céu da cidade.

Num belo dia, Levi e John presenciam algo impossível de seus apartamentos e assustados no começo, eles percebem que isso poderia mudar suas vidas para sempre e dar a eles finalmente um propósito, então, com a mente na grana que poderiam lucrar com esse achado, esses dois estranhos irão tentar provar o sobrenatural.

A química entre os dois personagens brilha no roteiro, passando verdade nessa amizade que acontece de forma tão instantânea entre os protagonistas, enquanto eles mergulham em um buraco cada vez mais fundo e longe da realidade. Something in the Dirt é uma história sobre esses tempos paranoicos pós-pandemia, onde qualquer resposta possível, pode ser encontrada online e o que acontece quando conspiracionistas encontram tempo de sobra.

É uma mistura de Arquivo X, com Unsolved Mysteries e um pouquinho de Poltergeist, mas em uma versão mais 'punk' em um ode as raizes do cinema underground. A trilha sonora é impecável e traz ainda mais um ar de mistério, nesse conto que no início parece ilário, mas rapidamente se torna assustador, onde dois caras fora da casinha, mexem com forças que deveriam deixar em paz. 

NOTA: 8.5 /10

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Sundance 2022 | Entrevista com Alli Haapasalo, diretora de Girl Picture

 

Por Victoria Hope

Essa edição do Sundance recebeu o incrível longa 'Girl Picture', dirigido por Alli Haapasalo, com roteiro de Daniela Hakulinen e Ilona Ahti, o filme é uma verdadeira carta de amor as mulheres em uma das épocas mais complicadas e maravilhosas de suas vidas: a adolescência. Com a mensagem de amor, respeito, sexualidade e descobertas, o filme conta a história de três garotas que estão navegando por suas vidas em meio a sonhos, alegrias e tristezas.

Girl Picture manifesta a energia jovial, força e a importância das amizades femininas, onde todas se apoiam, todas torcem umas pelas outras e sabem que podem contar uma com as outras nos momentos mais difíceis. De forma revigorante, Haaapalaso retrata com muita positividade e autenticidade, a vida desse trio de melhores amigas, interpretadas brilhantemente por Linnea Leino, Aamu Milonoff e Eleonoora Kauhanen.

Nessa quarta (26), tivemos a oportunidade de bater um papo com a diretora Ali sobre o filme e conhecer um pouco mais sobre o processo de criação desse projeto. Para conferir a crítica completa do filme, acesse aqui.


CONFIRA A ENTREVISTA

Amélie: O que a inspirou a contar a história de Girl Picture? 

Alli: A ideia inicial veio das roteiristas Ilona Ahti e Daniela Hakulinen, que foi quem fez o pitch dessa história para mim, mas acho que todas nós compartilhávamos a necessidade de contar a história de uma jovem mulher ou a história de jovens mulheres, que seria 'hoje', moderno, fresh, talvez com personagens mais complexas do que estávamos acostumadas a ver nas telas. 

Foi um dos nossos objetivos entregar uma história onde garotas estão no centro, onde elas vivem por conta própria, em seus próprios termos, onde  não são definidas por garotos ou adultos e onde garotas são livres para ser quem elas são, sem estarem em perigo ou serem diminuídas como pessoas, mas também queríamos fazer isso de uma forma divertida e emocionante, com leveza mas com essa força para essa representação das mulheres. 

Amélie: Quais foram os maiores desafios durante as filmagens?

Alli: A resposta chata é tempo e dinheiro (risos) porque nós tínhamos apenas 25 dias para filmar e tínhamos um budget pequeno, o que sempre é uma dor de cabeça. Existem coisas que queremos levar mais tempo fazendo e algumas cenas. 

Mas artisticamente falando, percebi que o maior desafio era confiar na história, porque se você focar na parte artística, é um filme menor em termos de plot, pouca ação acontece e tudo acontece em uma frequência que funciona mais como um estudo dos personagens e você precisa fazer certo e fazer de forma real em relação a como as garotas se sentem.

Quais são as emoções delas e como fazer a audiência se conectar com isso e eu acredito que o público apenas se conecta, se isso for genuinamente real, não pode ser apenas 'esteticamente' colocado ali.  É claro que eu acreditei na trama, mas fiquei me perguntando 'existe história suficiente?' Porque num filme de ação, você sabe que o roteiro tem que ser excitante do início ao fim, agora aqui como o roteiro é poroso, muito do que aconteceu teve que ser deixado para o set, o que é ótimo, mas também foi o maior desafio. 

Amélie: Eu amei o casal sáfico e adorei o fato de que elas simplesmente existiam no plot, sem a necessidade da fase de 'sair do armário'. O que pode dizer sobre isso?

Alli: Sim, esse foi outro aspecto importante para nós. Nós, tanto eu quanto as roteiristas, acreditamos que a orientação sexual deveria ser tratada de forma comum, sem que (ela) seja um problema, aliás, ela não deveria ser. Ponto. Eu não digo que não tenhamos que fazer histórias sobre 'sair do armário'. Histórias sobre 'sair do armário' são  muito importantes.

Eu tenho certeza que em vários lugares desse mundo, onde é extremamente perigoso revelar-se, então eu não estou dizendo tipo 'Ah, você sabe, chega disso, todos deveriam estar bem com isso', mas eu acredito que deveria existir um mundo nas telas, onde a orientação sexual não é um problema, onde é algo muito comum e aceito por todos, porque então isso existe ali, pode ser assistido por pessoas e pode empoderar essas pessoas que ainda não se sentem dessa forma, mas querem e eu gostaria de criar esse mundo. 

Amélie: Enquanto filmava, você conseguiu se ver em alguma das personagens? 

Alli: Não uma, mas todas as três (risos). Em vários aspectos, eu fui a 'boa aluna' como Emma, que era super focada na patinação, eu não fazia patinação artística, nunca fui atlética (risos), mas eu era uma garota muito focada, mas aí eu também sempre fui espalhafatosa e sempre me postei a frente, como Rönkkö e eu também era muito interessada nos garotos e em descobrir minha identidade, aprender tudo e também tem o lado da 'estranheza'.

Mas também acho que se uma dessas três garotas se tornasse uma diretora em suas vidas, essa garota seria Mimmi, porque ela é analista de filmes e que gosta de pensar criticamente em questões de cultura e sociedade e ter essas conversas. Ela também é interessada por artes visuais, então eu posso me identificar com todas elas. 

Amélie: Como diretora, qual seria o projeto dos seus sonhos para os próximos anos?

Alli: Meu trabalho dos sonhos seria pegar o roteiro no qual estou trabalhando faz anos com Carolina, uma roteirista aqui da Finlândia, e essa história seria sobre uma mulher que vive uma vida dupla. Eu praticamente pensei na história original há muito tempo atrás, eu ainda estava em Nova York, na faculdade de Cinema e isso já faz praticamente 8 anos, eu acho e nós estamos escrevendo ele desde então. A história já teve várias voltas, mas está ficando pronto e sinto que nós estamos prontas para ele, então esse seria meu sonho se tornando realidade. 

Amélie: Se você pudesse enviar uma mensagem para a Alli adolescente, qual seria?

Alli: Você não sabe agora, porque você ainda é nova e não tem a perspectiva, mas você não precisa resolver tudo sozinha imediatamente. A vida também irá levá-la, as coisas vão acontecer e você irá ganhar perspectiva. Nem tudo precisa acontecer agora mesmo, você pode acreditar na vida, ela vai te levar a lugares. 

Amélie: Um recado para as mulheres que sonham em trabalhar como diretoras nessa indústria? 

Alli: Acredite de verdade em você, acredite em quem você é. Seja você mesma. Esses são os melhores conselhos que eu tento dar a mim mesma até hoje. Você não precisa ser nenhuma outra pessoa, você precisa focar em quem é você mesma. 

Você pode nem sempre saber quem você é e você talvez precise descobrir isso e isso pode levar tempo, mas é claro, nós mudamos, mas tente, tente tocar em quem você é e acredite nisso. Não tente mudar quem você é, não acredite em que tenta te diminuir. 

Acredite que é boa, acredite que é inteligente, acredite que você é talentosa, porque você é e apenas, vai fundo, acredite em você mesma.

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Sundance 2022 | Piggy

 


Por Victoria Hope

[TW: Gordofobia, Violência, Gore] 

Em 'Piggy', a diretora Carlota Pereda aborda uma violência social que é normalizada pela sociedade, usando o horror para mostrar os medos e angústias de uma adolescente que desesperadamente quer se encaixar no padrão. 

Com o verão à espreita em uma cidade rural da Espanha, Sara passa seus dias trabalhando no balcão de vendas do açougue de seus pais. O peso da garota é constantemente feito de chacota pelas garotas do bairro, que nunca perdem oportunidade de entrar no açougue apenas para praticar bullying com ela diariamente. 

Tudo muda quando após ser humilhada pelas meninas enquanto estava na piscina pública da cidade, Sara vê as garotas que a humilharam sendo brutalmente sequestradas por um estranho homem que as coloca em uma van. Quando a polícia começa a fazer perguntas para Sara sobre as vítimas, ela entra em um conflito interno, dividida entre revelar o que viu ou ajudar o estranho homem que a salvou da humilhação praticada pelas garotas.   

Piggy / Foto: Sundance

Vale o aviso inicial de que as cenas de bullying contra Sara são extremamente pesadas, em momentos a precisei pausar e respirar porque minha cabeça começou a doer de tanto chorar, mas a angústia inicial logo se transforma em algo muito maior.

Laura Galán, que interpreta Sara, entrega uma das melhores performances de todo o Sundance esse ano, ficando lado a lado com nomes fortes como Regina Hall, Sterling K Brown e Anna Diop. Esse filme pode ser considerada uma homenagem a 'Carrie', porém é ainda mais brutal, onde o sequestrador e 'vilão' é de longe a coisa menos assustadora de toda história. 

A diretora triunfa ao fazer o público ver o mundo através dos olhos de Sara, nesse conto coming-of-age as avessas que prepara o público para um final completamente imprevisível. Com isso em mente, "Piggy" é sem dúvida um dos maiores lançamentos da sessão Midnight no festival desse ano. 

NOTA: 10/10 

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Sundance 2022 | Ressurection

 

Por Victoria Hope

[TW: Stalking] Em 'Ressurection', segundo longa do diretor e roteirista Andrew Semans lançado no Sundance, Margaret (Rebecca Hall) tem uma vida de sucesso bem organizada, balanceando perfeitamente as demandas de sua carreira e a maternidade solo de sua forte e independente filha Abbie. 

Mas esse equilíbrio todo muda a partir do momento em que ela tem o vislumbre de um homem que ela reconhece imediatamente, alguém que marcou seu passado. Um tempo depois, ela o encontra novamente. Margaret começa a ver David (Tim Roth) por todos os lados e seus encontros logo começam a parecer que não são apenas mera coincidência.

Lutando contra seu medo crescente, Margaret precisa confrontar esse monstro do qual ela conseguiu escapar das garras há duas décadas atrás, que retornou agora para terminar o que começou. Com a mistura de drama e horror 'Ressurection' explora como a vida equilibrada de uma mulher pode cair aos pedaços quando seu passado começa a assombrá-la. 

Rebeca Hall entrega uma performance brilhante e chega a ser impossível não sentir o mesmo frio na barriga que a protagonista Margaret ao notar a presença assustadora daquele homem que tanto a fez mal no passado, mas não fosse a atuação dela, o filme quase impossível de assistir, principalmente devido a bizarrice durante o plot twist. Esse é definitivamente é um dos filme mais divisivos desse ano no festival.

Aos poucos, descobrimos que Margaret na verdade foi vítima de um relacionamento abusivo no passado quando tinha apenas 18 anos e começou a ter um relacionamento com um homem mais velho, homem este que trabalhava na mesma universidade que seus pais em Londres. O que era sonho, se torna um pesadelo quando a jovem garota percebe que David, não era um príncipe, mas sim um lobo na pele de cordeiro.

NOTA: 8.5/10

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Sundance 2022 | Honk for Jesus, Save your Soul

 

Por Victoria Hope

Nessa estreia das gêmeas Ebo, Adamma Ebo (diretora e roteirista) e Adanne Ebo (Roteirista), acompanhamos a adaptação do curta de mesmo nome 'Honk for Jesus, Save your Soul'.  Na trama, sendo uma orgulhosa primeira dama de uma mega igreja Batista do Sul, Trinitie Childs (Regina Hall) carrega a imensa responsabilidade em seus ombros: cuidar de sua igreja chamada Wander to Greater Paths, que antes servia de congregação para milhares.

Mas após um escândalo sexual envolvendo seu esposo, o Pastor Lee-Curtis  Childs (Sterling K. Brown), a igreja é forçada a fechar as portas temporariamente, Trinity está sofrendo as consequências e lutando para reconstruir sua congregação, além de reconciliar sua fé de qualquer forma e fazer o melhor retorno que a religião já viu.

Cercados por luxo em sua mansão recheada de peças de designers, o casal sempre foi abastado devido ao dinheiro que recebiam de seus fiéis, mas agora com a reputação de sua igreja manchada, eles terão que encontrar uma forma de recuperar todos os frequentadores de volta nessa dramédia. 

Honk for Jesus, Save your Soul / Foto: Sundance

Filmado parcialmente em um formato de documentário falso, a sátira do filme tem foco em apontar o dedo para religiões que lucram em cima da fé de seus seguidores e como algumas lideranças religiosas criam uma imagem de fachada para esconder coisas mais graves do que qualquer um poderia imaginar.

Com performances absolutamente impecáveis e hilárias de Regina Hall e Sterling .K Brown, o filme com certeza irá gerar um burburinho, principalmente quando estrear nos cinemas americanos. Tentando driblar a negatividade enquanto as notícias começam a ficar mais intensas, o casal e principalmente a primeira dama, veem sua vida desmoronar.  

A mídia começa a questionar o motivo pelo qual Trinitie continua defendendo seu esposo, mesmo após um caso tão grave, colocando em pauta justamente como muitas pessoas envolvidas nos escândalos, vão continuar defendendo a figura de autoridade até o fim, custe o que custar. O casal que parecia tão perfeito, na verdade esconde muito mais do que aparece na superfície, mas até quando todo esse teatro irá durar? 

NOTA: 10/10

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Sundance 2022 | Girl Picture

 

Por Victoria Hope

Girl Picture é o coming of age e segundo filme solo de Alli Haapasalo que teve estreia no Sundance desse ano e conta a história de três amigas muito diferentes, mas que compartilham os mesmo sonho: encontrar a felicidade. As melhores amigas Mimmi e Rönkkö trabalham na cantiga após o expediente da escola, servindo smoothies e lá, enquanto servem clientes, trocam histórias sobre suas frustrações amorosas e desejos em termos de amor e sexo. 

Mimnmi, uma arruaceira punk do grupo, inesperadamente começa um romance com Emma, uma patinadora profissional que está treinando para o campeonato europeu e ainda tem dificuldades em acreditar em compromissos, devido a uma experiência ruim no passado.

Enquanto isso, a incansável Rönkkö adora participar de várias festas teens, tropeçando por vários encontros amorosos com diversos rapazes, na esperança de encontrar o rapaz ideal para atingir prazer e felicidade. 

No longa, em nenhum momento parece que estamos espiando, tudo parece acontecer de acordo com o ponto de vista das personagens, como se estivéssemos nos pés delas, passando pelas mesmas situações e a química entre as três atrizes, definitivamente faz tudo parecer muito real. 

Girl Picture manifesta de forma positiva, as amizades entre garotas adolescentes, se esquivando daquele mesmo padrão cansativo de rivalidade, já que no longa, todas as personagens querem o bem uma das outras e torcem para que todas alcancem seus sonhos. 

A formação do casal lésbico tem uma construção incrível de se acompanhar, sem cair no clichê da história de obrigar as personagens a 'saírem do armário' para as famílias e todas as atrizes entregam tudo o que o público irá amar em termos de atuação, enquanto as roteiristas, Daniela Hakulinen e Ilona Ahti estão presentes no filme, trazendo a complexidade das personagens à flor da pele através do roteiro. 

Girl Picture / Foto: Level K

NOTA: 10/10 

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Sundance 2022 | Nanny

 

Por Victoria Hope

No suspense sobrenatural 'Nanny' dirigido por Nikyatu Jusu e brilhantemente estrelado por Anna Diop, conhecemos a história de Aisha, uma imigrante senegalesa sem documentação que encontra um emprego de babá na casa de um rico casal em Manhatan. Enquanto ela  facilmente ganha a afeição de Rose, filha do casal, ela acaba se tornando um obstáculo para o casamento de seus chefes. 

A mãe é controladora enquanto o pai, é tranquilo e até mesmo 'woke'. Assombrada pela ausência de seu filho que ela deixou no Senegal, Aisha espera que seu novo emprego consiga pagar suficiente pra ela conseguir sustentar sua família e trazer o garoto para a America, mas conforme a chegada do garoto se aproxima no país, uma presença sobrenatural começa a invadir os sonhos da babá e sua também sua  realidade. 

Com inspiração no folclore africano do Oeste e um pouco de referências à vida pessoal da própria diretora como imigrante, o longa que está competindo na categoria de Filme Dramático dos EUA, fala sobre a força e importância dos imigrantes na América, mas também examina a vida e o legado que a babá Aisha gostaria de deixar em seu legado. 

Nanny / Foto: Sundance

No início o trabalho parece um sonho, a criança se sente feliz, Aisha é bem tratada pela família e está encontrando um novo amor, mas logo, tudo muda ao ela perceber que tudo não passa de uma fachada para essa família, que está se quebrando aos poucos. Os pagamentos de Aisha começam a atrasar, porque a mãe de Rose está trabalhando mais do que nunca, agora que desconfia que seu ex-esposo tem outra mulher e enquanto a babá sabe quem é outra mulher do patrão, ela prefere se manter calada sobre o que viu. 

Tudo muda ainda mais quando a babá  avista uma misteriosa mulher no rio da cidade, que pode ser a presença da sereia Mami Wata, uma divindade africana da fertilidade e em seguida, começa a perceber a notar também uma outra divindade africana à espreita, Anansi, o deus aranha. Enquanto a protagonista teme pelas figuras, uma sábia idosa, mãe do namorado de Aisha, revela que essas duas figuras representam a opressão de um povo, são símbolos que podem trazer uma mensagem importante.

O final é de cortar o coração, mas mostra mais do que nunca, a importância de entender os chamados espirituais que muitas pessoas recebem, mas tendem a ignorar os sinais. A revelação de que as mães imigrantes são renegadas ao sonho americano até o fim, é extremamente dolorida e pontual. 

NOTA:10/10

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Sundance 2022 | Spider (Short Film)

 

Por Victoria Hope

"É tudo uma diversão até alguém perder um olho", essa frase marca abertura do curta "Spider", que está na lista especial de Anniversary Shorts do Sundance nesse ano. Em um curta extremamente rápido mas certeiro, um casal tóxico briga enquanto dirige pela estrada. 

O namorado está determinado a ganhar a namorada de volta, mas é claro que ele não resiste a pregar uma peça na garota, para tentar fazê-la rir. Ele pega diversos bombons, flores para presentear a mulher e uma aranha de brinquedo para fazer a pegadinha, que ele tem certeza que irá melhorar o humor da namorada. 

Mas tudo dá errado quando a garota demonstra ter fobia de insetos e ao sair assustada do carro, é atropelada por um carro em alta velocidade. O namorado, em choque não sabe o que fazer, mas espera a ambulância chegar. Em um plot twist, a mesma aranha de plástico no chão, assusta um dos paramédicos que sem querer acaba atingindo o namorado da garota bem no olho. O curta prova que o carma existe e que o que ocorreu com ele, foi ele mesmo quem buscou, já que a leu da causa e efeito existe. 

NOTA: 9/10

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Sundance 2022 | Emily The Criminal

 

Por Victoria Hope

Em "Emily The Criminal', Aubrey Plaza é  Emily, uma estudante afundada nas dívidas estudantis e que não consegue emprego devido a um pequeno registro em uma ficha criminal. Desesperada para conseguir dinheiro, ela começa a fazer um esquema de 'compradora falsa', comprando bens com cartões de créditos roubados fornecidos por um homem chamado Youcef (Theo Rossi).

Por se deparar com uma série de entrevistas de emprego que não dão certo, Emily se vê seduzida pela opção de fraudar apenas para conseguir dinheiro fácil, lidando com esse sombrio mercado ilícito, com ajuda de seu mentor. 

O diretor e roteirista John Patton Ford apresenta esse thiller que examina as mazelas do capitalismo, principalmente na área de Los Angeles, com um projeto ambicioso onde uma jovem inocente se vê instigada a viver uma vida de crimes. A antes doce e inocente Emily, logo se torna fria e sem escrúpulos. 

 A frustração de ter que lidar com um mercado de trabalho que menospreza pessoas que estão começando, logo cresce e se torna ressentimento na protagonista, que agora mais do que nunca, está disposta a continuar no esquema de 'Dummy Shopper', a fim de ganhar dinheiro 'fácil'. 

Conforme Emily mergulha cada vez mais no submundo criminoso de L.A as consequências se tornam cada vez mais fatais. Novamente Aubrey Plaza demonstra seu talento para thrillers e precisa estrelar mais títulos como esse. 

NOTA: 9 /10

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Sundance 2022 | Starfuckers (short film)

 

Por Victoria Hope

Um encontro íntimo entre um diretor de cinema e um garoto de programa é interrompido quando um rosto familiar chega ao local. Nessa estreia de direção de Antonio Marziale, que estrelou Alex Strangelove e Altered Carbon da Netflix, acompanhamos o desenrolar de um encontro entre um poderoso homem de Hollywood e sua vítima.

Starfuckers aborda o polêmico tema de diretores e produtores pedófilos de Hollywood, que prometem fama em troca de favores sexuais de atores mirins e no caso do protagonista, um ator mirim que sofreu as consequências dessa violência e hoje busca por vingança.

Alex dá um show de atuação ao preparar seu monólogo para o diretor, que havia sido desacordado e amarrado numa cadeira. Traçando paralelos também sobre a objetificação de jovens atores e atrizes como Marylin Monroe, o protagonista escancara a podridão por trás da indústria cinematográfica e questiona o porque de homens assim como Weinstein entre outros, continuaram por muito tempo trabalhando, sem sofrer por seus crimes. 

NOTA: 10/10


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Sundance 2022 | Hatching

 

Por Victoria Hope

Em "Hatching", longa de horror de Hanna Bergholm para o Sundance, a mãe da ginasta olímpica Tinja, mostra o dia a dia de sua família em um popular blog chamado “Lovely Everyday Life”, revelando a aparentemente vida perfeita deles, com muitas flores, decorações em tom pastel, música e amor, mas por trás da perfeição, Tinja sofre por não ter amigos e passar grande parte do tempo tentando agradar a sua mãe que é obcecada pela imagem de todos a seu redor.

Num belo dia, após encontrar uma ave ferida na floresta, ela pega ovo estranho do animal que estava quase morrendo e o leva para casa, o guardando em um ninho improvisado dentro de próprio quarto, cuidando dele até ele se chocar. 

A criatura que surge de dentro do ovo,  passa a ser chamada Alli, se torna melhor amiga de Tinja, uma espécie de filha adotada, já que a mãe de Tinja rapidamente aceita a criatura e ao mesmo tempo, se torna também maior pesadelo dessa família nesse coming of age repleto de horror corporal.

Hatching / Foto: IDF

Hatching é um retrato fascinante do 'instinto maternal' na natureza, mas também relembra de casos onde a maternidade pode se tornar extremamente tóxica. Enquanto Tinja luta com seus sentimentos para com sua nova irmã ou 'filha', mesmo vendo a sede de sangue da criatura, ela também sofre ao tentar encontrar uma conexão saudável com sua mãe exigente.

Aos poucos a verdade sobre a suposta família perfeita começa a ser revelada. Afinal, será que a filha realmente gosta de ginástica olímpica ou será que esse era apenas um sonho de sua mãe? Porque tantos filhos de mães narcisistas, tentam fazer de tudo para agradá-los? Esses são alguns questionamentos que o filme traz para a audiência. 

Apesar do tema muito interessante, os efeitos especiais em alguns momentos, principalmente durante o primeiro arco deixam um pouco a desejar, assim como as atuações do pai e do filho, mas o filme entrega uma premissa ótima e é em seu ato final que o filme entrega um desfecho que os fãs de horror vão amar. 

NOTA: 8.5/10



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Sundance 2022 | F^¢K ’€M R!GHT B@¢K (Short Film)

 

Por Victoria Hope

No curta 'F^¢K ’€M R!GHT B@¢K' (Fuck 'Em Right Back), que teve sua estreia nesse fim de semana durante o Sundance, um rapper gay e negro de Baltimore tenta lançar sua carreira como rapper na cidade, mas para isso, ele precisa driblar de sua horrível chefe do escritório para evitar ser demitido após sem querer, comer um bolo recheado de maconha, sendo que o rapaz nunca havia consumido nenhuma substância ilícita na sua vida. Nesse hilário curta, vemos a amizade incrível entre o rapper Sammy e sua melhor amiga do trabalho, Yolanda enquanto eles criam um pano para manter a vaga do rapper intacta e ao mesmo tempo, se vingar da 'Karen' do escritório.

Levíssimo, esse curta  estrelado por Emmanuel 'DDM' Williams poderia muito bem ser uma ótima série original de streaming, pois muitos iriam amar finalmente uma produção tão diferente com um protagonista negro, LGBTQIA+ e plus size, já que são raríssimas séries e filmes com protagonistas assim.

A conclusão dessa história deixa o público com um quentinho no coração e ainda a mensagem importante de que devemos sempre lutar pelos nossos direitos e que ninguém, além de nós mesmos, temos as rédeas de de nossas vidas. 

NOTA: 10/10


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Sundance 2022 | The Territory Review

 


By Victoria Hope

In the documentary titled 'The Territory', directed by Alex Sprinx and production by Darren Aronofsky, we follow the lives of several Brazilians who saw their realities change considerably after the last elections and the arrival of Bolsonaro's government. The Uru-eu-wau-wau a brazilian indigenous community are not only co-producers of this project, as well as the main focus of this extremely relevant documentary for that moment in which we're currently living, tackling issues such as the  threatening of their families and culture as soon as they had their first contact with non-indigenous brazilians and squatters. 

Through the invasion of the Amazon rainforest, the invaders have implemented illegal extractions ranging from environmental destruction, criminal fires and the excessive exploitation of minerals from the national soil, all of these attitudes being encouraged by the current president, without concern for the consequences of the devastation of the rainforest, not only for Brazil, but also for the world as a whole with all this inconsequential deforestation.

With full access and co-production by the Uru-eu-wau-wau community itself, the public will witness the struggle of young Brazilian indigenous leaders, such as Bitate and Ari, alongside their mentor, the environmental activist, Neidinha and how they risk their lives daily to protect the Amazon rainforest through their patrols.

The Territory / Picture: Sundance Institute

This very needed documentary, not only points the finger at the wound caused by the arrival of President Jair Bolsonaro, who with his anti-indigenous speeches only encouraged explorers to deforest more and more, but also gives a voice to those who really need to be heard: Indigenous communities and their leaders.

One of the older participants in the documentary even comments that when the (white) men arrived there to carry on with the illegal extractions, they even offered pots and other utilities to the village, as if this gesture was enough for them to deforest the environment. He reinforces that living among these white people has caused many to lose their village's traditions and how caring for that forest has become increasingly difficult, as the community is gradually decimated through the years.  

At the same time, we get a glimpse of the 'other side', as a 49-year-old field worker said during an interview in the the documentary "The Brazilian dream is to have your little piece of land.", since forever, he dedicated himself and his own life to the fields of others, under the hot sun every day , but never had his own land to tend. 

'The Territory' is a true study and a complete class on the ills caused by the devastation of the environment and how an indigenous community had to create its own patrol to monitor their lands, as the authorities left them aside. 

RATE: 10/10

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Sundance 2022 | While Mortals Sleep

 

Por Victoria Hope

O diretor Alex foffonoff , levou ao Sundance desse ano, o misterioso curta 'While Mortals Sleep', que conta a história de uma escritora que decide tirar férias em uma casa remota de sua amiga, mas assim que chega, ela encontra estranhos na casa e conforme a trama avança, a tensão aumenta, revelando um segredo obscuro guardado a sete chaves. 

Susan desconfia dos dois supostos caseiros, que falam que querem mudar mundo custe o que custar. Logo essa escritora irá descobrir que o suposto bebê do casal é na verdade um monstro do pântano que se alimenta de uma gosma esquisita.

Quando ela percebe onde se envolveu, é tarde demais, ela foi dominada pela estranha criatura e agora está em transe, junto com seus amigos. 'While Mortals Sleep' é um horror cósmico com uma criatura que prece ter saído diretamente do universo de Lovecraft. É um curta que com certeza merece uma extensão em formato longa metragem para que o público descubra mais mistérios sobre a estranha (e fofa (?) criatura apresentada na trama. 

NOTA: 7.5 /10

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Sundance 2022 | Entrevista com o diretor Victor Gabriel e a estrela de Hallelujah, Bruce A. Lemon

Por Victoria Hope

Durante o Sundance desse ano, o incrível curta  'Hallelujah', do roteirista e diretor Victor Gabriel teve sua estreia na programação e conta uma dramédia estreou na programação, com uma importante e sensível mensagem sobre responsabilidades, alegrias e tristezas da experiência negra, em meio a violência armada em um bairro dos Estrados Unidos.

Em Hallelujah, os irmãos Paper (Bruce Lemon) e Chetty (Richard Nevels) não estão preparados para a responsabilidade, mas são encarregados de se tornarem os guardiões legais de seus jovens sobrinhos Lila (Mariah Pharms) e Hallelujah (Stephen Laroy Thomas), para reconciliar seu luto e entender que família é aquela que você constrói.  

Confira a entrevista


Hallelujah / Foto: Sundance
- Victor Gabriel -

Amélie: Qual foi sua inspiração para o conceito de 'Hallelujah?' 

Victor:  Logisticamente, Hallellujah é a evidência documentada  de curta baseado em um roteiro de filme que eu estou planejando dirigir / roteirizar. Em termos de inspiração, muito disso vem da minha experiência pessoal relacionada perdas, traumas e rir sobre isso.   

Amélie: Crescendo como uma garota negra 'nerd e esquisita', me fez relacionar demais com o personagem Hallelujah. Com isso em mente, você cresceu com alguém assim em sua infância, que eram iguais ao Hallelujah ou você se identifica om ele pessoalmente?

Victor: Hallellujah é como um espelho meu no quesito de ler muitos livros, perguntar muitas coisas e agir de forma diferente enquanto crescia. Hallelujah também me lembra das crianças 'esquisitas' do bairro e que elas sempre são deixadas 'de escanteio'. Eu amo como esse personagem brinca contra os esteriótipos de seus tios. 

Amélie: Qual foi o maior desafio durante as filmagens? 

Victor: Covid, porque levamos muito tempo para ensaiar e isso fez com que tudo ficasse mais demorado no set. Tive tantas concessões apenas para ter certeza de que conseguiria finalizar esse filme. E também, basicamente nós perdemos um dia inteiro de filmagem, porque o vento estava muito forte e jogou todo nosso equipamento pelo local. 

Amélie: Em futuros projetos, qual tema gostaria de explorar?

Victor: Para ser honesto, todos os assuntos e tópicos para mim sempre cairão na temática: "Será que alguém pode superar o sofrimento? E e sim, como?" Isso pode ir da ação ao drama e até da comédia ao horror. 

Amélie: Se pudesse mandar uma mensagem para novos diretores negros aspirantes, qual seria? 

Victor: Não acredite nas mentiras. O mundo vai querer te dizer que você não pertence, que você é imperfeito. Você é lindo e incrível e está tudo bem falhar. 

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- Bruce A. Lemon (lado esquerdo), que interpreta Paper -

Amélie: Quais foram os momentos mais engraçados no set? 

Bruce: Fazer piadas e contações de histórias durante os intervalos e onhcer todas as pessoas incríveis que estavam juntas para esse filme. Ao sair do isolamento para fazer parte de um time de pessoas fazendo o que amam, a alegria era palpável. Até mesmo trabalhar nos momentos mais difíceis, havia o riso pronto para nos levantar. Atrás das máscaras e face shields, você podia ver os nítidos sorrisos. Eu diria que o maior desafio foi nos impedir de nos aglomerarmos em grupos com tantos sorrisos e muitas risadas. 

Amélie:  Filmes sempre foram experiências transformativas. Com isso em mente, poderia nos contar duas lições que aprendey com 'Hallelujah?" 

Bruce: As lições que recebi foram na verdade lembretes, reforçando o que eu espero nunca esquecer sobre fazer arte. Uma, é preciso de muitas pessoas. Muitas pessoas são vitais para o processo (de filmagem) e algumas você talvez nunca venha a conhecer. Dois, isso leva tempo e você não o tem, então arranje esse tempo. Eu encontrei horas bônus através de meditação no lanche e agora eu tenho o recurso de que eu tenho que relaxar e cuidar de mim mesmo no trabalho.

Amélie: Qual seria seu próximo trabalho dos sonhos como ator? 

Bruce: Oh, eu irei falar dois! Um deles seria ser um novo Caça Fantasmas recrutado por Winston Zeddemore para carregar a franquia. Depois, Bishop, o último X-Men no MCU. Amo estar envolvido profundamente com a realidade e o naturalismo, então adoraria alcançar o realismo mágico e esticar isso até a fantasia. Me leve para o espaço! 

Amélie: Como se sente em estrelar um filme que está em cartaz no maior festival de cinema indie dos Estados Unidos? 

Bruce: É um sonho se tornando realidade. Acredito que nosso filme e os diretores fizeram muito. No começo, eu estava apenas feliz por estar envolvido, mas para ele ser abraçado pelo Sundance Film Festival, em um tempo onde sonhos estão difíceis de alcançar, é o tipo de magia que desejo regularmente, é inspirador e afirmativo. 

Amélie: Uma mensagem para jovens negros que sonham em trabalhar com atuação nessa indústria?

Bruce: Você merece felicidade, você tem o poder de moldar sua vida com sua imaginação sem limites e correr riscos irá lhe fazer bem. Faça seu trabalhe e nunca pare de jogar. 

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Sundance 2022 | The Territory (Documentário)

 


Por Victoria Hope

No documentário 'The Territory', dirigido por Alex Sprinx e produzido por Darren Aronofsky, acompanhamos a vida de diversos brasileiros que viram suas realidades mudarem muito após as últimas eleições e a chegada do governo Bolsonaro. Os indígenas Uru-eu-wau-wau são uma comunidade que viu seus familiares e sua cultura serem ameaçadas desde quando entraram em contado com brasileiros que não são indígenas e são não apenas co-produtores, como o foco desse documentário extremamente relevante para esse momento em que vivemos.

Através da tomada da floresta amazônica, os invasores tem implementado extrações ilegais que vão desde a destruição ambiental, queimadas criminosas e a exploração excessiva de minérios do solo nacional, sendo todas essas atitudes incentivadas pelo atual presidente, sem preocupação com as as consequências da assolação da Amazônia, não apenas para o Brasil, como também mundo com toda esse desmatamento inconsequente.   

Com acesso e co-produção da própria comunidade Uru-eu-wau-wau, o público irá testemunhar a luta das jovens lideranças indígenas brasileiras, como Bitate e Ari, ao lado de sua mentora, a ativista ambiental, Neidinha e como eles arriscam diariamente suas vidas para proteger a floresta amazônica através de patrulhas diárias. 

The Territory / Foto: Sundance

O documentário mais do que necessário, não apenas aponta o dedo na ferida causada pela chegada do Presidente Jair Bolsonaro, que com seus discursos anti-indígena, apenas incentivou exploradores a desmatarem cada vez mais, como também dá a voz a quem realmente precisa ser ouvido: As comunidades e lideranças indígenas. 

Um dos participantes mais velhos do documentário chega a comentar que quando os homens (brancos) chegaram lá para fazer a extração ilegal, ofereceram panelas e outras utilidades para a aldeia, como se esse gesto fosse o suficiente para que eles desmatassem o ambiente. Ele reforça que viver no meio dessas pessoas brancas, fez com que muitos perdessem suas tradições da aldeia e como cuidar daquela floresta tem se tornado cada vez mais difícil, conforme a comunidade é dizimada aos poucos. 

Ao mesmo tempo, um trabalhador do campo de 49 anos diz "O sonho  brasileiro é ter seu pedacinho de terra.", já que em todos os anos de sua vida, ele se dedicou ao campo dos outros, embaixo do sol quente todos os dias, mas nunca teve sua própria terra para cuidar. Esse documentário é um verdadeiro estudo e uma aula sobre as mazelas causados pela devastação do ambiente e como uma comunidade indígena, precisou criar sua própria patrulha para fiscalizar, já que as autoridades os deixaram de lado. 

NOTA: 10/10

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Sundance 2022 | Alice

 

Por Victoria Hope

Alice é um filme de suspense escrito e dirigido por Krystin Ver Linden, em sua estreia na direção,  estrelado por Keke Palmer, Sinqua Walls, Jonny Lee Miller, Common, Gaius Charles e Alicia Witt. Na história, Alice (Keke Palmer), passa seus dias como uma mulher escravizada na área rural da Georgia durante o período da confederação, trabalhando em uma plantação, até que um dia, decide fugir do violento dono do local, Paul (Jonny Lee Miller).

Ao tentar fugir pela floresta, Alice encontra um bairro desconhecido, até se deparar com uma estranha estrada que nunca havia visto antes e acaba descobrindo que na verdade foi para o futuro, mas especificamente, 1972, durante o período de grandes protestos por igualdade racial. 

Na estrada, ela conhece um ativista negro chamado Frank (Common) e a partir daí, passa a aprender tudo o que mudou ou não nesses 100 anos e como anda a promessa da liberação social e política da comunidade negra. Alice terá que mergulhar a fundo nessa toca do coelho turbulenta pós movimentos civis no sul.

Alice / Foto: Roadside Attractions

Finalmente um filme blaxploitation moderno é apresentado ao público com seu retorno aos cinemas, agora de forma ainda mais intensa Apesar de Alice ainda apostar em cenas de violência contra os negros da época da escravidão, esses momentos tomam conta apenas do primeiro ato.  O filme é baseado na história real de negros norte americanos que foram mantidos em regime de escravidão análoga mesmo após 100 anos do fim da escravidão na América.

O filme acerta ao trazer a tona o tema desse regime, que infelizmente ainda hoje é muito real e não apenas em países como os Estados Unidos, como também no Brasil, onde há menos de um ano atrás, foi descoberta a existência de uma senhora que ainda vivia em regime de escravidão análoga no ano de 2021. 

Keke Palmer entrega uma de suas melhores performances e consegue emocionar em seu ato final ao transmitir o empoderamento de sua personagem através da educação; educação essa que a mesma buscou e encontrou através de livros, documentários e a memória de grandes ativistas negros. A metáfora de que a luta continua, que não é exatamente literal no filme, consegue entregar a mensagem de forma pontual e ao final, Alice consegue finalmente ter sua 'vingança' e entender seu papel como mulher negra na sociedade. 

NOTA: 9.5/10

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