Por Victoria Hope
Sing Sing, estrelado por Colman Domingo, é inspirado em um emocionante projeto da vida real que utiliza as artes, principalmente o teatro, como forma de reabilitação para detentos da prisão de Sing Sing nos Estados Unidos.
Na trama, acompanhamos a história de um personagem da vida real, chamado John Divine G (Colman Domingo), que é um dos detentos e também diretor e idealizador do projeto teatral para outros prisioneiros. Além de ser escritor e roteirista das peças, John, também é ator e antes mesmo de ser encarceirado, era advogado.
Esse é um daqueles filmes inspiradores, que deixam o coração quentinho com otimismo ao lembrar que a arte tem papel fundamental na cura, mas um dos principais destaques definitivamente é a performance de Colman Domingo, que merecidamente, concorre ao Oscar de Melhor Ator por esse mesmo papel.
O longa acerta pela simplicidade, mostrando o dia a dia dos encarceirados e passando, mesmo que de forma bem rápida pela vida de pelo menos dois ou três detentos. Talvez essa falta de profundidade em explorar a vida dos outros detentos seja um dos poucos pontos que deixa a desejar, mas ao menos o público consegue se conectar com todos.
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Sing Sing / Foto: Diamond Films & A24 |
Basicamente todo o elenco, a não ser por Colman Domingo e Paul Raci é composto por pessoas da vida real, ex-encarceirados de Sing Sing e de outras prisões americanas, que também fizeram parte desse programa social de teatro nos presídios.
Sing Sing acerta ao trazer humanidade aos encarceirados, sem cair em armadilhas fáceis do melodrama, apesar do longa conseguir arrancar uma lágrima aqui e outra ali. Todos os personagens são extremamente cativantes, únicos e fazdem um excelente trabalho em dirigir a produção para um caminho mais otimista, que preza pela mudança através do amor e não através da violência.
Alguns dos momentos mais emocionantes, ficam por conta de toda a desconstrução da masculinidade tóxica que o programa social tenta desmantelar. Muito ali é desconstruído; desde as crenças principais dos encarceirados, mostrando que eles são mais do que seus crimes, bem como também o conceito de que as pessoas não mudam, afinal, todos são capazes de mudar de vida e é isso que o programa de reabilitação promove. Esse é um filme para assistir com a família, se inspirar, refletir e ter a certeza de que dias melhores virão, mesmo que leve tempo para mudanças reais realmente acontecerem.
NOTA: 8.5/10