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[Review] O Maravilhoso Mágico de Oz - Parte I

 

Por Matheus Nascimento

A adaptação russa de O Mágico de Oz é um filme divertido que consegue equilibrar a trama simples com bons personagens, no entanto, apresenta alguns problemas que, para alguns, podem afastá-los do longa, como sua linguagem focada no público infantil, muitas situações genéricas e mensagens vazias sobre a relação familiar entre a protagonista e sua família. Vale lembrar que o filme estreia dia 30 de janeiro nos cinemas. 

Na trama, levada por um furacão a um mundo mágico e desconhecido, Ellie e seus novos amigos, o Espantalho, o Homem de Lata e o Leão Covarde, partem rumo à Cidade Esmeralda em busca do Mágico, que concederá seus desejados pedidos. O ponto alto de O Maravilhoso Mágico de Oz - Parte I são seus personagens. Ellie, a Dorothy desse universo, é interpretada por Ekaterina Chervova, que faz um bom trabalho, conseguindo trazer à personagem uma menina que, às vezes imatura, também é corajosa em outros momentos. 

O totó falante é algo muito legal no longa, já o Espantalho é um dos personagens mais irritantes, junto com o pássaro de uma das feiticeiras. A todo momento, ele tenta ser engraçado, mas acaba ficando um pouco forçado. O Homem de Lata e o Leão são competentes e, juntos com a protagonista, fazem o público torcer pela jornada até a Cidade das Esmeraldas.


O Maravilhoso Mágico de Oz- Parte 1 / Foto: Imagem Filmes

A direção de Igor Voloshin é competente, especialmente nas boas movimentações de câmera, principalmente na abertura do longa, onde temos um panorama dessa nova e estranha versão de Oz, porém, algo nítido na produção é o caminho até a Cidade das Esmeraldas, que parece ter sido gravado no quintal da casa do diretor. 

No entanto, as partes internas e os cenários são lindos, principalmente os castelos das feiticeiras Bastinda e Gingema, onde é possível notar um forte elemento de fantasia. Os visuais de todo o elenco são bons e conseguem se diferenciar muito bem do clássico de 1939.

Um dos momentos frustrantes na rodagem do longa é a caracterização em termos de personalidade das duas feiticeiras, pois neste universo, elas são más, enquanto as bruxas são boas. Bastinda, a Bruxa Má do Oeste, interpretada por Svetlana Khodchenkova (Wolverine: Imortal), e Gingema, a Bruxa Má do Leste, interpretada por Vasilina Makovtseva (Uma Criatura Gentil), são extremamente caricatas, chegando ao ponto de fazer a infame risada maligna.

Uma parte do elenco parece estar em um filme e elas em outro, e a atuação das atrizes beira o ridículo, às vezes criando um humor involuntário. A produção é um filme que vale a pena assistir, seja por curiosidade ou por ser fã do universo de Oz como um todo. As crianças, que são o público-alvo, provavelmente gostarão bastante do filme, no entanto, ele peca pela falta de cenas de ação – só há uma, que ocorre bem no final do terceiro ato. Além disso, o final é frustrante, já que o clímax do longa acontece na ida à Cidade das Esmeraldas e termina justamente nesse momento. 

NOTA: 5/10

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[Review] Acompanhante Perfeita

 

Por Victoria Hope

Essa definitivamente não é a sua história de amor convencional. Com um pitada de "Black Mirror" e "Ex-Machina", Acompanhante Perfeita segue o casal Iris e Josh num final de semana entre amigos numa casa de campo luxuosa e tranquila. 

Os dois se conhecem num mercado e, logo, começam a sair. Apaixonados, os dois vivem um romance de cinema. Mas nem tudo é o que parece: Iris é um robô. E nem ela mesmo sabia. A viagem toma, então, um rumo inesperado, com perseguições, sangue e revelações chocantes.

Esse é um daquels filmes que pode ser considerado tanto terror, quanto suspense de comédia, pois o humor é algo bem característico, principalmente nos dois primeiros atos. Aos poucos, Acompanhante Perfeita revela mensagens ainda mais importantes por trás, desde a mensagem sobre as mazelas do patriarcado bem como a forma que humanos tratam máquinas (e até inteligências artificiais), nos dias de hoje. 

Acompanhante Perfeita / Foto: Warner Bros. Pictures

Josh (Jack Quaid) é a personificação do cara babaca que se acha muito legal e tem síndrome de protagonista, enquanto Iris (Sophia Tatcher), apesar de ser um robô, parece fascinada pela vikda e pela ideia de amor, principalmente seu amor pelo protagonista.

A garota não sabe o que é, mas mesmo após descobrir, que sua vida não passa de uma farça, ela ainda tenta recuperar laços, o que entra naquele longo dilema da singularidade digital, uma teoria que diz que um dia as máquinas conseguiram se alimentar, se mover e ter "vida própria", sem a necessidade de um humano por trás, mas para além do lado tenológico, essa história representa muito bem como funciona a mecânica de um romance abusivo.

A audiência percebe desde o começo que Josh apenas via Iris como um brinquedo sexual, mas isso não é tão distante da forma que muitas pessoas tratam seus parceiros, principalmente mulheres, na vida real e essa é uma das mensagens principais do longa: até quando  Iris irá se sujeitar a isso? Porque mesmo sabendo que não passa de uma peça a ser usada, ela ainda acredita que o "príncipe encantado" existe.


Acompanhante Perfeita / Foto: Warner Bros. Pictures

Outro ponto positivo para o filme é a excelente representatividade queer, que aparece como uma bela surpresa em meio a tanto suspense, em cenas comandadas por Harvey Guillén (Eli) e Lucas Gage (Patrick), mas apesar disso, o filme definitivamente poderia ter desenvolvido mais pontos principais relacionados aos outros personagens.

Acompanhante Perfeita já pode entrar naquela lista de famosos filmes "good for her" (bom pra ela), mas um pouco mais de desenvolvimento da Iris em tela teria sido bem interessante de ver, apesar de que acompanhamos toda sua jornada até sua emancipação.

O desfecho é completamente satisfatório e muitos com certeza até vão querer uma continuação da franquia, mas pessoalmente, acredito que o fim foi excelente ao que se propôs e abre caminho para uma mensagem de empodeiramento que é muito necessária, principalmente agora. 

NOTA: 8.5/10

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[Review] The Moon, Sobrevivente

 

Por Victoria Hope

"The Moon: Sobrevivente", estrelado por D.O do supergrupo de kpop EXO, traz excelentes efeitos visuais e uma boa produção, mas que infelizmente são desperdiçados por um roteiro nada robusto, o que é uma pena, pois o longa tinha um excelente potencial, principalmente pela forma em que o ambiente espacial é retratado com tamanha fidelidade.

Em um futuro próximo, no ano de 2029, uma missão sul-coreana à lua deixa o astronauta Sun-woo completamente abandonado no espaço. O Centro Espacial Naro recorre a Kim Jae-guk, um antigo capitão, para ajudar a trazer Sun-woo de volta para casa em segurança.

Como outros filmes do gênero 'desastre espacial' tal qual "Apollo 13", "Perdido em Marte" e "Interestelar", entre outros, na trama acompanhamos o drama de uma tripulação que tenta viajar a lua, o que desencadeia na morte da primeira equipe e agora, no presente, novos astronautras coreanos desbravam o esbaço a fim de vencer a tão almejada corrida à lua. 


The Moon: Sobrevivente / Foto: Sato Company

Alguns pontos geopolíticos são relativamente interessantes, como por exemplo, o fato de a Lua poder ser objeto de conflito sobre a exploração mineral no futuro, mas o tem a não possui profundidade suficiente para que o público realmente se importe com os personagens principais.

O ritmo do longa é bem lento, mas não de forma contemplativa e sim de uma forma um tanto quanto arrastada, já que pouco acontece após as primeiras sequências de ação que ocorrem entre a primeira e a segunda tripulação, mas quando Sun-woo se torna o foco, a história simplesmente não se desenvolve.

Até mesmo as atuações, lembram muito o melodrama de k-dramas, as famosas novelas tradicionais coreanas, o que faz com que "The Moon: Sobrevivente" realmente pareça uma novela aos moldes de blockbuster, mas sem a força que um filme com essa temática demanda. 

NOTA: 6/10

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[Review] A nova versão de Lobisomen tem bons sustos, mas não satisfaz

 

Por Victoria Hope

Na nova versão de Lobisomen, atacados por um animal misterioso, Blake (Christopher Abbott) e sua família se escondem em uma fazenda enquanto a criatura ronda o perímetro. Conforme a noite avança, no entanto, o rapaz  começa a se comportar de forma estranha, transformando-se em algo irreconhecível.

Quando as apostas de um nvo universo cinematográfico para os monstros clássicos da Universal foi proposta, uma das maiores questões entre os fãs mais ávidos de terror seria o aspectoda modernização desses contos e como eles funcionariam em um cenário do presente.

Com a adaptação de "O Homem Invisível", de Leigh Whannell, que também dirige Lobisomen, teve início a largada para esse novo universo de adaptações, mas no que o clássico Lobisomen acerta, essa nova reimaginação deixa muito a desejar. 

A ideia de transformar Lobisomen em um drama familiar onde a masculinidade é o assunto principal, funciona muito bem isoladamente, porém aqui no novo filme é tratada de forma tão superficial, com diálogos que literalmente tentam forçar uma emoçlão aqui e ali, que a mensagem acaba se perdendo.

Lobisomen / Foto: Universal Pictures

Blake tinha tudo para ser um excelente lobisomen da mitologia, principalmente porque o filme tenta voltar a essas origens mais animalescas, porém até mesmo o lado mitológico é deixado de lado para que o realismo exacerbado tome conta da história. 

Mas de longe, o que mais decepciona é a maquiagem da criatura em si, que sequer se parece com um homem lobo, está mais para Goblin, aliás, o que realmente não contribui muito para a suspensão da descrença, mas esse não é um erro apenas do novo filme, pois muitas obras que abordam lobisomens em produções contemporâneas, sempre tentam humanizar demais a criatura, fazendo dela mais homem do que bicho, diferenter do clássico 'peludo' da universal, mas é claro que, apesar disso, o filme tem boas cenas de susto e o momento da transformação realmente faz com que a audiência prenda a respiração, mas esse é o único ponto que realmente chama atenção.

Anova criatura não apresenta um visual apelativo, que é um dos principais aspectos que transformam monstros do terror em verdadeiros ícones e isso é um dos principais fatores que torna essa nova adaptação um tanto quanto decepcionante. Talvez se elenco que apresentasse performances mais robustas, todo o filme teria um outro aspecto, mas infelizmentre, isso não acontece.

NOTA: 6/10

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[Review] Conclave - Uma verdadeira aula sobre a construção de um thriller

 

Por Victoria Hope

"Conclave", o mais novo filme de Edward Berger, venceu o Globo de Ouro recentemente na categoria de Melhor Roteiro e a cada hora que passa, é nítido o quão merecedora do título é essa adaptação que faz com que a audiência prenda a respiração e finque as unhas nas poltronas com tanta tensão no ar.

A trama gira em torno do Cardeal Thomas (Ralph Fiennes), que recebe o enorme fardo de organizar uma conclave, cerimônia de escolha do próximo papa, após a morte repentina do sucessor. Ao longo da história, revelam-se segredos sobre os cardeais participantes e até mesmo sobre a própria igreja, com uma revelação que promete abalar as estruturas da instituição milenar.

Com uma excelente fotografia, atuações impecáveis, figurino majestoso e um roteiro de tirar o fôlego, Conclave é sem dúvida um dos maiores filmes dessa temporada e um thriller político voraz, que nos relembra de todo o peso e importância de clássicos como "O Nome da Rosa", afinas ambas as obras são tão relevantes hoje quanto eram há anos atrás.


Conclave / Foto: Diamond Films

Torturado por questões existências e tomado por dúvidas quanto a dogmas e até mesmo a seus próprios posicionamentos dentro da igreja, Cardeal Thomas se encontra em meio a muitas intrigas, fofocas e segredos que pouco a pouco vão sendo revelados. 

O filme em nenhum momento tenta ser didático, afinal, o processo real da conclave que realmente acontece no vaticano é guardado a sete chaves, mas tanto o autor do livro quanto o diretor do filme, acertam em trazer à tona muitos relatos vistos em diversas reportagens investigativas que tentam se aprofundar sobre a temática, mesmo que para isso caiam na ficcionalização. 

Conclave é um filme que definitivamente será polêmico entre a grande audiência, justamente por tocar em um tema que diversas vezes é abordado pelo protagonista dessa história, numa reflexão sobre o quanto certezas absolutas podem ser a ruína de todos e o quanto abraçar o passado pode ser perigoso.



Ralph Fiennes entrega uma das maiores performances de sua carreira ao dar vida ao complicado Cardeal, com escolhas extremamente sóbrias em termos de atuação, o que com certeza irá lhe trazer muitas indicações nas próximas temporadas de premiações, porém, outros nomes se destacam ao seu lado, sendo alguns deles, o hilário Stanley Tucci (Cardeal Aldo) junto a Lucian Msamati (Cardeal Joshua)John Lithgow (Cardeal Joseph), Isabella Rossellini (Irmã Agnes) e o magnífico estreante Carlos Diehz, que aqui interpreta o misterioso e pacífico cardeal Vincent.  

Cada cena de Conclave parece uma pintura clássica, mérito da belíssima direção de fotografia do francês Stéphane Fontaine, combinada com o figurino impecável de Lisy Christl, que se atenta a cada pequeno detalhe, tal qual como se ambos criassem juntos as mais belas pinturas renascentistas.

Absolutamente todos os detalhes, desde a iluminação ambiente à um colar posicionado no pescoço e um foco num canto obscuro de uma sala, são milimetricamente pensados para reforçar a mensagem do quão minucioso é o trabalho de todo o corpo de profissionais que atua por trás das paredes do vaticano e o final definitivamente irá deixar muita gente boaqueaberta, mas é extremamente coerente com a narrativa e todos os momentos que levam à essa revelação. Sem dúvida, esse é um filme para ser saboreado, digerido e reassistido muitas vezes. 

NOTA: 9.5/10

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Os Filmes Que Eu Não Vi | Festival exibe e premia filmes independentes brasileiros

Por Victoria Hope

De 15 a 19 de janeiro de 2025, a Sala Walter da Silveira, em Salvador, será a casa da primeira edição do Festival Os Filmes Que Eu Não Vi, idealizado por Sol Moraes e que tem produção da Água Doce Produções. O evento busca dar visibilidade a filmes brasileiros independentes que enfrentam desafios na distribuição, permanecendo desconhecidos do grande público.

Durante os cinco dias de programação, o festival exibirá e premiará produções de todas as regiões do Brasil, oferecendo um panorama diversificado do cinema nacional. Além das sessões de filmes, o público poderá participar de mesas de debate que abordarão questões fundamentais como produção, distribuição e exibição cinematográfica no Brasil. 

A proposta central do evento é criar pontes entre criadores e espectadores, promovendo uma conexão mais profunda com a cultura brasileira e explorando formas de aproximar essas obras do público e é possível conferir a programação completa no site oficial do festival.

Revitalização das Salas de Cinema - A primeira edição do Festival Os Filmes Que Eu Não Vi marca um momento significativo para a cena cultural de Salvador. O evento é parte do projeto Os Filmes Que Eu Não Vi, financiado pela Lei Paulo Gustavo por meio de edital da SECULT/FUNCEB/DIMAS, e representa um esforço coletivo para ampliar o acesso ao cinema brasileiro independente.

Sol Moraes, idealizadora do festival / Foto: Juliana Buos


Como parte das iniciativas do projeto, foram revitalizados dois importantes espaços de exibição da capital baiana: a Sala Walter da Silveira e a Sala Alexandre Robatto. As melhorias incluem a aquisição de novos equipamentos de projeção e som, além da instalação de piso tátil, garantindo acessibilidade e modernização para melhor atender ao público.

A reabertura da Sala Walter da Silveira simboliza o início de um novo ciclo, transformando o espaço em um polo cultural que abrigará não apenas exibições, mas também cursos, seminários e palestras. A partir de fevereiro de 2025, a Sala Alexandre Robatto sediará o cineclube Cine GeraSol, com exibições mensais seguidas de debates, enriquecendo o diálogo sobre o cinema nacional.

O projeto também consolida uma parceria com a plataforma digital CINEBRASILJÁ, que funciona como uma cinemateca virtual, permitindo acesso contínuo a filmes brasileiros fora do circuito comercial. Essa integração entre espaços físicos e digitais fortalece a disseminação da produção cinematográfica nacional.

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Serviço:

O quê: Festival Os Filmes Que Eu Não Vi

Quando: 15 a 19 de janeiro de 2025

Onde: Sala Walter da Silveira, Salvador

Realização: Água Doce Produções

Para mais detalhes sobre o festival, siga o perfil oficial no Instagram: @osfilmesqueeunaovi


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Ameaça no Ar | Com direção de Mel Gibson, suspense ganha novo trailer com adrenalina nas alturas

Por Victoria Hope

A Paris Filmes acaba de lançar o novo trailer de “Ameaça no Ar” (Flight Risk), suspense dirigido por Mel Gibson que traz o ator indicado ao Oscar® Mark Wahlberg como protagonista. A produção chega aos cinemas nacionais em 23 de janeiro

Com roteiro assinado por Jared Rosenberg, o filme conta uma história de alto risco. Um piloto (Mark Wahlberg) é responsável por transportar uma profissional da Força Aérea (Michelle Dockery) que acompanha um fugitivo (papel de Topher Grace) até seu julgamento. 

À medida que atravessam o Alasca, a tensão aumenta e a confiança é testada já que nem todos a bordo são quem mostram ser.  Confira o trailer oficial abaixo:



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[Review] Maria Callas

 

Por Leticia Cristine 

Maria é um filme dramático bibliográfico sobre Maria Callas, conhecida como “La Divina” e possivelmente o mais famoso soprano do século XX, estrelado por Angelina Jolie e dirigido por Pablo Larraín, o filme finaliza a trilogia do diretor de cinebiografias intimistas de mulheres famosas, que começou com Jackie em 2016 e Spencer em 2021. 

A direção de Larraín frequentemente inclui cenas visualmente marcantes que intensificam o subtexto emocional da história. A justaposição de cenários opulentos com momentos de vulnerabilidade crua é eficaz, criando uma distância emocional que convida o público a refletir sobre as personas pública e privada de Callas e a cinematografia do filme é estilosa e evocativa, capturando o glamour e a tragédia da vida de Callas.

A escolha de Angelina Jolie para o papel principal foi certeira, a atriz encarna a personagem com muita proeza, sua performance às vezes conhecida por ser narcisista encaixa perfeitamente com Maria, sendo ao mesmo tempo íntima e arrebatadora, além da atriz ter se dedicado intensamente por sete meses na arte da ópera, porém no filme o que ouvimos é uma mistura dos vocais de Angelina Jolie com o de Maria Callas, segundo o diretor, durante as canções é utilizados desde 1% a 70% da voz de Jolie, em comparação com a de Callas, não deixando menos importante e admirável a sua dedicação para o canto, pois isso é sentido em tela.


Maria Callas / Foto: Diamond Films

Embora o filme seja focado em Jolie, outras performances também chamam a atenção, como Haluk Bilginer como Aristotle Onassis, Kodi Smit-McPhee como Mandrax, Alba Rohrwacher como Bruna e Pierfrancesco Favino como Ferruccio, os quatro atores fazem um trabalho incrível de suporte para Jolie.

A ideia genial do filme para mim é não ser um documentário normal, contando a história de vida Maria Callas, e sim apresentando uma narrativa fragmentada e não linear que captura a complexidade da vida pessoal e profissional de Maria Callas, focando mais em seu mundo interior e na turbulência emocional, especialmente em torno de seu relacionamento com Onassis, do que em acontecimentos de sua vida. 

Todavia, acredito que seja exatamente isso que talvez cause um sentimento de desconexão do público com o núcleo emocional do filme, e o escopo limitado do filme pode significar que espectadores que não estão familiarizados com Callas podem ter dificuldades em entender toda a profundidade de sua importância além de sua vida amorosa conturbada e isso é possível observar nas variações em notas da crítica, com isso recomendo todos irem assistir e tirar sua próprias conclusões, pois o que eu achei genial e captou a minha atenção mais do que um filme linear pode causar a reação oposto a outros.

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[Review] Goosebumps, 2ª Temporada, Eps 1 & 2

 

Por Victoria Hope

Para quem cresceu nos anos 90 e sente arrepios só de ouvir algumas teclas de piano, sabe que Goosebumps é um dos nomes que praticamente se tournou sinônimo de terror para crianças e jovens adultos e definitivamente, essa é uma obra que resistiu ao teste do tempo. 

As adaptações do ícone do terror R.L Stine já haviam ganhado adaptação para a televisão no passado e agora, nessa nova adaptação do Disney+ que teve início em 2023, com nova temporada agora em 2025, consegue capturar o espírito da série clássica, sendo bem sucedida em reviver a franquia para um novo público e toda uma nova geração.

Nessa nova antologia de 8 episódios, Goosebumps reimagina e moderniza muitas das histórias clássicas acomopanhando um ritmo linear, onde tudo tem, começo, meio e fim e essa nova adpatação funcionou muito bem, mantendo o toque característico da série clássica e ao mesmo tempo trazendo algumas temas nostálgicas e elementos reconhecíveis dos livros.


Goosebumps 2 - The Vanishing / Foto: Disney+

A segunda temporada de Goosebumps, simplesmente “O Desaparecimento”, basicamente repete a mesma fórmula da primeira temporada, porém com um ritmo muito mais dinâmico, melhores performances do elenco e um enredo envolvente que definitivamente vai chamar a atenção principalmente do público da geração Z.  

Nessa nova história, acompanhamos o icônico David Schwimmer (Friends), como um pai nerd chamado Anthony, que se vê envolvido em um grande mistério que se estende por décadas após o falecimento de seu irmão Matty,que desapareceu com um grupo de jovens num boeiro, o que fez com que o cientista, único sobrevivente, passasse anos de sua vida trabalhando duro em seu porão, desesperado por respostas e alguma forma de encerramento. 

Por coincidência do destino, ele acaba recebendo seus filhos gêmeos Cece e Devin e os dois, acabam se envolvendo nesse mesmo mistério ao lado de um grupo de jovens desajustados da cidade e é a partir daí que o misteiro dessa nova fase começa.


Goosebumps 2 - The Vanishing / Foto: Disney+

Muitas referências à filmes de terror clássicos como Little Shop Of Horrors, Suspiria entre outros podem ser notadas ao longo dos dois primeiros episódios da segunda temporada e com certeza, ao longo da série, os fãs mais ávidos irão encontrar outras referências que marcaram diversas gerações.

Um dos pontos altos da série definitivamente fica por conta das atuações do elenco jovem que não deixa nada a desejar, bem como uma trilha sonora envolvente que conta com os maiores hits super atuais, o que com certeza vai agradar a todos os públicos,

A saga de Goosebumps é reconhecida por ter sido no passado, a obra de introdução ao terror para crianças e adolescentes de diversas gerações, então esse remake tem muito potencial de se tornar também um queridinho caso eles invistam em mais antologias curtas para as próximas temporadas.

NOTA: 8.5/10

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[Review] Aqui

 

Por Victoria Hope

Muito tem se falado sobre "Aqui", filme que prometia a reunião da equipe do clássico Forrest Gump, incluindo Tom Hanks, Robin Wright e o director Robert Zemeckis, contando também com o roteiro de Zemeckis e Eric Roth.), mas a espera de mais de 30 anos por essa parceria não rendeu muitos frutos. 

Baseado em uma história em quadrinhos de Richard McGuire, Aqui é filmado a partir de um único ponto de vista: o canto de uma sala de estar em algum lugar dos Estados Unidos. (Presumivelmente em algum lugar no meio do Atlântico,

O foco principal do filme está na relação romântica entre Richard (Hanks) e Margaret (Wright), que são introduzidos ao público quando adolescentes e aos poucos, vão se apaixonando, tem uma família juntos e assim vivem até os 80 anos de idade. Tinha tudo para ser a história perfeita de amor, não fosse por tantas subtramas que distraem e nem sempre se interseccionam com o enredo principal da história.


Aqui/ Foto: Miramax

Além da história desse casal, Aqui mostra diversos relances por outras vidas dessa casa, desde a era dos dinossauros, até a chegada dos primeiros habitantes, que são dos povos originários, até a passagem da realeza, entre muitas outras famílias até o retorno ao casal principal.

O filme mostra muuito bem como funcionavam as relações românticas de gerações passadas e o quanto as esposas, em sua maioria, tiveram que fazer diversos sacrifícios pela família, para que seus maridos vivessem seus sonhos e esse é um ponto importante, pois toca numa ferida geracional extremamente relevante.

"Aqui" tem várias boas idéias, porém tudo se perde quando não há correlação com os temas abordados e outro lado que desagrada é definitivamente o fato de que em todas as histórias de séculos mostrados em tela, o público acompanha histórias de amor entre casais, agora justamente quando a única família negra, racializada da história aparece, seu amor jamais é mencionado, pois o roteiro não os aprofunda, como também apenas foca em um momento sobre situações hipotéticas de racismo que o filho da família provavelmente vai sofrer ou sobre a crise do Covid -19, o que deixa um gosto amargo na boca. 

NOTA: 5/10

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A Verdadeira Dor, filme premiado estrelado por Kieran Culkin e Jesse Eisenberg, estreia nos cinemas em 30 de janeiro

 

Por Victoria Hope

Com seu estilo distinto de contar histórias e uma jornada emocional instigante sobre relacionamentos complexos, Jesse Eisenberg e Kieran Culkin apresentam performances comoventes em A Verdadeira Dor, que estreia nos cinemas brasileiros em 30 de janeiro.

Explorando temas universais como herança cultural, aceitação e relacionamentos familiares, ambientado contra o cenário pitoresco da Polônia, A Verdadeira Dor foi aclamado tanto pelo público quanto pela crítica. 

O filme foi indicado a 4 prêmios Globo de Ouro®, incluindo Melhor Filme, Melhor Ator (Jesse Eisenberg), Melhor Roteiro, e venceu na categoria de Melhor Performance por Ator Coadjuvante, com Kieran Culkin. Além disso, o filme ganhou na categoria Roteiro on Prêmio Waldo Salt Roteiro no Festival de Cinema de Sundance no ano passado e foi nomeado um dos 10 Melhores Filmes de 2024 pela AFI.

A Verdadeira Dor, da Searchlight Pictures, está com certificação Fresh no Rotten Tomatoes™ e foi elogiado pelos críticos como "uma obra-prima" (Taylor Gates, Collider) e "uma odisséia encantadora, engraçada e bonita" (Owen Gleiberman, Variety).

Sinopse

Os primos em desacordo, David e Benji, se reencontram para uma viagem pela Polônia para homenagear sua amada avó. A aventura toma um rumo inesperado quando as antigas tensões entre eles ressurgem, contra o pano de fundo da história de sua família.

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Vencedor do Prêmio do Júri em Cannes, Emilia Pérez, conquista quatro prêmios no Globo de Ouro

 

Por Victoria Hope

O drama “Emilia Pérez”, de Jacques Audiard, ganhou quatro prêmios no Globo de Ouro, que aconteceu no último domingo. Vencedor nas categorias “Melhor Filme de Língua Não Inglesa”, “Melhor Filme Musical ou de Comédia”, “Canção Original” e “Atriz Coadjuvante” (Zoe Saldaña), o longa, que chega aos cinemas brasileiros em 06 de fevereiro, com distribuição da Paris Filmes, foi a produção cinematográfica mais premiada da noite. “Emilia Pérez” também venceu o Prêmio do Júri na última edição do Festival de Cannes e está na pré-lista do Oscar em seis categorias, incluindo Melhor Filme Internacional. Assista ao trailer aqui e baixe as imagens neste link.

O longa acompanha Rita (Saldãna), uma advogada de um grande escritório que está mais interessada em libertar os criminosos do que em levá-los à justiça. Certo dia, ela recebe uma inesperada proposta: o líder do cartel, Manitas (Karla Sofía Gascón), a contrata para ajudá-lo a se retirar de seu negócio e realizar um plano que vem preparando secretamente há anos: tornar-se a mulher que ele sempre sonhou ser. A trama é livremente adaptada do romance ‘‘Ecoute’’ de Boris Razon. O elenco ainda conta com Selena Gomez, Adriana Paz e Edgar Ramírez.

Why Not Productions e Page 114 assinam a produção, com coprodução de Saint Laurent por Anthony Vaccarello, Pathe, France 2 Cinema, em associação com Library Pictures International, Logical Content Ventures, Les Films du Fleuve e The Veterans. A distribuição nacional é da Paris Filmes.

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O Brutalista | Universal Pictures divulga trailer inédito do filme vencedor do Globo de Ouro

Por Victoria Hope

A Universal Pictures revela trailer oficial de O Brutalista, filme já premiado no Festival de Veneza, em 2024, com o prêmio Leão de Prata, e vencedor do Globo de Ouro em três categorias: Melhor Direção (Brady Corbet), Melhor Ator (Adrien Brody) e Melhor Filme (Drama) – após acumular sete indicações à premiação.

O trailer traz vislumbres sobre a vida do arquiteto visionário László Toth (Adrien Brody), recém-fugido da Europa, que chega aos Estados Unidos em busca de reconstruir sua vida por completo, incluindo seu trabalho e principalmente seu casamento, após uma separação forçada. Sozinho em um novo país, encontrará quem reconheça seu talento para a construção, mas o preço disso pode ser alto.

Já exibido na 48ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, O Brutalista deve chegar aos cinemas brasileiros em 20 de fevereiro.

Sobre o filme:

Em fuga da Europa do pós-guerra, o arquiteto visionário László Toth chega à América para reconstruir sua vida, seu trabalho e o casamento com sua esposa Erzsébet, depois da separação forçada durante a guerra por mudanças de fronteiras e regimes. Sozinho em um novo país estranho, László se estabelece na Pensilvânia, onde o rico e proeminente industrial Harrison Lee Van Buren reconhece seu talento para a construção. Mas poder e legado têm um custo muito alto.

Confira o trailer oficial:



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Stories X Women 2025 | Com o apoio da Disney, Women in Animation abre inscrições para iniciativa

Por Victoria Hope

Estão abertas, pelo quarto ano consecutivo, as inscrições para o programa Stories x Women, criado pela Women in Animation (WIA)em colaboração com a Federação Internacional de Associações de Produtores Cinematográficos (FIAPF), a UNESCO e com o apoio da The Walt Disney Company. A iniciativa busca ampliar a diversidade de vozes na animação em nível global.

O programa, que é um dos poucos a levar equipes ao Festival Internacional de Cinema de Animação de Annecy e oferecer mentoria e treinamento, tem como foco apoiar e criar oportunidades para mulheres, pessoas não binárias e mulheres transgênero da indústria de animação de comunidades emergentes da América Latina, África e Ásia, ajudando-as a compartilhar suas histórias autênticas e acessar oportunidades internacionais.

Os participantes devem apresentar um projeto de animação pronto para inscrição no site da WIA até 7 de fevereiro de 2025. As equipes selecionadas terão a oportunidade de apresentar o projeto no Festival Internacional de Cinema de Animação de Annecy, que será realizado de 8 a 14 de junho de 2025. Cinco equipes, de até duas pessoas, serão selecionadas e receberão sessões de mentoria e orientação conduzidas por líderes internacionais renomados no setor de animação. Além disso, os custos com viagem, hospedagem e credenciais serão cobertos pela WIA.



"Quando começamos o Stories x Women há quatro anos, sabíamos que o programa teria um impacto positivo nas mulheres talentosas e nas pessoas não binárias criativas de mercados emergentes", afirmou Marge Dean, presidente da WIA. "Desde então, vimos o número de inscrições crescer a cada ano, o que comprova o incrível talento ainda não explorado que existe ao redor do mundo. Ao lançarmos a quarta edição, temos orgulho de ver que o programa abriu portas e ampliou o acesso para dezenas de pessoas criativas que contam histórias".

Nos dois primeiros anos, equipes lideradas por mulheres de mais de 24 países enviaram suas inscrições. Dentre elas, 16 delegações foram selecionadas, representando países como Argentina, Brasil, Peru e República Dominicana na América Latina. Na edição mais recente, três projetos latino-americanos foram premiados:

AIMÓ, liderado por Fernanda Alves Salgado em colaboração com Giuliana Danza, ambas do Brasil;

Jaé Natal! (S’up Navidad), liderado pela brasileira Camila Padhila com colaboração de Roger Keesse;

Karetabla, produzido pela argentina María Rosario Carlino e dirigido por Carlos Zerpa, da Venezuela.

Os vencedores destacaram a importância do programa, elogiando a valiosa experiência de aprendizado e a oportunidade de apresentar seus projetos em Annecy.

O apoio ao Stories x Women faz parte da iniciativa Future Storytellers da Disney, programa que busca ampliar a diversidade em todas as etapas da produção de conteúdo audiovisual, permitindo que novas vozes e olhares, tanto na frente quanto atrás das câmeras, contribuam para a criação de histórias cada vez mais ricas e representativas.

Mais informações e inscrições no site da WIA. O prazo final para envio das candidaturas é 7 de fevereiro de 2025, sendo obrigatório que os participantes tenham proficiência em inglês.

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[Review] Nosferatu de Robert Eggers é uma carta de amor aos fãs de terror gótico

Por Victoria Hope

Para amantes de romances clássicos góticos, Nosferatu definitivamente foi um dos lançamentos mais aguardados após cem anos do lançamento da primeira adaptação de Nosferatu de 1922, que era originalmente uma adaptação não autorizada de Drácula de Bram Stoker e quarenta e cinco anos após o remake intitulado Nosferatu - O vampiro da noite, de 1979.

Nessa nova adaptação dirigida por Robert Eggers (A Bruxa), acompanhamos a história de Ellen (Lilly Rose-Depp), uma jovem recém-casada que é tomada por uma extrema melancolia que se extende desde sua adolescência até a vida adulta.

A jovem aparentemente tem tudo o que deseja na vida; Thomas (Nicholas Hoult), um esposo devoto que a ama acima de tudo, amigos que a acolhem nos momentos bons e ruins e um lar numa cidade pacata, mesmo com tantos traumas que assolam seu passado e ameaçam voltar à tona.

Nosferatu (2024) / Universal Pictures

O ano é 1838, auge do período romântico, durante século XIX, na Alemanha, onde medos muito reais relacionados à pestes vindas 'do estrangeiro', tomavam forma. Thomas, que é um corretor de imóveis desesperado por uma melhora de vida, já que está completamente individado, decide aceitar fechar um negócio com um misterioso conde que mora no Leste Europeu.

Deixando Ellen para trás com a promessa de que logo voltaria, o jovem parte em uma jornada sombria por locais que nunca havia pisado anterioramente afim de firmar o contrato com esse conde, que deseja morar na mesma cidade do corretor.

Naquele período, o medo não era apenas relacionado ao estrangeiro ou apenas a peste, mas também relacionado à burguersia e a realeza, onde no auge da época, um dos maiores medos das famílias comuns, principalmente de pais e esposos, eram condes ou membros da realeza invadindo suas casas para obrigar famílias a oferecerem a mão de suas filhas em casamento em troca de fortuna e a trama definitivamente toca nesse ponto por meio de diversas alegorias.

Nosferatu (2024) / Universal Pictures

Conde Orlok (Bill Skarsgård) ou Nosferatu, protagonmista titular da história, é a personificação de toda a dor, medo, repulsa e melancolia que Ellen sente e assim como um pesadelo interminável, atiça, machuca e manipula a mulher e todos ao seu redor. 

Ele não é apenas um monstro horrendo, pois aqui ele representa a aristocracia e a elite, um Conde com inúmeras fortunas; um ser macabro que invade e viola a vida e os corpos de suas vítimas, sejam elas adultos ou crianças, pois para ele não importa, já que ele é o apetite voraz, ele é o desejo de consumir tudo e a todos sem parar até que não sobre  absolutamente nada.

Absolutamente tudo em Orlok é apresentado para criar asco, porém ainda assim, sua voz sombria e sedutora hipnotiza Ellen, revelando a natureza dos desejos mais tórridos guardados no fundo do insconsciente de sua vítima.

Nosferatu (2024) / Foto: Universal Pictures

Toda a ambientação e caracterização dos personagens é extremamente fiel à epoca, desde um pequeno botão em uma lapela ao estilo de construção da cidade ao redor que transporta o público diretamente para aquela Alemanha gótica e clássica saída diretamente dos livros.

O elenco entrega performances memoráveis, com destaque para Lilly Rose-Depp, que não tem medo de parecer assustadora e repulsiva, utilizando técnicas da dança Butoh japonesa, que representa todas as trevas e a escuridão da alma que o filme clama, além de uma clara inspiração em outro terror japonês, Ugetsu,  trazendo também olhos vazios e distantes, característica principal de protagonistas de romances clássicos góticos, representando em alguns momentos, uma inocência e ao mesmo tempo, dor imensa. 

Nicholas Hoult e Willem Dafoe também são destaques em seus respectivos papéis; Hoult como o jovem corretor assombrado pela figura do conde e Dafoe, vivendo o hislário professor ocultista hilário Albin Eberhart Von Franz. 

Nosferatu / Foto: Universal Pictures
Absolutamente todos os detalhes foram pensados, desde o tom de voz dos personagens à ambientação geral da história e até mesmo a escolha das flores que aparecem em tela, inclusive, o ponto mais polêmico é relacionado à caracterização do Conde, mas vale lembrar que o personagem é uma inspiração direta de Vlad Tepes, ou Vlad o Impalador, figura histórica romana da vida real que inspirou a lenda clássica de Drácula (ou Orlok, se pensarmos em termos de adaptação).

Mais uma vez Robert Eggers prova ser um dos maiores nomes contemporâneos do terror, entendendo justamente que a essência do terror gótico é ver beleza na tragédia, onde uma vítima, consegue tomar suas próprias decisões e vencer no fim, onde cenas grotescas de necrofilia dizem mais sobre o amor transcedental de uma esposa por seu esposo e de um esposo por sua esposa, do que declarações românticas em si e onde os maiores medos de uma época, são representados por alegorias que necessitam ser saboreadas para que aja um entendimento completo.

É uma pena que a academia há tantos anos ignora o gênero de terror como uma categoria premiável, pois Nosferatu merece sim muitas indicações e muitos prêmios, desde a categoria de Melhor Atriz a Melhor Ator, Melhor Direção, Melhor Figurino e Melhor Som,. Que esse seja o filme que marque a renascença do gênero gótico ao cinema no século 21!

Nota: 9/10

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