Por Matheus Nascimento
A adaptação russa de O Mágico de Oz é um filme divertido que consegue equilibrar a trama simples com bons personagens, no entanto, apresenta alguns problemas que, para alguns, podem afastá-los do longa, como sua linguagem focada no público infantil, muitas situações genéricas e mensagens vazias sobre a relação familiar entre a protagonista e sua família. Vale lembrar que o filme estreia dia 30 de janeiro nos cinemas.
Na trama, levada por um furacão a um mundo mágico e desconhecido, Ellie e seus novos amigos, o Espantalho, o Homem de Lata e o Leão Covarde, partem rumo à Cidade Esmeralda em busca do Mágico, que concederá seus desejados pedidos. O ponto alto de O Maravilhoso Mágico de Oz - Parte I são seus personagens. Ellie, a Dorothy desse universo, é interpretada por Ekaterina Chervova, que faz um bom trabalho, conseguindo trazer à personagem uma menina que, às vezes imatura, também é corajosa em outros momentos.
O totó falante é algo muito legal no longa, já o Espantalho é um dos personagens mais irritantes, junto com o pássaro de uma das feiticeiras. A todo momento, ele tenta ser engraçado, mas acaba ficando um pouco forçado. O Homem de Lata e o Leão são competentes e, juntos com a protagonista, fazem o público torcer pela jornada até a Cidade das Esmeraldas.
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O Maravilhoso Mágico de Oz- Parte 1 / Foto: Imagem Filmes |
A direção de Igor Voloshin é competente, especialmente nas boas movimentações de câmera, principalmente na abertura do longa, onde temos um panorama dessa nova e estranha versão de Oz, porém, algo nítido na produção é o caminho até a Cidade das Esmeraldas, que parece ter sido gravado no quintal da casa do diretor.
No entanto, as partes internas e os cenários são lindos, principalmente os castelos das feiticeiras Bastinda e Gingema, onde é possível notar um forte elemento de fantasia. Os visuais de todo o elenco são bons e conseguem se diferenciar muito bem do clássico de 1939.
Um dos momentos frustrantes na rodagem do longa é a caracterização em termos de personalidade das duas feiticeiras, pois neste universo, elas são más, enquanto as bruxas são boas. Bastinda, a Bruxa Má do Oeste, interpretada por Svetlana Khodchenkova (Wolverine: Imortal), e Gingema, a Bruxa Má do Leste, interpretada por Vasilina Makovtseva (Uma Criatura Gentil), são extremamente caricatas, chegando ao ponto de fazer a infame risada maligna.
Uma parte do elenco parece estar em um filme e elas em outro, e a atuação das atrizes beira o ridículo, às vezes criando um humor involuntário. A produção é um filme que vale a pena assistir, seja por curiosidade ou por ser fã do universo de Oz como um todo. As crianças, que são o público-alvo, provavelmente gostarão bastante do filme, no entanto, ele peca pela falta de cenas de ação – só há uma, que ocorre bem no final do terceiro ato. Além disso, o final é frustrante, já que o clímax do longa acontece na ida à Cidade das Esmeraldas e termina justamente nesse momento.
NOTA: 5/10