Por Victoria Hope
Em um mundo tão dividido e com questões político-sociais tão revelantes sendo abordadas, a estreia direcional de Christian Swegal intitulada "Sovereign" é quase como um dedo tocando uma ferida exposta e aberta do fanatismo que tem assolado principalmente à América.
Estrelado por Nick Offerman (The Last of Us), Jacob Tremblay (The Life of Chuck) e Dennis Quaid ( A Substância), o filme conta a história de um pai e um filho que se identificam como 'soberanos', uma classe de americanos conspiracionalistas que no contexto do movimento social, se veem como "cidadãos soberanos", indivíduos que se consideras acima das leis e autoridades governamentais dos Estados Unidos, frequentemente alegando que o governo é ilegítimo.
São momentos delicados como esse no mundo atualmente onde filmes como "Sovereign" se fazem necessários para mostrar onde o extremismo exacerbado e a certeza de impunidade (bem como o excesso de religião) pode levar pessoas comuns, principalmente quando apoiadas por indivíduos que também compram essas mesmas crenças, a atos impensáveis.
Um dos grandes destaques do filme sem dúdiva são as atuações, principalmente de Offerman e Tremblay, que juntos em tela possuem uma sintonia sem igual. A dinâmica de pai e filho funciona muito bem e ainda vale o destaque para Jacob, que consegue traduzir justamente todos os sentimentos conflituosos que uma criança filha de extremistas alimenta em seu interior; afinal, ele colmeça a questionaer se seu pai realmente é o dono de todas as verdades e o mundo inteiro está errado. Já voltando ao lado de Nick, esse é um de seus melhores trabalhos em um portfolio recheado de muitas entregas impecáveis na TV e cinema.
Apesar do roteiro interessante, o filme diversas vezes foca demasiadamente na força policial americana, como se de certa forma, tentasse pintar a história como algo relacionado à bem ou mal, sem muitas nuances de cinza e sem questionar de fato essa instituição, o que não deixa as intenções da narrativa muito claras, porém, a resolução de tudo é extremamente importante.
Com o mundo e a América polarizados, Sovereign mostra a ponta do iceberg que pode expiralar quando indivíduos se veem fragilizados, com todos os sentimentos à flor da pele prester a explodir e é exatamente isso que irá culminar no trágico final dessa história, envolvida em luto, tristeza e perdas para todos os lados.
NOTA: 8.5/10