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SXSW 2024 | Entrevista com Michael Felker, Adam David Thompson e Riley Dandy de Things Will be Different

 

Por Victoria Hope

No surpreendente sci-fi de viagem no tempo 'Things Will be Different', quando irmãos distantes, Joseph e Sidney, se encontram em um restaurante local após um assalto, eles fogem para uma casa de fazenda abandonada que os transporta para uma época diferente, a fim de escapar da polícia local. 

Mas quando eles tentam retornar ao seu presente depois que a costa está limpa, uma força metafísica desconhecida os isola e os abandona na terra, a menos que façam exatamente o que lhes é ordenado. O que resulta disso não apenas distorce as forças do espaço-tempo, mas também distorce os laços familiares de Joe e Sid além do ponto de confiança e perdão.

O emocionante título estreia de Michael Felker na direção de longas-metragens é estrelado por Adam David Thompson e Riley Dandy, além de Chloe Skoczen (Graduação), Justin Benson (Something in the Dirt) e Sarah Bolger (Era uma vez, Emelie), que completam o elenco. O filme teve sua estreia no SXSW desse ano e nossa equipe teve a oportunidade de bater um papo sobre cinema, viagem no tempo e inspirações com o diretor Michael Felker ao lado das duas estrelas do filme Adam David Thompson e Riley Dandy



Amélie Magazine: Como foi a experiência no set de filmagens de 'Things Will Be Different?'

Michael: Nossa, foi uma montanha russa, não sei se descreveria muito bem, mas quando estamos numa produção, temos altos e baixos, coisas fora do seu controle. Mas quando você tem pessoas como Adam e Riley sentados ao seu lado nessa montanha russa, tudo se torna mais divertido e eu tive uma experiência fantástica dirigindo esse filme. 

Adam:  Nós certamente tivemos nossos desafios no set, incluindo aqueles que estavam fora de nossa alçada, como por exemplo, desastres naturais, Covid, coisas assim, mas eu preciso dizer que trabalhar nesse filme, em termos do processo de filmagens, foi uma se não , a melhor das experiências que eu já tive.

Ensaiar e poder trabalhar com Riley foi incrível ter essa possibilidade e assim que entramos no set, já começamos a nos sentir como uma verdadeira família, mesmo com tantas coisas, como as que pontuei, acontecendo ao mesmo tempo. Nós descobrimos diversas coisas e nos divertimos muito.

Riley: É claro que essa história é muito importante para Michael, porque ele escreveu essa história, mas foi como se todos nós estivéssemos na mesma página, em igualdade. Todos nós somos apaixonados por essa história, então isso fez toda a diferença no set.

Quando foi hora de nos despedirmos do set, eu confesso que fiquei depressiva por algumas semanas, porque eu sentia falta dessa família que construímos e dessa história. Foi algo muito especial de presenciar.

Amélie Magazine: Qual foi o momento mais emocionante do filme para cada um de vocês?

Adam: Bom, eu vou responder essa porque não cai no território de spoilers, mas tem um momento no filme em que os irmãos tem tatuagens que combinam uma com a outra, e a última cena que filmamos no set, tivemos um flashback de quando eles fizeram as tattoos juntos.

Nós estávamos sentados na varanda, era crepúsculo e toda a equipe estava unida ali perto naquela cena, e ter aquele momento realmente fez com que eu sentisse como se Riley fosse minha irmã, e ter aquele momento silencioso, comigo e com Riley, aquilo para mim foi o momento mais impactante, porque é uma almogamação de coisas que passamos, tanto como personagens quanto atores.

E ter aquele momento silencioso, é quase como se todos nós sabíamos que aquele seria o último momento que teríamos para trabalhar juntos e foi emocionante para todos nós e para a equipe. Eu nem sabia para onde ir depois daquela cena. Tipo,, 'será que vou pro carro? Será que eu troco de roupa'? E por algum momento isso me atingiu e me tocou e ainda toca toda vez que vejo a cena. 


Things Will be Different / Foto: Divulgação

Riley: Exatamente e não sei se muitas pessoas perceberam, mas metade do filme foi feito durante o inverno, então nós fomos para casa após as filmagens e fazer esse processo de novo foi quase como se estivéssemos voltando para o acampamento de verão, sabe?

Então quando terminamos as filmagens naquela noite de verão, a realização de que não nos veríamos mais e que aquela seria a última vez, me pegou demais. Essa realmente foi uma excelente cena de pontuar, Adam.

Michael: Eu acho que tem duas cenas, uma delas que acontece bem no arco do meio da história, sem colocar spoilers, que é um momento onde os protagonistas finalmente entendem o que está acontecendo e essa foi a cena que mais me estressou, porque nós não tínhamos muito tempo e nós ficamos sem luz, a equipe inteira estava morrendo de frio.

Mas depois de filmar as primeiras cenas, eu finalmente respirei de pensei 'o filme está pronto, é isso! Eu comecei a me animar, balancei os punhos no ar dizendo 'Isso! Vocês conseguiram! Vocês conseguiram! Eu estava muito animado!

Adam: Eu preciso dizer, Michael estava muito animado! Ele é animação pura! Tem muitos diretores que fazem o trabalho e dizem 'É isso, por hoje é só', mas não ele! 

Riley: Exato e isso  sobre diretores não tão animados as vezes nos deixa receosos, a gente sempre pensa 'nossa, será que eu fiz um trabalho ruim?'

Michael: Justamente, nós como diretores temos que ser uma torcida, afinal, somos as primeiras pessoas a assistir o filme, então eu tava muito animado de verdade. Aquilo para mim foi um momento muito incrível, mas o segundo foi durante os ensaios, onde a Riley tem uma cena que ela pode falar, mas foi um momento onde eles transacionam de uma cena engraçada para emocionante. Foi um momento doce e a melhor parte é que esse momento partiu de vocês, esses momentos orgânicos são importantes.

Riley: Basicamente você pode falar que dei uma incrível contribuição (risos). Brincadeiras à parte, eu trabalhei em uma cena onde eu e Adam estávamos numa banheira e nossas pernas se entrelaçaram eu fiquei muito feliz quando vi que essa cena foi incluída no filme. Foi especial. 


Things Will Be Different / Foto: Divulgação

Amélie Magazine: Agora vamos todos fingir que somos viajantes do tempo. Se vocês, Riley,  Michael e Adam, pudessem voltar no tempo e deixar uma mensagem para as crianças que um dia vocês já foram, qual seria essa mensagem?

Adam: Sabe, eu acabei de ter uma sessão de terapia antes de entrarmos aqui na entrevista, então eu sinto que estou em um lugar onde eu posso falar para o pequeno Adam que tudo vai funcionar, tudo vai ficar bem. Não importa o quão reativas e pessoais as coisas possam parecer no momento, a grande verdade é que sua vida é perfeita em cada porção e é assim que deveria ser. Se liberte e aproveite a vida.

Riley: Sabe, eu ia dizer a mesma coisa, eu acho que as vezes me perco sempre pensando em quais serão os próximos passos. Eu penso 'bom, eu tenho que fazer isso e depois mais aquilo e aquilo de novo e eu acho que se pusesse falar com a minha pequena eu, diria para ela 'ei, dê uma olhada à sua volta', porque eu queria tanto sair da minha cidade natal na época, sabe? 

E eu sentia que as pessoas não me entendiam e acho que se eu pudesse falar com ela, diria para ela respirar fundo e aproveitar esses pequenos momentos mundanos, porque são esses momentos que fazem a beleza da vida. Não são os grandes momentos que fazem toda sua vida. É claro que eles são importantes, mas a vida não é só isso, ela é feita de grandes e pequenos momentos. Coisas pequenas como fazer compras, andar de carro com a sua mãe, esses são os momentos que vão estar para sempre com você, então os aproveite.

Adam: Essa foi a pergunta mais legal que eu ouvi! Eu vou dizer, sou um preocupado perpétuo, mesmo que não pareça. estou sempre pensando e me preocupando com o que vai acontecer a seguir, então a minha questão é mais ou menos como uma almogamação do que o Adam e a Riley descreveram.

Eu sempre faço resoluções todo ano e eu sempre me preparo para o futuro e fazer esse filme foi a primeira vez que eu não tinha uma agenda, não tinha uma preocupação de que precisava disso ou aquilo. E eu queria muito ter aprendido isso há muito tempo atrás. 

Desde criança eu sempre fui muito preocupado com tudo 'será que eu faço faculdade de cinema?' 'Preciso fazer amigos!', 'Preciso encontrar emprego e ter dinheiro' e sabe, você se preocupa com essas coisas porque obviamente você quer tudo isso, mas se eu pudesse voltar atrás, eu diria 'Pare. Aproveite o que você tem agora, respire, porque se você passar o tempo todo se preocupando, você não vai se lembrar de nada depois, tudo vai desaparecer. Celebre o tempo e os momentos que você tem, se 


Things Will Be Different / Foto: Divulgação

Amélie Magazine: Um filme que transformou suas vidas

Michael: Tem um grande filme que mudou minha vida e esse filme foi Matrix. Eu o assisti quando era uma criança ainda e aquilo me fez pensar no que um filme poderia ser. Não apenas em termos de história, sabe? Aquilo destruiu meu cérebro de criança de 11 anos (risos). 

Aquilo mudou tudo, me mostrou como filmes poderiam ser e o que eles poderiam fazer e aquilo mexeu comigo e até hoje eu ainda tento alcançar aquele nível de êxtase que eu senti assistindo essa história. Mudou totalmente a forma como eu vejo não apenas filmes, mas como também vejo tudo ao meu redor, porque foi algo que eu nunca tinha visto antes. 

Riley: Eu acho que eu tenho dois por dois motivos distintos. Quando eu era criança, E.T foi incrível para mim porque eu me lembro nitidamente de ver a Drew Barrymore no filme e ela era mais nova do que eu e ela estava atuando, então eu pensei 'Espere aí! Eu sou mais velha que ela, eu poderia estar fazendo isso também! E foi assim que eu quis me tornar atriz. 

O segundo filme foi na minha adolescência, que me marcou demais e que eu assisti mais de cinco vezes, foi 'Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças'. Esse filme mexeu demais comigo e mudou minha vida. 

Adam: Na verdade eu não tenho uma resposta para isso, com meu cérebro de TDAH, todo filme que eu assisti, mudou algo completamente para mim. Sabe, ver até onde a imaginação das pessoas vai, sabendo todo o trabalho duro que se leva para fazer um filme, isso me faz amar cada vez mais. Eu amo assistir filmes, eu amo teatro e mesmo que você não goste dessas coisas, sempre tem algo especial que você pode aprender com essas experiências.

Eu sou um grande consumidor de documentários, eu nunca me canso, sempre assisto tudo relacionado à documentários. Eu gosto de poder ver um vislumbre sobre a vida real dos outros e problemas que eles tem e como os resolvem e lidam com isso em pequena escala e para ser honesto, quando falamos de atuação, eu carrego bem mais o que vejo em documentários do que vejo em filmes e narrativas, porque tem algo 'nu' e vulnerável com essas pessoas da vida real, principalmente em documentários muito bons, quando o diretor consegue possibilitar que essas pessoas se abram e sejam sinceras sobre suas realidades.

Amélie Magazine: Se vocês pudessem definir Things Will be Different em três palavras, ou seja, uma palavra para cada um, quais seriam?

Adam: Se eu pudesse dizer uma palavra, eu diria família 

Riley: A minha seria, fé, alo do tipo 'será que você poderia mudar sua trajetória?' 'Você poderia mudar seu destino'.

Adam: Fé é uma boa palavra, mas algo que nós três pensamos e falamos sempre é sobre esperança. Ou você tem ou você não tem, mas sem spoilers, ela diz muito sobre esses personagens e sobre essa história.

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