Por Victoria Hope
Inspirado nas viagens de Derrick B. Harden à Bulgária, 'The Black Sea' é a jornada transformadora de um homem que encontra conexões inesperadas em uma pequena cidade costeira do Leste Europeu, mesmo quando se descobre ser a única pessoa negra por perto.
Khalid, um grande sonhador carismático do Brooklyn, sem acompanhamento, fica preso em uma pequena cidade no Mar Negro depois de perseguir uma oportunidade de dinheiro que dá errado. Sendo o único negro da cidade, ele rapidamente se torna o centro das atenções da cidade. Seu bop de rua em Nova York é tudo que ele tem para sobreviver. Em sua busca para voltar para casa, ele encontra uma conexão que nunca imaginou com uma mulher local. Juntos eles tornam seus pequenos sonhos grandes.
The Black Sea é um filme calmo, tranquilo, apesar de alguns poucos momentos de tensão em que o protagonista se depara encarando. É aquele slowburn não linear que acontece sem pressa, com pequenas fagulhas enquanto acompanhamos esse homem se conectar com uma comunidade que não tem absolutamente nada a ver com sua cultura original, mas ainda sim, prova que é possível se conectar de forma profunda, mesmo com a 'barreira da língua'.
Algumas das cenas mais emocionantes do longa sequer possuem diálogos; afinal, tudo é conectado nesse momento por olhares e gestos, como por exemplo, a 'dança' na lama onde os personagens se comunicam apenas com os olhos, de forma doce, como dois cúmplices.
O longa não tenta reinventar a roda, mas traz uma mensagem importante sobre união e a importância de sabermos que ninguém está verdadeiramente sozinho no mundo e que onde quer que estejamos, podemos nos conectar através da empatia, do amor e do desejo de evoluírmos e deixarmos o passado para trás, assim como Khalid.
NOTA: 8.5/10