Por Clara Rodrigues
Se você nasceu nos anos 80 ou 90, é muito provável que tenha crescido com as Tartarugas Ninja, seja vendo o desenho animado todos os dias antes de ir para a escola, lendo as revistas em quadrinho ou jogando no Super Nintendo. Seria muito fácil ter um filme de sucesso apelando para a nostalgia dos millenials como muitos estúdios vem fazendo, mas ao invés disso, Tartarugas Ninjas: Caos Mutante escolhe trazer a iconografia marcante de personagens que marcaram época com uma roupagem nova, introduzindo-os as gerações mais novas.
A narrativa explora muito bem os sentimentos e incertezas de todos os personagens, principalmente em relação ao amadurecimento. Rafael, Leornardo, Michelangelo, Donatelo e April pela primeira vez em tantas adaptações, são multifacetados, e mais do que isso: são adolescentes de verdade. O tom do filme reflete essa juventude dos protagonistas, rendendo boas risadas para o público. Outra mudança interessante e que agrega muito à história é o Mestre Splinter ser mais do que um sensei e uma figura paterna para as Tartarugas, em Caos Mutante, ele é de fato um pai e age como tal muito além do treinamento ninja.
Tartarugas Ninja: Caos Mutante / Foto: Paramount Pictures |
Já quanto aos visuais do filme parece meio óbvio dizer que ele bebe da fonte de um mundo de animações pós-Aranhaverso, mas surpreendentemente, Caos Mutante consegue transformar uma animação mais estilizada em algo muito próprio, assim, as pinceladas marcadas e os riscos de caneta conseguem transmitir a angústia adolescente da gangue.
Tartarugas Ninja: Caos Mutante, é o filme perfeito para uma sessão de cinema para pais e filhos: enquanto os pais vão relembrar e reviver tempos mais simples, as crianças vão poder conhecer e se apaixonar pelos personagens que marcaram tanto as gerações anteriores, criando uma nova leva de pequenos fãs de Tartarugas Ninja, e quem sabe em 30 anos não serão eles levando os filhos verem uma nova adaptação?
Nota: 9/10