Por Victoria Hope
Quando se fala em cinebiobgrafias, existe sempre o mesmo pensamento da história clichê que tende a endeusar ou transformar as celebridades retratadas em verdadeiros ícones ou heróis, mas 'Better Man - A História de Robbie Williams' acerta não apenas por ir pelo caminho totalmente oposto, como também por apostar no formato mais inusitado possível, usando o artifício de um macaco em CGI para contar a história desse que é um dos maiores nomes da indústria musical britânica.
Logo em que o anúncio do filme foi revelado, grande parte da audiência mais nova não parecia conhecer o astro, principalmente porque seu auge foi no início dos anos 2000 até o final de 2010, mas essa foi uma excelente oportunidade para introduzir o cantor para toda uma nova geração.
Sem romantizar a vida conturbada do cantor, acompanhamos a vida de Robert desde sua infância repleta de pobreza, onde apesar de morar com sua mãe e sua avó, viu seu pai abandonar toda sua família para seguir ser sonho de comediante e assim, deixou o menino sozinho por muitos e muitos anos.
Durante as passagens do tempo, com magníficas coreografias embaladas pela trilha sonora marcante de Robbie Williams, o público é introduzido ao começo de sua fama, desde a adolescência, sendo considerado uma criança muito carismática até sua juventude, onde entrou para a boy band Take That, que foi grande inspiração para boy bands como Backstreet Boys e N'Sync, além de também passar por momentos conturbados em sua vida até chegar a carreira solo.
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Better Man - A História de Robbie Williams / Foto: Diamond Films |
O longa não tenta em nenhum momento suavizar a vida do cantor, mostrando seus problemas com substâncias ilícitas, bebidas e sexo, mas sempre mostrando a força do cantor em tentar sozinho lutar contra a depressão entre outras questões de saúde mental.
Quem conhecia Robbie Williams, vai se apaixonar ainda mais por seu trabalho e quem não conhecia, vai passar a adorar seus hits dançantes. Até mesmo o artifício do macaco foi genial, pois durante entrevista com o diretor Michael Gracey (O Rei do Show), ele questionou como o cantor se via e sua reposta foi a de um macaco performático, então nada mais justo do que trazer o cantor às telas da forma que ele se vê por dentro.
Better Man é um dos melhores e mais criativos biopics em anos, não apenas pelos excelentes efeitos visuais da WETA, mas principalmente por desviar da rota de lugar comum de tantos biopics recentes que tem deixado a desejar e nem sempre fazem jus ao nome que representam. Esse é o filme que vai arrancar gargalhadas do público num momento, para no outro fazer as lágrimas rolarem e logo em seguida vai fazer o público querer dançar sem parar. É fascinante sempre ver cinebiografias que são construídas enquanto as estrelas mencionadas ainda estão vivas, pois isso traz uma outra perspectiva para a história. E que bom que ainda temos Robbie Williams aqui!
NOTA: 9.5/10