Por Victoria Hope
Um dos longas mais aguardados do ano sem dúvida é "Mickey17", longa do vencedor do Oscar Bong Joon-ho estrelado por Robert Pattinson, com estreia marcada para seis de março nos cinemas. Após anos de atraso, com tantas mudanças na data de lançamento, o sci-fi político chega em breve aos cinemas.
Quem conhece os trabalhos do diretor coreano Bong Joon-Ho como "Snowpiercer", "Okja" e até mesmo "The Host", sabe como ele foi a escolha perfeita para adaptar o livro de Ashton Edward, "Mickey7", já que muitos dos temas dos filmes dirigidos por ele tocam na mesma temática sci-fi política que possuem muitos paralelos com a realidade em que a população vive.
Na trama, Mickey é um Trabalhador Dispensável: um funcionário descartável numa expedição humana enviada para colonizar o mundo gelado Niflheim. Sempre o escolhido para as missões mais perigosas, ele é considerado descartável, já que toda vez que morre, uma nova versão é impressa com as mesmas memórias do personagem, mas tudo muda quando sem querer, num dia, uma das versões não completa sua missão de morrer e agora dois Mickeys estão zanzando por aí.
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Mickey17 / Foto: Warner Bros. Pictures |
A forma com que o filme lida com as questões éticas e sociais das cópias impressas é muito interessante e possui diversos paralelos com a vida real, afinal, quantas histórias ouvimos sobre pessoas que doam absolutamente tudo, até mesmo partes do corpo que precisariam, porque precisam de uma renda extra?
Mickey17 nos lembra da fragilidade do sistema bem como os perigos da mistura da religião com o estado e com a política, tudo isso muito bem representado por Mark Ruffalo, que aqui está hilário no papel do presidente tirano Kenneth Marshall, que aqui se assemelhan com diversas figurinhas carimbadas políticas que brigam pelo retrocesso e controle máximo da população.
Mas o verdadeiro destaque do longa definitivamente é Robert Pattinson, em um de seus melhores traabalhos, representando aqui o doce e medroso Mickey e todas as suas outras versões, uma bem distinta da outra. Com uma voz super engraçada, mas uma performance hora tensa e hora emocionante, ele mostra mais uma vez que é um dos grandes nomes da nova geração de Hollywood.
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Mickey 17 / Foto: Warner Bros. Pictures |
Outro destaque do longa é Naomi Ackie, aqui entregando muitos momentos que vão fazer o público morrer de rir, mas também sendo protagonista de eventos cruciais da trama e falando na história, é sempre muito interessante ver como Bong Joon-ho consegue trazer humanidade nas relações e mostrar o quanto a comunidade é mais forte do que pessoas ou pensamentos individualistas.