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[Review] Marriage Story


Por Victoria Hope


A Netflix definitivamente presenteou a todos com pelo menos cinco produções dignas de Oscar nesse ano e Marriage Story é uma delas. Com uma trama relativamente simples, A História de um Casamento surpreende pelo desenrolar da trama e pelas atuações impecáveis de Scarlett Johansson e Adam Driver.

No filme, conhecemos a bela e ao mesmo tempo trágica história de amor entre Nicole, uma atriz bem sucedida e Charlie, um bem sucedido e premiado diretor de cinema e teatro. O casal tem o relacionamento perfeito, onde ambos se entendem, apoiam e existe muito amor e respeito envolvidos, só que o que parece primoroso de início, na a realidade é muito diferente do que aparenta. 

A História de um Casamento, mostra o que acontece em uma família quando os pais decidem se separar, mas mantém a amizade por conta da criação de um filho, no caso Henry. Inicialmente o processo de separação foi gradual, mas aos poucos, as máscaras vão caindo e a verdade começa a vir a tona na aparente relação 'amigável' entre os dois.


Marriage Story / Netflix 

Sem escolher lados, o diretor faz um trabalho incrível em demonstrar ambos os lados do casal enquanto seu relacionamento se transforma gradativamente em ruínas. Pouco a pouco vemos a animosidade crescer dentro do marido e esposa que lutam a todo o custo para se manter juntos. 

O que começa como uma discussão amigável, cresce de uma forma ao ponto de que em um dado momento do filme, um dos parceiros  chega a desejar a morte de um dos personagens, em um dos diálogos mais fortes  e doloridos de todo o longa.

Não há grandes pretensões aqui, todo o processo da separação é mostrado da forma mais humana possível e de forma didática, desde o primeiro bate papo, a negação ao pedido de divórcio até mesmo o processo de escolha dos advogados.

Marriage Story / Netflix
Ainda sobre a trama, por mais que o diretor não demonstre estar de nenhum dos dois lados, muitas questões sociais vem à tona, como por exemplo, como a criança no processo de separação dos pais, acaba servindo de 'brinquedo' nos jogos de poder entre a mãe e o pai. 

Muitos veem o personagem Charlie como um bom pai por ser apenas mediano e levar seu filho para passear, cozinhar de vez em quando ou contar histórias de dormir, enquanto aos olhos da sociedade, Nicole que modifica sua vida inteira, seu cronograma, seus hábitos e até mesmo sua casa para acomodar os hábitos de seu filho, tem seu papel visto como 'nada menos do que a obrigação de uma mãe'.

É nítido o peso da criação de Henry, que invariavelmente cai nas mãos de Nicole, ainda que os expectadores possam sentir empatia por Charlie, que acaba se tornando ainda mais vilanizado aos olhos do filho, que não o vê como um protetor, mas sim como alguém que 'não está lá' em L.A. 


Marriage Story / Netflix

Outro grande destaque do filme fica por conta de Laura Dern, que interpreta a hilária e impassível advogada de separação contratada por Nicole para ajudar em todo o processo. Com alguns comentários pontuais sobre a inequalidade entre homens e mulheres em uma separação, ela é quem convence Nicole a finalmente entregar o papel de divórcio. 

Ao longo da relação, vemos o quanto Charlie é egocêntrico e liga apenas para sua carreira, não apenas deixando a esposa de lado, o que foi um dos estopins para o pedido de divórcio. 

Você termina o filme com uma sensação de que aquele casal tinha tudo para dar certo, mas não deu e está tudo bem. Seus caminhos se separam, mas eles não precisam se separar de seu filho também e essa é a verdadeira lição. 

NOTA: 8.0/ 10

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