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Mostra de SP 2025 | Sirât

 

Por Victoria Hope

Existem filmes que deixam a audiência boquiaberta comk sua conclusão e "Sirât", é um desses títulos que marca quem assiste para sempre. Na trama, o público acompanha a  busca desesperada de um pai e seu filho por uma jovem desaparecida que aparentemente sumiu em uma rave no deserto.

O que se segue, é uma jornada assustadora e sufocante enquanto essa família tenta encontrar a garota, ao mesmo tempo em que conhecem um grupo de pessoas que vivem a vida de raves e pouco se importam com o amanhã; pelo menos à primeira vista, é o que parece ser, mas logo, o protagonista e seu filho vão perceber que aqueles desconhecidos oferecem muito mais do que uma 'vida sem regras'.

Inicialmente, a rave parece ser o ápice da liberação, mas aos poucos, começa a revelar um lado muito sombrio e assustador das festas que acontecem em meio ao deserto, principalmente desertos do oriente médio onde conflitos seguem sem freio. 

Sirât / Foto: Mostra Internacional de Cinema de SP 

O título do filme evoca a Ponte As-Sirât, um dos elementos centrais do imaginário islâmico, que diz que no Dia da Ressurreição, as almas devem passar por uma passagem mais fina que um fio de cabelo, correndo o risco de cair em um submundo repleto de chamas e a alegoria não poderia ser mais verdadeira quando se fala no filme, que de sua maneira, reflete essa mesma passagem.

Tanto o lado emocional dos protagonistas quando o espiritual é posto à prova conforme eles avançam com seus carros ao som de techno, enquanto o sentimento da morte e desespero segue todos os seus rastros, culminando em momentos chocantes.

Não há mais o que falar sobre a trama sem que spoilers sejam contados, mas a catarse de toda a história faz Sirât valer a pena. É um filme forte, pesado, porém com umja mensagem extremamente relevante, principalmente com o cenário socio-político atual.

NOTA: 8.5/10 

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