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Mostra de SP 2025 | Drácula de Radu Jude

 

Por Victoria Hope

Existe um limite quanto fala-se em filmes tediosos, mas "Drácula" de Radu Jude talvez ultrapasse todos esses limites em termos de chatice, mau gosto e vulgaridade. Raramente inicio críticas falando do que não apreciei em um longa, mas isso não quer dizer que o filme não tenha pontos interessantes abordados.

O uso excessivo da IA, mesmo que em crítica, ainda assim não deixa de ser inteligência artificial e não deixa de utilizar litros e litros de recursos naturais para tentar "passar uma mensagem". Apesar disso, O Drácula de Jude apresenta uma ferrenha crítica à indústria cinematográfica, ao consumismo exacerbado e ao próprio uso indiscriminado de inteligência artificial.

Na trama, acompanhamos um autor que utiliza uma IA fictícia chamada Dr. AI Judex, para criar diversos filmes temáticos de Dracula. Enquanto o personagem autor tenta criar um filme com símbolos que supostamente o público gosta, o público é atacado com centenas de cenas repetitivas de sexo, palavras de baixo calão e violência. 

O artifício da IA falsa funcionaria muito bem como uma crítica caso a IA verdadeira não tivesse sido utilizada, fora que, o ritmo do filme, que é excessivamente longo, se torna cansativo rapidamente, até mesmo porque há uma repetição da mensagem em cada um dos "capítulos" apresentados.

Criticas ao capitalismo são salpicadas em casa uma das tramas, as vezes funcionando muito bem, como no episódio específico onde Dracula é pintado como um CEO carrasco de uma empresa, mas na maioria das vezes à crítica não vai muito longe. 

Em alguns momentos, as cenas de nu frontal principalmente feminino são tão excessivas que cheguei a pensar que estava vendo um filme feito por um adolescente na puberdade e não por um diretor adulto renomado. É um filme incômodo que por mais que tente parecer 'genial", só se torna um produto vazio, tal qual o produto que ol próprio personagem autor tenta criticar. Seria essa uma então? Talvez.

Nota: 4/10

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