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Prêmio Platino 2025 | Ainda Estou Aqui é escolhido como Melhor Filme Ibero Americano de Ficção, Fernanda Torres Melhor Atriz e Walter Salles Melhor Diretor

 

Por Victoria Hope

Ainda Estou Aqui”, recebeu os prêmios de Melhor Filme Ibero Americano, Melhor Atriz para Fernanda Torres e Melhor Direção para Walter Salles no Prêmio Platino, uma das maiores premiações do cinema Ibero-Americano, que realizou a cerimônia de premiação de sua 12ª edição neste domingo, 27, no Palácio Municipal IFEMA Madrid, localizado na capital espanhola. O produtor Rodrigo Teixeira e a atriz  Valentina Herszage representaram o filme na premiação. Walter Salles e Fernanda Torres não puderam estar presentes e enviaram textos de agradecimento que foram lidos no palco.

É uma honra receber esse prêmio em uma categoria onde tenho tanta admiração pelos diretores indicados. Obrigado ao Prêmio Platino por nos lembrar que o cinema latino-americano é a nossa casa”, declarou Walter Salles em nota de agradecimento ao prêmio lida por Rodrigo Teixeira. Walter estendeu os agradecimentos a um dos maiores nomes do audiovisual brasileiro. 

“Gostaria de dedicar esse prêmio a um Mestre que nos deixou há pouco, Carlos Diegues, diretor de filmes fundamentais como ‘Bye Bye Brasil’, um dos fundadores do Cinema Novo e um dos cineastas que pensou o cinema de forma mais democrática e inclusiva. Carlos era um admirador do cinema latino-americano, e foi fundamental para que filmes como o nosso pudessem estar aqui hoje. Em um momento de fragilização da democracia no mundo, em um tempo em que se tenta borrar a nossa memória coletiva, pensadores como Carlos Diegues nos lembram o quanto o cinema é fundamental para combater o esquecimento.  Muito obrigado.

Fernanda Torres também comentou a premiação: "Eu gostaria muito de poder estar presente nesta noite, mas, infelizmente, isso não foi possível, devido a compromissos de trabalho. Quero dizer que é uma honra imensa receber este prêmio. Sou fruto da cultura Ibero-americana, a Península Ibérica é minha segunda casa e esse reconhecimento reforça, em mim, o orgulho de fazer parte de uma força cultural que, no cinema, pariu artistas da dimensão de Luiz Buñuel e Pedro Almodóvar;  Alejandro Inharitù e Alfonso Cuarón, de Ricardo Darín;  Norma Aleandro, Penélope Cruz, Javier Bardem e Marisa Paredes, de Glauber Rocha e Fernanda Montenegro. 

Esse é um filme sobre uma família, feito por uma família de artistas e fico feliz de recebê-lo pelas mãos de Valentina Herszage, minha filha na ficção, que representa não só a mim, aqui, nesta noite, mas também ao Selton (Mello), à Luiza (Kosovski), à Bárbara (Luz), ao Guilherme (Silveira) e à Cora (Mora). Sem eles minha Eunice jamais existiria. 

Eu agradeço profundamente a Walter Salles, meu irmão, meu amigo e parceiro de tantas décadas, a honra de ter habitado a pele desta mulher. Walter é o coração deste filme raro, tão humano e delicado, sobre a brutalidade da Ditadura Militar do Brasil, uma das tantas que se espalharam pelas Américas, durante o período da Guerra Fria.  

Através de Eunice Paiva, revisitei o horror da Ditadura que conheci em criança. Esta grande brasileira, advogada e defensora da democracia e dos direitos humanos nos ensina, no momento presente, a resistir com alegria e civilidade, sem nos dobrarmos ao autoritarismo. Em nome da família Paiva, de Marcelo Paiva, e de todos aqueles que defenderam e defendem a arte e a democracia eu repito: Ditadura nunca mais! Muito obrigada!!

 O produtor Rodrigo Teixeira e a atriz  Valentina Herszage representaram o filme na premiação na Espanha. / Foto: Divulgação

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