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Manas | Com mais de 20 prêmios conquistados desde sua première em Veneza, filme chega aos cinemas nacionais em maio

 

Por Victoria Hope

MANAS contou com o apoio de renomados cineastas internacionais. Walter Salles, que recentemente conquistou o Oscar de Melhor Filme Internacional por “Ainda Estou Aqui”, e os irmãos Jean Pierre e Luc Dardenne, vencedores de duas Palmas de Ouro em Cannes, atuaram como produtores associados do filme. Os cineastas apostaram no potencial do projeto desde a fase de roteiro, contribuindo significativamente para a sua realização.

MANAS, de Marianna Brennand, é um primeiro longa-metragem brilhante. A narrativa é ao mesmo tempo sensorial e emocional, os atores são cativantes, e a direção é inspirada, precisa e desprovida de sentimentalismo. Marianna nos oferece a possibilidade de mergulhar em um mundo que ainda não havíamos visto, trazendo luz aos seus demônios internos. Uma grande estreia de uma diretora extremamente talentosa", elogia Salles.

MANAS narra a história de Marcielle/Tielle (Jamilli Correa), uma jovem de 13 anos que vive na Ilha do Marajó (PA) junto ao pai, Marcílio (Rômulo Braga), à mãe, Danielle (Fátima Macedo), e a três irmãos. Ela cultua a imagem de Claudinha, sua irmã mais velha, que teria partido para bem longe após “arrumar um homem bom” nas balsas que passam pela região. Conforme amadurece, Tielle vê ruírem muitas das suas idealizações e se percebe presa entre dois ambientes abusivos. Preocupada com a irmã mais nova e ciente de que o futuro não lhe reserva muitas opções, ela decide confrontar a engrenagem violenta que rege a sua família e as mulheres à sua volta.

Luc Dardenne endossa:É um filme que me emocionou profundamente. Sua abordagem da vida de uma jovem e sua família no Norte do Brasil revela a existência de uma comunidade, de uma sociedade onde a longa história de dominação masculina está violentamente inscrita nos corpos das mulheres. Este filme de estreia da diretora Marianna Brennand é, a meu ver, marcado pela intensidade e precisão de sua visão, assim como por sua profunda conexão com seus personagens – qualidades que sinalizam o surgimento de uma cineasta verdadeiramente excepcional.” 

O longa tem sido amplamente elogiado também pela crítica especializada. Vittoria Scarpa, do Cineuropa, destacou que o filme "deixa você atordoado – pela história que conta, pela forma como a conta e pelas atuações penetrantes de seus atores". Já Matthew Joseph Jenner, da International Cinephile Society, descreveu MANAS como "um filme sincero, afetuoso e genuinamente impactante".

SXSW 2025 | Baggage (Animation Short)

 


Por Victoria Hope

No belíssimo curta de animação em stop-motion "Baggage",  de Lucy Davidson (da equipe dop indicado ao Oscar "Memórias de Um Caracol"), três amigas despacham suas bagagens no aeroporto, mas uma delas está carregando um pouco mais que as outras. Enquanto elas viajam pela esteira rolante até a segurança, ela consegue esconder o que tem dentro? 

O curta de Lucy Davidson é um filme cômico, mas comovente, que explora a amizade feminina e o peso emocional que os verdadeiros amigos ajudam a carregar pela vida.  Além de ser  selecionado para o London International Animation Festival e Flickerfest, ganhou o prêmio de "Melhor Curta de Animação" no Peninsula Film Festival

Com uma ideia simples, mas muito emocionante, Baggage é o curta de animação mais interessante dos últimos anos. Seguindo a temática de toda a bagagem emocional que mulheres levam ao longo de suas vidas, o filme mostra, com muito bom humor, como todas são julgadas pelo seu passado, principalmente pela sociedade, mas que ter amizades verdadeiras é crucial para erguer as mulheres e fazê-las terem orgulho de suas jornadas.

O estilo stop-motion é excelente pra contar esse tipo de narrativa e a cada momento, a audiência vai se pegar pausando os olhos em cada detalhe da mala, com certeza se identificando com alguns dos traumas, medos, receios e sonhos abandonados que a personagem carrega.

Baggage é um curta muito empoderador ao nos lembrar que nunca estamos sozinhas e que muitas já passaram pelas mesmas dores. Não é vergonha ter abandonado sonhos ou não ter relacionamentos que deram certo no passado, afinal, sempre há tempo de recomeçar e é por isso que o apoio de quem está próximo é tão importante para a jornada de cura. 

A grande mensagem é a que está tudo bem carregar esse peso, ele incomoda, mas também mostra o quanto a pessoa já viveu e quantas vezes ela pode retomar sua própria vida, afinal, todos temos bagagens. e tudo vai ficar bem, eventualmente.

NOTA: 10/10

Mostra Mestras do Macabro | Evento celebra as cineastas de horror ao redor do mundo nas telas do CBB SP

 

Por Victoria Hope

'Mestras do Macabro’ celebra as mulheres no universo do horror, um gênero historicamente dominado por homens, mas que tem sido cada vez mais enriquecido pela perspectiva feminina. A curadoria da mostra é feita pela pesquisadora e especialista Beatriz Saldanha, que reuniu obras representativas de diferentes épocas, países, e contextos sociais. A seleção oferece ao público um panorama histórico do gênero, destacando realizadoras de diferentes gerações e diversas nacionalidades.

Além das exibições, a mostra também promove diversas atividades presenciais, incluindo um curso com duração de três dias ministrado pela curadora Beatriz Saldanha, uma mesa de debate também mediada pela curadora com duas convidadas a definir, e uma sessão comentada com a cineasta Gabriela Amaral Almeida.

Em um momento em que diretoras contemporâneas ganham cada vez mais destaque, a mostra oferece não apenas a oportunidade de assistir às obras, mas também a possibilidade de repensar o papel da mulher no cinema de horror e a importância do gênero como meio de reflexão sobre temas sociais.


Candyman (2021) / Foto: Universal Pictures

Sobre a relevância de ‘Mestras do Macabro’, a curadora Beatriz Saldanha relata “Quando se fala em cinema de horror, todos os fãs conhecem na ponta da língua nomes como George Romero, Wes Craven e John Carpenter, mas se perguntássemos ‘e qual a sua diretora favorita de horror?’, muitas pessoas teriam dificuldade em responder. Existe uma história do horror formada por cânones e por muitos anos as mulheres estiveram à margem dela. Um dos principais objetivos dessa mostra é trazer à luz diretoras que fizeram e estão fazendo filmes de horror tão bons quanto os clássicos que todo mundo adora, deixando evidente que mulheres também podem ser consideradas mestras do macabro.”

Durante a Mostra acontecem 32 sessões em São Paulo, exibindo os 28 longas selecionados e contando com 4 reprises. Entre os filmes a serem reprisados estão títulos que serão programados com recursos de acessibilidade de audiodescrição, interpretação em Libras e legenda descritiva. Todas as sessões serão gratuitas, assim como as atividades paralelas. Entre os destaques da programação estão os filmes “O Cemitério Maldito” (1989), um clássico do cinema de gênero dos anos 80, “Psicopata Americano” (2000), marco da virada do milênio, o irreverente e disruptivo “Garota Infernal” (2009), “O Babadook” (2014), explorando os sacrifícios da maternidade e o musical de horror brasileiro “Sinfonia da Necrópole” (2016).

Ao realizar a mostra "Mestras do Macabro – As Cineastas do Horror ao Redor do Mundo", o Centro Cultural Banco do Brasil, oferece ao público a oportunidade de conhecer produções femininas em um campo até então predominantemente masculino. Além de reconhecer e valorizar o talento dessas cineastas, a mostra contribui para a transformação do gênero de horror, enriquecendo-o com novas perspectivas, conscientizando o público sobre a equidade de gênero no cinema e inspirando futuras gerações de mulheres a ingressarem na indústria cinematográfica.


Garota Infernal / Foto: 20th Century Fox

FILMOGRAFIA:

A Fria Luz do Dia (Cold Light of Day). Reino Unido, 1989. Direção: Fhiona Louise. Duração: 79 min. Classificação indicativa: 18 anos.

Um homem solitário atrai rapazes para sua casa e os mata brutalmente. Baseado nos crimes do assassino em série Dennis Nilsen.

A Jaula de Mafu (The Mafu Cage). EUA, 1978. Direção: Karen Arthur. Duração: 101 min. Classificação indicativa: 16 anos.

Uma astrônoma de sucesso e sua irmã obcecada por primatas vivem uma relação sombria na casa que herdaram do pai antropólogo.

A Lenda de Candyman (Candyman). EUA, 2021. Direção: Nia DaCosta. Duração: 91 min. Classificação indicativa: 16 anos.

Um pintor em crise criativa é assombrado pela criatura sobrenatural Candyman, um assassino cruel invocado ao ser chamado diante do espelho.

Amores Divididos (Eve’s Bayou). EUA, 1997. Direção: Kasi Lemmons. Duração: 108 min. Classificação indicativa: 16 anos.

A filha de 10 anos de um respeitado médico adentra um mundo de segredos, mentiras e forças místicas ao flagrá-lo com uma amante.

A Sombra do Pai. Brasil, 2019. Direção: Gabriela Amaral Almeida. Duração: 91 min. Classificação indicativa: 16 anos.

Uma garotinha solitária tenta ressuscitar a mãe morta para tentar se comunicar com o pai, um operário de comportamento retraído.

Desejo e Obsessão (Trouble Every Day). França, 2001. Direção: Claire Denis. Duração: 97 min. Classificação indicativa: 18 anos.

Um jovem casal de norte-americanos chega a Paris e vivencia um amor tão intenso e obsessivo que literalmente ameaça os devorar.


Estranhos Poderes / Foto: Cannon Films

Estranhos Poderes (The Godsend). Reino Unido, 1980. Direção: Gabrielle Beaumont. Duração: 86 min. Classificação indicativa: 16 anos.

Uma moça que foi forçada a criar o bebê de uma desconhecida entra em desespero quando seus próprios filhos começam a ser mortos.

Garota Infernal (Jennifer’s Body). EUA, 2009. Direção: Karyn Kusama. Duração: 107 min. Classificação indicativa: 16 anos.

Uma líder de torcida adolescente se torna uma assassina sedenta por sangue e passa a matar de maneira brutal os colegas de classe.

Grave (Grave). França, 2016. Direção: Julia Ducournau. Duração: 98 min. Classificação indicativa: 16 anos.

Depois de um trote em que é obrigada a comer fígado, uma estudante de veterinária desenvolve um apetite por carne humana.

Medusa. Brasil, 2023. Direção: Anita Rocha da Silveira. Duração: 123 min. Classificação indicativa: 16 anos.

Um grupo de moças religiosas persegue e agride violentamente nas ruas mulheres que elas consideram que levam uma vida pecaminosa.

Mortos de Fome (Ravenous). Reino Unido, República Tcheca, México, EUA, 1999. Direção: Antonia Bird. Duração: 101 min. Classificação indicativa: 18 anos.

Da guerra entre México e Estados Unidos, em 1847, um regimento militar em missão de resgate se depara com um canibal na selva.

O Babadook (The Babadook). Austrália / Canadá, 2014. Direção: Jennifer Kent. Duração: 90 min. Classificação indicativa: 16 anos.

Uma mãe viúva precisa enfrentar o medo de seu filho pequeno quando descobre que uma criatura sobrenatural está em sua casa.


Medusa / Foto: Vitrine Filmes

O Cemitério Maldito (Pet Sematary). EUA, 1989. Direção: Mary Lambert. Duração: 102 min. Classificação indicativa: 16 anos.

Depois que seu filhinho morre atropelado por um caminhão, um pai em desespero descobre um cemitério que ressuscita os mortos.

O Chalé do Lobo (Vlčí Bouda). Tchecoslováquia, 1987. Direção: Vera Chytlová. Duração: 91 min. Classificação indicativa: 16 anos.

Um grupo de adolescentes é convidado para aulas de esqui numa estação nas montanhas e descobre que há um intruso entre eles.

O Doce Vampiro (The Velvet Vampire). EUA, 1971. Direção: Stephanie Rothman. Duração: 80 min. Classificação indicativa: 16 anos.

Um jovem casal recém-casado aceita o convite de uma mulher bela e misteriosa para irem visitá-la em sua mansão isolada no deserto.

O Massacre (The Slumber Party Massacre). EUA, 1982. Direção: Amy Jones. Duração: 76 min. Classificação indicativa: 16 anos.

A festa do pijama de um grupo de jovens amigas se torna uma noite sangrenta quando um psicopata assassino as atormenta.

O Pesadelo de Celia (Celia). Austrália, 1989. Direção: Ann Turner. Duração: 103 min. Classificação indicativa: 16 anos.

Uma garotinha imaginativa e um tanto perturbada fantasia com criaturas malignas para fugir da insegurança de viver no campo.

Organ: Sem Limites para o Horror (Organ). Japão, 1996. Direção: Kei Fujiwara. Duração: 104 min. Classificação indicativa: 18 anos.

Dois policiais se infiltram em uma quadrilha de traficantes de órgãos humanos no mercado clandestino, mas seu plano dá errado.


Psicopata Americano / Foto: Lionsgate Films

Psicopata Americano (American Psycho). EUA, 2000. Direção: Mary Harron. Duração: 102 min. Classificação indicativa: 18 anos.

Um rico, bonito e vaidoso investidor de Wall Street mantém uma vida secreta de psicopata, eliminando brutalmente seus desafetos.

Quando Chega a Escuridão (Near Dark). EUA, 1987. Direção: Kathryn Bigelow. Duração: 94 min. Classificação indicativa: 16 anos.

Um jovem filho de fazendeiro relutantemente se junta a um grupo de vampiros nômades e rebeldes que atravessam o deserto.

Santa Maud (Saint Maud). Reino Unido, 2020. Direção: Rose Glass. Duração: 84 min. Classificação indicativa: 16 anos.

Uma jovem enfermeira recém-convertida ao catolicismo fica obcecada em salvar a alma pecaminosa de uma paciente terminal.

Segredos Evidentes (Youling Renjian). Hong Kong, 2001. Direção: Ann Hui. Duração: 103 min. Classificação indicativa: 16 anos.

Um rapaz desempregado conhece uma mulher misteriosa e passa a enfrentar coisas estranhas causadas por espíritos ao seu redor.

Sem Seu Sangue. 2020. Direção: Alice Furtado. Duração: 100 min. Classificação indicativa: 16 anos.

Uma adolescente desestimulada em sua rotina diária encontra um motivo para viver ao conhecer um jovem recém-chegado em sua turma.

Sinfonia da Necrópole. Brasil, 2016. Direção: Juliana Rojas. Duração: 86 min. Classificação indicativa: 12 anos.

Um aprendiz de coveiro se torna ajudante de uma colega e sua primeira tarefa é localizar sepulturas abandonadas em um cemitério.


Sinfonia da Necrópole / Foto: Vitrine Filmes

Terminal Praia Grande. Brasil, 2019. Direção: Mavi Simão. Duração: 73 min. Classificação indicativa: 14 anos.

Uma moça decide dar uma festa de despedida de casa e reencontra no supermercado um rapaz com quem teve uma relação no passado.

Um Jantar Sangrento (Blood Diner). EUA, 1987. Direção: Jackie Kong. Duração: 88 min. Classificação indicativa: 18 anos.

Dois irmãos são encarregados pelo tio excêntrico para preparar um jantar ritualístico canibal do antigo culto da deusa Sheetar.

Vingança Macabra (The Oracle). EUA, 1985. Direção: Roberta Findlay. Duração: 93 min. Classificação indicativa: 16 anos.

Um casal se muda para um apartamento e a esposa encontra o artefato que uma médium usava para se comunicar com os mortos.

Zumbis do Mal (Messiah of Evil). EUA, 1974. Direção: Willard Huyck e Gloria Katz. Duração: 90 min. Classificação indicativa: 16 anos.

Uma moça procura pelo pai que desapareceu misteriosamente e vai parar em uma cidadezinha litorânea tomada por zumbis.

[Review] Acompanhante Perfeita

 

Por Victoria Hope

Essa definitivamente não é a sua história de amor convencional. Com um pitada de "Black Mirror" e "Ex-Machina", Acompanhante Perfeita segue o casal Iris e Josh num final de semana entre amigos numa casa de campo luxuosa e tranquila. 

Os dois se conhecem num mercado e, logo, começam a sair. Apaixonados, os dois vivem um romance de cinema. Mas nem tudo é o que parece: Iris é um robô. E nem ela mesmo sabia. A viagem toma, então, um rumo inesperado, com perseguições, sangue e revelações chocantes.

Esse é um daquels filmes que pode ser considerado tanto terror, quanto suspense de comédia, pois o humor é algo bem característico, principalmente nos dois primeiros atos. Aos poucos, Acompanhante Perfeita revela mensagens ainda mais importantes por trás, desde a mensagem sobre as mazelas do patriarcado bem como a forma que humanos tratam máquinas (e até inteligências artificiais), nos dias de hoje. 

Acompanhante Perfeita / Foto: Warner Bros. Pictures

Josh (Jack Quaid) é a personificação do cara babaca que se acha muito legal e tem síndrome de protagonista, enquanto Iris (Sophia Tatcher), apesar de ser um robô, parece fascinada pela vikda e pela ideia de amor, principalmente seu amor pelo protagonista.

A garota não sabe o que é, mas mesmo após descobrir, que sua vida não passa de uma farça, ela ainda tenta recuperar laços, o que entra naquele longo dilema da singularidade digital, uma teoria que diz que um dia as máquinas conseguiram se alimentar, se mover e ter "vida própria", sem a necessidade de um humano por trás, mas para além do lado tenológico, essa história representa muito bem como funciona a mecânica de um romance abusivo.

A audiência percebe desde o começo que Josh apenas via Iris como um brinquedo sexual, mas isso não é tão distante da forma que muitas pessoas tratam seus parceiros, principalmente mulheres, na vida real e essa é uma das mensagens principais do longa: até quando  Iris irá se sujeitar a isso? Porque mesmo sabendo que não passa de uma peça a ser usada, ela ainda acredita que o "príncipe encantado" existe.


Acompanhante Perfeita / Foto: Warner Bros. Pictures

Outro ponto positivo para o filme é a excelente representatividade queer, que aparece como uma bela surpresa em meio a tanto suspense, em cenas comandadas por Harvey Guillén (Eli) e Lucas Gage (Patrick), mas apesar disso, o filme definitivamente poderia ter desenvolvido mais pontos principais relacionados aos outros personagens.

Acompanhante Perfeita já pode entrar naquela lista de famosos filmes "good for her" (bom pra ela), mas um pouco mais de desenvolvimento da Iris em tela teria sido bem interessante de ver, apesar de que acompanhamos toda sua jornada até sua emancipação.

O desfecho é completamente satisfatório e muitos com certeza até vão querer uma continuação da franquia, mas pessoalmente, acredito que o fim foi excelente ao que se propôs e abre caminho para uma mensagem de empodeiramento que é muito necessária, principalmente agora. 

NOTA: 8.5/10

Stories X Women 2025 | Com o apoio da Disney, Women in Animation abre inscrições para iniciativa

Por Victoria Hope

Estão abertas, pelo quarto ano consecutivo, as inscrições para o programa Stories x Women, criado pela Women in Animation (WIA)em colaboração com a Federação Internacional de Associações de Produtores Cinematográficos (FIAPF), a UNESCO e com o apoio da The Walt Disney Company. A iniciativa busca ampliar a diversidade de vozes na animação em nível global.

O programa, que é um dos poucos a levar equipes ao Festival Internacional de Cinema de Animação de Annecy e oferecer mentoria e treinamento, tem como foco apoiar e criar oportunidades para mulheres, pessoas não binárias e mulheres transgênero da indústria de animação de comunidades emergentes da América Latina, África e Ásia, ajudando-as a compartilhar suas histórias autênticas e acessar oportunidades internacionais.

Os participantes devem apresentar um projeto de animação pronto para inscrição no site da WIA até 7 de fevereiro de 2025. As equipes selecionadas terão a oportunidade de apresentar o projeto no Festival Internacional de Cinema de Animação de Annecy, que será realizado de 8 a 14 de junho de 2025. Cinco equipes, de até duas pessoas, serão selecionadas e receberão sessões de mentoria e orientação conduzidas por líderes internacionais renomados no setor de animação. Além disso, os custos com viagem, hospedagem e credenciais serão cobertos pela WIA.



"Quando começamos o Stories x Women há quatro anos, sabíamos que o programa teria um impacto positivo nas mulheres talentosas e nas pessoas não binárias criativas de mercados emergentes", afirmou Marge Dean, presidente da WIA. "Desde então, vimos o número de inscrições crescer a cada ano, o que comprova o incrível talento ainda não explorado que existe ao redor do mundo. Ao lançarmos a quarta edição, temos orgulho de ver que o programa abriu portas e ampliou o acesso para dezenas de pessoas criativas que contam histórias".

Nos dois primeiros anos, equipes lideradas por mulheres de mais de 24 países enviaram suas inscrições. Dentre elas, 16 delegações foram selecionadas, representando países como Argentina, Brasil, Peru e República Dominicana na América Latina. Na edição mais recente, três projetos latino-americanos foram premiados:

AIMÓ, liderado por Fernanda Alves Salgado em colaboração com Giuliana Danza, ambas do Brasil;

Jaé Natal! (S’up Navidad), liderado pela brasileira Camila Padhila com colaboração de Roger Keesse;

Karetabla, produzido pela argentina María Rosario Carlino e dirigido por Carlos Zerpa, da Venezuela.

Os vencedores destacaram a importância do programa, elogiando a valiosa experiência de aprendizado e a oportunidade de apresentar seus projetos em Annecy.

O apoio ao Stories x Women faz parte da iniciativa Future Storytellers da Disney, programa que busca ampliar a diversidade em todas as etapas da produção de conteúdo audiovisual, permitindo que novas vozes e olhares, tanto na frente quanto atrás das câmeras, contribuam para a criação de histórias cada vez mais ricas e representativas.

Mais informações e inscrições no site da WIA. O prazo final para envio das candidaturas é 7 de fevereiro de 2025, sendo obrigatório que os participantes tenham proficiência em inglês.

[Review] Babygirl

 

Por Victoria Hope

O exercício de poder é um dos principais temas abordados em "Babygirl", novo filme da A24 estrelado por Nicole Kidman, que inclusive venceu o Leão de Prata de Veneza na categoria de Melhor Atriz por esse filme e desde então, tem feito burburinho entre a crítica estrangeira. Chegará aos cinemas brasileiros no dia 9 de janeiro de 2025.

Na trama, acompanhamos uma poderosa CEO que coloca sua carreira e família em risco quando inicia um caso amoroso baseado em fetiche com um novo estagiário de sua empresa. Desde o início vemos que Romy (Kidman), sempre teve desejos reprimidos em ser tratada como uma baby girl, categoria submissa dentro do BDSM, porém, seu esposo 'vanilla', não parece satisfazer esse desejo que ela tem bem reprimido no fundo de sua mente.

Apesar de ser tudo o que sempre quis, que foi uma carreira estável, um marido amoroso e filhas que são suas maiores companheiras, Romy busca pela sensação de perigo iminente, pelo desafio e pela selvageria e encontra tudo isso num misterioso estagiário que parece saber exatamente os desejos mais sombrios de sua chefe.


Babygirl / Foto: A24 & Diamond Films

O longa mostra que os 'fetiches' da CEO vão para além da questão sexual, pois aqui em jogo entra também a temática de assédio sexual no trabalho, mesmo com relacionamento consentido, mas também outras questões como desequilíbrio de poder, que é um dos conceitos básicos dentro dessa cena de fetiche praticada pelos personagens.

Apesar do tema ser muito interessante e a atuação de Nicole ser um destaque, Babygirl não tem muito a dizer, ou melhor dizendo, não tem nada a se aprofundar sobre a questão psicológica por trás das escolhas da personagem, o que seria muito mais interessante de explorar do que as poucas cenas de 'brincadeiras' feitas pelos personagens em questão. 

Muito se explora sobre o desejo reprimido, mas pouco se explora sobre as nuances da escolha da personagem, mas isso não atrapalha o filme como um todo, apenas deixa um gostinho de que tudo poderia ter sido bem melhor explorado. 


Babygirl / Foto: A24 & Diamond Films

Já a direção de Halina Reijn é um trunfo a parte, pois ela consegue extrair reações viscerais de seu elenco, com câmeras muito próximas ao rosto em alguns momentos, que fazem parecer que os personagens estão muito perto, quase respirando nos rostos da audiência.

É muito interessante ver como a direção feminina voltada a temas como fetiche, BSDM e desejo vão por outro lado, pois por mais que Kidman tenha diversas cenas sexuais, em nenhum momento ela é vista como objeto sexual; muito pelo contrário, explorasse a visão que Romy tem sobre si mesma naquele cenário.

Em um momento específico, o jovem estagiário chega a explicar para o marido de Romy, Jacob (Antonio Banderas), que sua visão sobre o de sua mulher fetiche está equivocada e aquele é um momento muito interessante, onde o personagem poderia realmente ter explicado essa dinâmica que apenas confirmara o que Reijn tenta mostras na história. Para quem já leu muitas fanfics e livros eróticos, o tema não é novidade, mas definitivamente é abordado de uma forma diferente de tudo o que já foi apresentado no cinema com a mesma temática. 

Nota: 8/10

BGS 2024 | Evento anuncia participação inédita da diretora criativa Ikumi Nakamura, fundadora do estúdio UNSEEN

 

Por Victoria Hope

A desenvolvedora de jogos e diretora criativa Ikumi Nakamura, que recentemente fundou o estúdio UNSEEN, vem à Brasil Game Show pela primeira vez para compartilhar com os fãs a sua visão do processo de criação em games. A japonesa é conhecida pela sua personalidade carismática e seu estilo artístico único que mescla elementos de terror, ficção científica e temas sobrenaturais, todos elementos característicos do trabalho do UNSEEN. 

A proposta do estúdio de Nakamura, que fica em Tóquio, é ser como um ponto de encontro para artistas de diferentes culturas, e tem como objetivo transcender os limites dos videogames, explorando várias formas de mídia. Antes de embarcar em seu próprio projeto, a artista japonesa passou por grandes empresas do setor, como Capcom, PlatinumGames e Tango Gameworks, nos quais atuou em games celebrados como “Ghostwire: Tokyo”, “The Evil Within” ‘’ Okamy” e “Bayonetta”. 

Durante a edição deste ano da BGS, que ocorre de 9 a 13 de outubro no Expo Center Norte, em São Paulo, ela participará de atividades exclusivas, incluindo Meet & Greet e BGS Talks, nos dias 12 e 13. Nessas ocasiões, os fãs terão a oportunidade de interagir com ela e conhecer mais sobre sua carreira, além de acompanhar os painéis nos quais ela discutirá seu método de criação e o novo projeto da UNSEEN, ‘KEMURI’. 

Nakamura também será uma das convidadas da cerimônia de abertura dos dias 12 e 13, o que a reforça como um dos grandes destaques do evento.

“Ikumi é um grande talento criativo que busca sempre inovar em seus projetos”, diz Marcelo Tavares, fundador e CEO da BGS.A participação dela na BGS é uma oportunidade incrível para os fãs e profissionais do setor se conectarem com uma das maiores mentes criativas da indústria.”

[Review] A Substância

 

Por Victoria Hope

A Subtância de Coralie Fargeat teve estreia no festival de Cannes desse ano e venceu  merecidamente a categoria de Melhor Roteiro e muito provavelmente, não passará despercebido durante a temporada das grandes premiações de cinema dos Estados Unidos.

Um dos trunfos dessa nova leva de filmes, é ver cada vez mais mulheres na direção de horrores corporais nos últimos; temos até mesmo Titane, grande vencedor da Palma de Ouro em Cannes 2021 e agora, temos a Substância, que subverte o gênero, trazendo uma trama extremamente original, ainda que inspirada em um tema já explorado e que ainda merece mais análises ainda: O Culto às celebs e o etarismo que assola as mulheres na sociedade.   

A Substância é como se A Morte lhe Cai Bem fosse dirigido por Cronenberg, mas é claro que a comparação aqui é apenas relacionada ao terror corporal, já que essa nova abordagem é completamente única e talvez possa até mesmo ser comparada com a originalidade de A Mosca.


A Substância / Foto: Mubi

Sem tocar em spoilers, na trama, o público acompanha a história de Elizabeth (Demi Moore), uma atriz, ou melhor, ex-atriz, em seus 50 anos que agora, apresenta um programa de ginástica aeróbica na TV, mas vê seu mundo colapsar em sua frente ao ser chamada de velha por um dos donos do canal que trabalha; sendo esse cara, interpretado de forma hilária (e asquerosa) por Dennis Quaid.

Após um pequeno surto por conta disso e um acidente quase fatal, Elizabeth se vê obrigada a aceitar um procedimento estético que supostamente mudará sua vida e lhe dará uma versão melhor de si mesma, mas é claro que ninguém lê as letras miúdas e Elizabeth obviamente entra em uma espiral caótica que colocará sua vida em risco.

Esse é de longe o melhor trabalho da carreira de Demi Moore, é um de seus trabalhos mais inspirados, onde a atriz não tem medo de ser bela, grotesca, assustadora, triste e tudo que o texto a permite e até mesmo o que não permite, pois ela, ao lado de Margaret Qualley (Sue), vai muito além! 


A Substância / Foto: Mubi

A diretora do filme, Coralie Fargeat, tem um curta de 2014 muito especial disponível no YouTube, que também aborda a mesma questão do padrão de beleza da sociedade e sua relação com procedimentos e a tecnologia. Se chama Reality + e é uma boa opção para quem gosta de terror corporal, inclusive, é uma excelente ideia assistir esse antes de mergulhar nesse novo universo de Fargeat.

A Substância é talvez um dos filmes que mais acerte na questão de dismorfia corporal, que é quando a pessoa não se enxerga no corpo que tem e vê algo distorcido da realidade; algo que apenas precisa de melhora e nunca está perfeito. O filme faz um excelente papel em mostrar como Hollywood quebra o espírito de mulheres, principalmente mulheres mais maduras, acima de seus 50 anos, que são completamente descartadas por atrizes cada vez mais jovens e isso é possível sentir na pele, pois muitas mulheres já foram tratadas dessa forma, seja pela indústria, seja pelas redes sociais ou por círculos da vida real, eu mesma, fui uma delas e em momentos, senti como se eu, Victoria, assim como Elizabeth, fosse o alvo dos comentários do produtor e daqueles homens asquerosos de terno. 

Elizabeth é belíssima, mas ela não vê isso e seu narcisismo exacerbado nada mais é do que reflexo de sua baixa auto estima. Talvez algumas pessoas se incomodem com a exposição de corpos no filme, mas é possível ver a intenção da diretora em cada frame e desmistificar o corpo, principalmente feminino, é essencial. Seria um erro esse filme não ser indicado às próximas premiações. 

Nota: 9.5/10

Documentário nacional celebra trajetória e importância de Léa Freire ao cenário musical

 

Por Victoria Hope

Apesar do reconhecimento internacional de seu trabalho como música, chegando a ser comparada a Mozart e Debussy, a brasileira Léa Freire ainda não é conhecida pelo grande público de seu próprio país. O documentário A Música Natureza de Léa Freire, dirigido por Lucas Weglinski, chega para suprir essa lacuna, e levar o trabalho e a trajetória da artista para mais pessoas. Com distribuição da Descoloniza Filmes, o longa estreia nos cinemas em 18 de julho.

"A Villa-Lobos contemporânea", "A nova Tom Jobim", “A Hermeto de saias” são algumas das masculinas alcunhas que seguem Léa Freire, excepcional instrumentista popular, improvisadora de jazz, arranjadora e compositora sinfônica. Vanguarda da Música Brasileira instrumental e orquestral, universos ainda exclusivamente masculinos, machistas e misóginos, Léa quebra a barreira entre o erudito e o popular, criando uma sonoridade única, extremamente brasileira e ao mesmo tempo universal. O filme narra também um pouco da história da Música Brasileira na cidade de São Paulo e sua evolução dos anos 60 até hoje.

O filme aborda o apagamento das mulheres da nossa história, ainda mais quando são criadoras, inventoras de novas linguagens e novas formas. Falamos também sobre as origens afro-brasileiras de toda música nacional, inclusive a sinfônica. Resgatamos personagens que foram convenientemente ‘esquecidos’.  Esse filme é sobre o Brasil, sua riqueza, suas dores e delícias. A música e vida desta artista é apenas um caminho para falarmos da nossa cultura, nossa raiz, nossa terra”, explica o diretor.

Léa Freire / Foto: Caroline Bittencourt, Divulgação

O longa acompanha a história de um movimento musical descolonizador, contado por gerações de músicos brasileiros excepcionais (em sua grande maioria mulheres) e lendas do jazz internacional (Amilton Godoy do Zimbo Trio, Ali Ryerson, Keith Underwood e Jane Lenoir), através do retrato poético e musical de uma das mais conceituadas compositoras do mundo – mulher, brasileira – que vence o preconceito no universo de composição instrumental e sinfônica, e constrói uma obra fundamental, expressão profunda do múltiplo continente Brasil.

Neste filme saudamos as raízes, muitas vezes ignoradas ou esquecidas, da música brasileira, seja ela instrumental ou sinfônica, é fundamental celebrarmos sua ancestralidade, a fonte das águas bebidas por Léa Freire: Filó Machado, Alaíde Costa, Johnny Alf, Originais do Samba, Regional do Evandro, Manezinho da Flauta, enfim músicos a frente de seu tempo, inovadores, que desafiaram os padrões sociais e estéticos e fundaram uma nova cena musical brasileira e que devem ser lembrados com toda glória que merecem”, explica o diretor.

O longa é assinado por Weglinski, que tem em seu currículo filmes como o premiado Máquina do Desejo, cuja direção é assinada com Joaquim Castro, e foi exibido em diversos festivais brasileiros e estrangeiros, recebendo prêmios como Melhor Documentário - Los Angeles Brazilian Film Festival – 2022 e New York Tri State Film Festival – 2023, Melhor Música - Roma International Film Festival – 2023 e Prêmios no Japão, Índia, Coréia, entre outros. Além disso, foi exibido em festivais como Vision du Réel, In-Edit, Festival de Cinema Latino de São Francisco, Toronto Indie Festival, e Festival Internacional de Cinema de Bern.

A Música Natureza de Léa Freire será lançado no Brasil em 18 de julho pela Descoloniza Filmes.

Kinoplex inicia venda antecipada de ingressos para o filme Renaissance, da Beyoncé

 

Por Victoria Hope

Para delírio dos fãs de música pop, o Kinoplex já iniciou a venda antecipada de ingressos para o aguardado filme "Renaissance". O longa-metragem é focado na turnê mais recente da artista e ícone global, Beyoncé, e que dá título à produção. As exibições do documentário vão ocorrer a partir do dia 21 de dezembro, e os valores dos ingressos serão a partir de R$30,00 nas salas comuns e R$40,00 na Platinum.

O longa retrata a jornada da Renaissance World Tour, desde a sua criação até a estreia em Estocolmo e o show final em Kansas City, Missouri. Além disso, aborda todo o trabalho duro da cantora, seu envolvimento em todos os aspectos da produção e o propósito de perpetuar o seu legado. Com uma mistura envolvente de música e visuais deslumbrantes, o filme promete ser uma experiência inesquecível para todos os que se aventurarem a vivenciá-lo nas telonas do Kinoplex.

Os ingressos podem ser adquiridos nas bombonieres dos cinemas e nos terminais de autoatendimento, além do site do Kinoplex. Ao comprar as entradas, o cliente também pode acumular pontos para trocar por ingressos e pipoca grátis, basta estar cadastrado no programa de benefícios Kinoplex+. E para quem quer assistir a esse e outros grandes lançamentos a um preço acessível, o Kinoplex também oferece o Kinopass, um passaporte de cinemas com ingressos a preços especiais. Clientes dos bancos Pan e BTG Pactual pagam meia-entrada em todas as sessões.

Festival Varilux 2023 | Bardot | Minissérie

 


Por Victoria Hope

Uma das produções que faz parte do cronograma oficial do Festival Varilux 2023, é Bardot, minissérie francesa estrelada por Julia de Nunez, atriz que veio ao Brasil para coletiva de imprensa e roda de conversa pós exibição.

A produção conta com seis episódios de 52 minutos o início da carreira da atriz francesa até a ascensão ao estrelato. Codirigida por Danièle e Christopher Thompson, a série estreou em 2023 na televisão francesa e traz Julia de Nunez, artista franco-argentina, no papel principal. O elenco também conta com Victor Belmondo, Hippolyte Girardot e Géraldine Pailhas.

É muito interessante, enquanto mulher, analisar como a jovem Bardot iniciou de certa forma uma revolução sexual na França, apenas para lutar para que seu papel não caísse apenas nisso, mas a série faz um bom trabalho em analisar todo esse aspecto, traçando paralenos com o culto à celebridade que a cerca. 

'Bardot', traça a vida da estrela francesa na década de 1950, desde sua primeira audição aos 15 anos até sua explosiva estreia no cinema internacional, E Deus Criou a Mulher à sua atuação no forte longa 'A Verdade', de Henri-Georges Cluzot, em 1960.

Revisionismos à parte, a série tenta focar no aspecto psicológico por trás da estrela, mais do que focar no fato de que ela se tornou um sex symbol aos olhos da sociedade. O fato dela ter se tornado um objeto de desejo, anos depois traria consequências que até mesmo hoje, a indústria do cinema causa na carreira de diversas outras atrizes no mundo inteiro.

A performance de Julia de Nunez é de uma elegância e leveza ímpares e é na atriz que os bons momentos da série se encontram. Os dois episódios que assisti me encantaram e me deixaram com a vontade de assistir mais, porém, como todo biopic, é claro que ele apresenta leves problemas quanto a veracidade de alguns fatos, mas ainda assim, a produção acerta ao mostrar que mais do que um símbolo, Bardot foi uma mulher apaixonada e liberta, que desafiou as regras da sociedade sem medo, mesmo com um pai superprotetor e uma sociedade que tentava ditar quem ela era de verdade.

NOTA: 8/10

Flavia Tygel celebra a força do som feminino no cinema

 

Por Victoria Hope

Quando Flavia Tygel foi convidada pelo diretor João Jardim para fazer a trilha do filme "As Polacas" — que vai estrear na 47ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo este mês —, ela logo teve uma conexão imediata com o projeto, por ser judia e mulher, mas queria fazer algo diferente ou, em suas próprias palavras, "que saísse do lugar comum das narrativas de época, traduzir musicalmente aquilo que era mais forte nessas mulheres e não reforçar a agressão, me unir à força delas, e descobri um caminho". Flavia colocou violinos agudíssimos e perturbadores para a cena do leilão das mulheres e foi buscar ajuda de um rabino para usar um instrumento-ritual judaico conhecido como shofar.

"O rabino nos contou uma bela parábola em vez de dizer um mero sim ou não. Ficamos um bom tempo decifrando (risos). E entendemos que sim, então o shofar está ali, numa cena em que a câmera ache nossa personagem principal dando a ela a certeza de que é inviolável. É muito corajoso esse filme, transgressor em tantas ressignificações", define Flavia.

O olhar feminino da artista foi fundamental para a costura da trilha. A inspiração veio de vozes femininas entoando o tetragrama sagrado, conhecido como YHVH usando uma permutação diferente dessas vogais que está presente no longa. "Então aquilo que é tido como 'impronunciável' pela tradição é entoado e mora dentro dessas mulheres, é cantado, é sentido e é um sagrado incorruptível", diz.


As Polacas / Foto: Divulgação

E assim, a produtora musical comemora mais um passo na sua carreira, dentro de uma área que há muito vem sendo regida por homens. "As coisas estão mudando! Mas é um processo. É um ganhar de espaços que antes não eram nem considerados serem divididos. Cada vez convido mais e mais mulheres para estarem em minhas produções, formando essa visão do que é compor para cinema, para imagem", afirma ela.

Partiu também de um convite feminino a participação de Flavia na trilha de "Meu Casulo Drywall", que também estará na Mostra São Paulo, sobre a morte de uma adolescente de 17 anos, Virgínia (Bella Piero), que abala sua mãe (vivida por Maria Luiza Mendonça) e todo o condomínio onde moram. 

A convite da diretora Caroline Fioratti, Flávia foi para a Rússia gravar a trilha dentro de uma igreja com reverberação natural e microfonada para captar naipes de cordas e coro da St. Petersburgo Studio Orchestra. "Enquanto as cordas seguem o padrão tonal de 440hz, as vozes atuam numa região mais sombria do espectro sonoro, mais especificamente em 432hz - uma das frequências curativas que desacelera os batimentos cardíacos. Essa dicotomia produz tanto um desconforto que se alinha à tragédia presente na narrativa, quanto um propósito de se enredar na mensagem de alerta que o longa-metragem aborda. Uma sensação física que nos impacta e comove", conta Flavia.

Histórico! Barbie se torna primeiro filme dirigido por uma mulher a ultrapassar US$ 1 bilhão de bilheteria!

 

Por Victoria Hope

Sem dar sinais de desaceleração nos cinemas, Barbie, da Warner Bros. Pictures, ultrapassou a marca de um bilhão de dólares no fim de semana, apenas 17 dias após o lançamento na América do Norte e na maioria dos mercados internacionais, com arrecadação recorde de US$ 1,0315 bilhão em todo o mundo - US$ 459,4 milhões nos Estados Unidos e US$ 572,1 milhões nas bilheterias internacionais. 

O aclamado rolo compressor de bilheteria e fenômeno cultural também levou Greta Gerwig ao livro dos recordes como a primeira cineasta mulher a superar essa marca. No Brasil, o longa já alcançou R$189 milhões em bilheteria e 10 milhões em público, ultrapassando Coringa e tornando-se o maior filme em número de espectadores de todos os tempos da Warner Bros. Pictures no país.

O anúncio foi feito nesta segunda-feira (7) por Jeff Goldstein, presidente de distribuição doméstica, e Andrew Cripps, presidente de distribuição internacional, da Warner Bros. Pictures. De acordo com os executivos, “Como chefes de distribuição, é raro que fiquemos sem palavras em relação ao desempenho de um filme, mas Barbillion superou até mesmo nossas previsões mais otimistas. 

Este é um divisor de águas para Barbie, e ninguém além de Greta Gerwig poderia ter dado vida a esse ícone intergeracional e seu mundo em uma história tão engraçada, emocionante e divertida, que tem ressoado em todos os quatro quadrantes de espectadores e literalmente vestido de rosa o mundo inteiro. Longas filas e espectadores voltando às salas de exibição para rever o filme provam que o cinema está de volta em grande estilo, e estamos ansiosos para ver até onde Barbie pode chegar no mundo real”.

Greta Gerwig Gerwig com o elenco nos bastidores de Barbie / Foto: Warner Bros. Pictures 

Michael De Luca e Pam Abdy, copresidentes e CEOs do Grupo Warner Bros Motion Picture, acrescentaram: “Uma grande conquista desse porte só é possível quando você tem uma equipe de produção incrível, com elenco e equipe determinados a criar uma experiência cinematográfica verdadeiramente especial. Junto de nossos parceiros da Mattel, e com o apoio de toda a família Warner Bros Discovery, estamos empolgados por Barbie ter sido acolhido pelo público de todo o mundo de uma maneira tão profunda. Com Barbie tornando-se o maior filme nas bilheterias do verão americano, Greta agora se junta a um grupo de elite de roteiristas e diretores cuja visão singular gerou US$ 1 bilhão nas bilheterias globais, um marco que prova seu brilho e compromisso de realizar um filme que fãs da Barbie de todas as idades querem ver nas telonas”.

Desde a aguardada estreia do filme, ele continuou a quebrar todas as expectativas do estúdio, baseadas em blockbusters de sucesso que o precederam, incluindo arrecadações diárias, semanais e de fim de semana recordistas, além de ser o filme a alcançar em menor tempo a marca de US$ 400 milhões no mercado interno, e US$ 500 milhões no mercado internacional.

Estrelado por Margot Robbie e Ryan Gosling, Barbie está em cartaz nos cinemas brasileiros, também com versões acessíveis. Para mais informações, consulte os cinemas de sua cidade.

Trilha sonora da Barbie apresenta canções de Nicki Minaj, Dua Lipa, Billie Eilish e muito mais

Por Victoria Hope

Preparados para o lançamento do ano?  Repleto de astros em seu elenco, Barbie, próximo lançamento da Warner Bros. Pictures nos cinemas, também apresenta grandes ícones em sua trilha sonora.  Premiados artistas de diversos gêneros musicais compõem o Barbie The Album, previsto para estrear em 21 de julho.

Dua Lipa, Nicki Minaj, Billie Eilish, Sam Smith, Karol G e outros artistas participam da trilha sonora do filme mais aguardado do ano. A primeira música da trilha sonora a vir a público foi a animada “Dance the Night”, de Dua Lipa. Música tema do longa, as rappers Nicki Minaj e Ice Spice repaginaram o clássico “Barbie Girl” na parceria “Barbie World”, que tem seu clipe ambientado no universo do filme. Outros nomes como Ava Max, Charli XCX, Dominic Fike, Fifty Fifty, Gayle, HAIM, Ice Spice, Kali, Khalid, Lizzo, PinkPantheress, Tame Impala e The Kid LAROI também marcam presença com suas músicas no filme.

Dirigido por Greta Gerwig, indicada ao Oscar por Lady Bird e Adoráveis Mulheres, e com roteiro de Noah Baumbach, o longa é estrelado por Margot Robbie e Ryan Gosling.

Barbie estreia em 20 de julho nos cinemas de todo o país e estará disponível também em versões acessíveis. Mais informações podem ser obtidas diretamente nos cinemas de cada cidade.

Barbie / Foto: Warner Bros. Pictures.

Barbie | Pré-venda de um dos filmes mais aguardados do ano começa hoje (29)

 

Por Victoria Hope

Chegou o momento que todos os Barbie lovers estavam esperando! A partir desta quinta-feira (29), os fãs da boneca mais amada do universo poderão adquirir ingressos antecipados para a estreia de Barbie, que acontece em 20 de julho nas telonas de todo o país.

Viver na Barbielândia é o sonho de qualquer telespectador. Em um mundo cor de rosa, quase perfeito, onde todas as mulheres são Barbie e os garotos Ken e onde o glamour, a ingenuidade e a nostalgia são premissas para a felicidade, tudo pode desabar quando essa perfeição ganha contornos reais e Barbie precisa lidar com os dramas de uma crise existencial. Neste contexto, temas importantes da atualidade surgem, dando espaço para o debate e a reflexão.

Barbie é dirigido por Greta Gerwig, indicada ao Oscar por Lady Bird e Adoráveis Mulheres, e o roteiro é de Noah Baumbach. O longa estrelado por Margot Robbie e Ryan Gosling promete movimentar as salas de cinema de todo o país.


Cannes 2023 | Review | Creatura

 

Por Victoria Hope

Em Creatura, depois de se mudar com o namorado para sua nova casa, Mila começa a perceber que sua perda de desejo está bem no fundo. Ela passa por uma jornada de auto-exploração na qual revisita experiências de sua infância e adolescência na esperança de se reconciliar com seu próprio corpo.

A estreia da diretora, escritora e atriz Elena Martín Gimeno de carcelona em Cannes é um retrato íntimo do crescimento, da descoberta sexual e das feridas geracionais que herdamos. Ela não apenas escreveu e dirigiu o filme, que explora as relações sexuais femininas com foco no olhar feminino, mas também estrelou. Enquanto escrevia, ela tinha outros rostos em mente para interpretar sua protagonista, Mila, mas acabou optando por assumir o papel ela mesma.

Na trama, são tempos sombrios na casa de pra para onde Mila (Elena Martín Gimeno) e seu marido Marcel (Oriol Pla) se mudam no início do longa, pois apesar do recomeço que o casal imagina, no fim eles se mudam apenas por conta do trabalho dele e é ele quem toma todas as decisões.

Mila se sente indesejada pelo parceiro que apenas pensa no trabalho e ao retornar para a casa de seus pais a fim de criar novas memórias e tentar recuperar suas forças para continuar o relacionamento, ela começa a se relembrar de eventos que aconteceram durante sua adolescência e que agora, influenciam a forma com a qual ela se vê e como vê relações sexuais.

Excelente estreia da diretora, o filme, que é o segundo na carreira de Gimeno, toca na ferida sobre como o patriarcado e o trauma afetam a forma em que muitas mulheres lidam com seus próprios corpos e com algumas cenas levemente perturbadoras e outras belíssimas quando a sexualidade se transforma literalmente em uma 'criatura', o filme traz a importante mensagem de que a cura vem por meio da quebra de repressão.

Nota: 8.5/10

SXSW 2023 | Short Film | Fuck me, Richard

Por Victoria Hope

No curta 'Fuck Me Richard', recuperando-se de uma perna quebrada, Sally começa um relacionamento por telefone com Richard - um impulso de intimidade muito necessário em sua névoa sombria de solidão esmagadora e analgésicos. Eles falam sem parar e se apaixonam. As coisas ficam meio incompletas quando Richard começa a pedir dinheiro para pagar as "contas médicas" de sua mãe. Mas Sally tem seus próprios segredos, e nada é o que parece neste psicodrama movido a sexo por telefone sobre a emoção doentia de um bom e velho golpe.

Conhecemos Sally, a protagonista de, em seu estado mais vulnerável. Para usar a linguagem moderna, ela está com fogo no r***" desmaiada no sofá com uma perna engessada, cercada por embalagens de comida para viagem e frascos de remédios prescritos, chorando enquanto Trevor Howard confessa seu amor por Celia Johnson no antigo filme de Hollywood, Brief Encounter. 

Sally está em apuros quando passa por "Richard, 33", o parceiro aparentemente perfeito, bonito e de cabelos desgrenhados para realizar todas as suas fantasias de um cavaleiro de armadura brilhante.

Por um tempo, Richard parece feliz em desempenhar esse papel. Sua voz desencarnada ouve as confissões de Sally, ri e faz barulhos suaves nas horas certas, e quebra seus dias monótonos com sexo quente por telefone. Toda serelepe, Sally anda por seu apartamento em um vestido de lantejoulas e penas, mentindo para Richard sobre todos os amigos olhando para ela enquanto abrem a porta para outra entrega do Uber Eats

Mas logo as coisas começam a piorar quando Richard para em uma reunião pessoal e começa a falar sobre sua mãe doente e suas enormes contas de hospital. Uma vez que começamos a descartar Sally como uma mulher trágica e solitária, muito disposta a ser enganada, fica claro que ela pode ser a única jogando xadrez, não damas.

É impossível não sentir raiva de Richard que a partir do momento em que Sally para de servi-lo, imediatamente se torna o ser misógino horroroso que é, revelando sua verdadeira face. O final é aberto e mostra que não sabemos se Sally fez isso de propósito só pra pegar um misógino de jeito ou se ela foi mais uma vítima.

Nota: 8.5/10

SXSW 2023 | Sister & Sister

 


Por Victoria Hope

Em Sister & Sister acompanhamos as férias de verão de duas irmãs. Marina (17) e Luna (14), viajam da Costa Rica para o Panamá em busca do pai ausente. Enquanto lidam com os atritos que surgem entre elas, ambas encontram espaço para explorar seus desejos, novas amizades, amantes e o skate, em uma jornada de emancipação onde descobrem a alegria do simples ato de conviver. Um conto íntimo e terno de irmandade nos trópicos urbanos, com um retrato profundo da colorida vida adolescente.

"Como assim 'só andar de skate?'" essa é a estreia no longa da cineasta panamenha-costa-riquenha Kattia G. Zúñiga, contando uma história muito pessoal. O elenco também inclui Gabriela Man, Fernando Bonilla, Joshua De León, Lía Jiménez, Michelle Quiñones, Angello Morales e Mir Rodríguez. 

Quando pensamos em histórias coming of age, vemos como é raro ver o tema da amizade entre irmãs ser abordada com tata leveza, apesar de que o filme poderia sim contar com um pouco mais de peso na trama abordada para causar o impacto que realmente beneficiaria mais esse projeto. 

Sister & Sister / Foto: Divulgação

Talvez por eu não ter tido uma irmã, mas sim um irmão gêmeo na minha vida, não tenha me conectado muito com as protagonistas, mesmo sendo uma mulher que cresceu também sempre passeando pelos parques  paulistas com minhas amigas do bairro e da escola na adolescência.

Sister & Sister é um conto doce e otimista sobre a cumplicidade e amor de duas irmãs quase inseparáveis. Seria muito interessante se a trama apresentasse mais conflitos e demonstrasse um pouco mais também do stress na vida adolescente, mas é nítido que a intenção da diretora foi trazer um projeto com uma pegada mais 'good vibes' e alto astral, sem muito drama.

O longa se estende demasiadamente em alguns momentos, em uma trama que poderia ter sido contada de forma bem mais curta e pontual, mas um dos fatores positivos, além da direção de fotografia incrível passando pelos cenários da cidade, é a participação do elenco, principalmente entre o elenco das duas irmãs. 

NOTA: 7.5/10

Sundance 2023 | Victim/Suspect

 

Por Victoria Hope

Rae de Leon, uma repórter que trabalha no The Center for Investigative Reporting, descobre um número surpreendente de casos legais em todo o país que envolvem mulheres denunciando agressão sexual à polícia, apenas para serem acusadas de fabricar suas alegações. Essas mulheres são então acusadas de crimes, às vezes enfrentando anos de prisão. Víctim/Suspect segue de Leon enquanto ela reúne relatos em primeira mão de várias mulheres jovens e suas famílias e entrevista policiais e especialistas jurídicos. Simultaneamente, de Leon reexamina elementos das investigações policiais iniciais, desenterrando gravações reveladoras de entrevistas policiais de mulheres relatando sua agressão sexual.

A diretora Nancy Schwartzman cria um documentário investigativo profundamente atraente e provocativo, que certamente provocará empatia e indignação, que se destaca como um testemunho poderoso do trabalho cuidadosamente construído de repórteres determinados como de Leon. Victim/Suspect ilumina, com precisão e foco, como as políticas de policiamento sistêmico locais e nacionais motivam os detetives a tratar as vítimas como suspeitas e impactam diretamente não apenas os casos dessas mulheres vulneráveis, mas também suas vidas.

Esse é um documentário pesado, porém necessário para trazer luz ao absurdo que é a coerção da polícia. As fitas de interrogação geram ódio quando notamos os oficiais mentindo sobre provas contra as vítimas e as torturando psicologicamente para arrancar uma confissão de algo que elas não fizeram. 

NOTA: 8.5/10

Sundance 2023 | Mami Wata

 

Por Victoria Hope

Na vila à beira-mar de Iyi, a reverenciada Mama Efe (Rita Edochie) atua como intermediária entre o povo e a todo-poderosa divindade da água, Mami Wata. Mas quando um menino morre para um vírus, a devotada filha de Efe, Zinwe (Uzoamaka Aniunoh) e a cética protegida Prisca (Evelyne Ily Juhen) alertam a Efe sobre a agitação entre os aldeões. Com a chegada repentina de um misterioso desertor rebelde chamado Jasper (Emeka Amakeze), um conflito irrompe, levando a um violento choque de ideologias e uma crise de fé para o povo de Iyi.

A potente fábula moderna de C.J. “Fiery” Obasi emprega uma vívida cinematografia monocromática em preto e branco, um rico design de som e uma trilha sonora hipnótica em um estilo folk-futurista, tanto terreno quanto sobrenatural. Obasi retrata uma batalha campal entre militantes oportunistas que prometem progresso tecnológico e uma ordem espiritual matriarcal vivendo em frágil harmonia com o oceano. Mami Wata nos transporta para um lugar que parece suspenso no tempo e talvez correndo contra o tempo, à medida que as ameaças da vida moderna chegam às suas margens.

Mami Wata apresenta um emocionante conto folclórico do oeste africano, onde uma comunidade local venera a deusa da água Mami Wata, mas tudo muda quando um forasteiro chega à vila, tudo muda e como neta de mulher africana, que cresceu venerando as entidades yoruba orixás, a trama foi ainda mais emocionante, porque essas são as nossas raízes que devemos honrar a ancestralidade.

A trama aborda diversos temas como patriarcado, fé e o empoderamento feminino passado de gerações em gerações de famílias nigerianas. O ritmo funciona e a direção de forografia, unida ao filtro P&B faz a história ganhar um ar etéreo de magia. A mensagem principal que fica ao final, é de que nunca estamos sozinhas e que as mulheres, juntas, são mais fortes. 

NOTA: 9.5/10