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Cannes 2023 | Review | Creatura

 

Por Victoria Hope

Em Creatura, depois de se mudar com o namorado para sua nova casa, Mila começa a perceber que sua perda de desejo está bem no fundo. Ela passa por uma jornada de auto-exploração na qual revisita experiências de sua infância e adolescência na esperança de se reconciliar com seu próprio corpo.

A estreia da diretora, escritora e atriz Elena Martín Gimeno de carcelona em Cannes é um retrato íntimo do crescimento, da descoberta sexual e das feridas geracionais que herdamos. Ela não apenas escreveu e dirigiu o filme, que explora as relações sexuais femininas com foco no olhar feminino, mas também estrelou. Enquanto escrevia, ela tinha outros rostos em mente para interpretar sua protagonista, Mila, mas acabou optando por assumir o papel ela mesma.

Na trama, são tempos sombrios na casa de pra para onde Mila (Elena Martín Gimeno) e seu marido Marcel (Oriol Pla) se mudam no início do longa, pois apesar do recomeço que o casal imagina, no fim eles se mudam apenas por conta do trabalho dele e é ele quem toma todas as decisões.

Mila se sente indesejada pelo parceiro que apenas pensa no trabalho e ao retornar para a casa de seus pais a fim de criar novas memórias e tentar recuperar suas forças para continuar o relacionamento, ela começa a se relembrar de eventos que aconteceram durante sua adolescência e que agora, influenciam a forma com a qual ela se vê e como vê relações sexuais.

Excelente estreia da diretora, o filme, que é o segundo na carreira de Gimeno, toca na ferida sobre como o patriarcado e o trauma afetam a forma em que muitas mulheres lidam com seus próprios corpos e com algumas cenas levemente perturbadoras e outras belíssimas quando a sexualidade se transforma literalmente em uma 'criatura', o filme traz a importante mensagem de que a cura vem por meio da quebra de repressão.

Nota: 8.5/10

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