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Sundance 2023 | Mami Wata

 

Por Victoria Hope

Na vila à beira-mar de Iyi, a reverenciada Mama Efe (Rita Edochie) atua como intermediária entre o povo e a todo-poderosa divindade da água, Mami Wata. Mas quando um menino morre para um vírus, a devotada filha de Efe, Zinwe (Uzoamaka Aniunoh) e a cética protegida Prisca (Evelyne Ily Juhen) alertam a Efe sobre a agitação entre os aldeões. Com a chegada repentina de um misterioso desertor rebelde chamado Jasper (Emeka Amakeze), um conflito irrompe, levando a um violento choque de ideologias e uma crise de fé para o povo de Iyi.

A potente fábula moderna de C.J. “Fiery” Obasi emprega uma vívida cinematografia monocromática em preto e branco, um rico design de som e uma trilha sonora hipnótica em um estilo folk-futurista, tanto terreno quanto sobrenatural. Obasi retrata uma batalha campal entre militantes oportunistas que prometem progresso tecnológico e uma ordem espiritual matriarcal vivendo em frágil harmonia com o oceano. Mami Wata nos transporta para um lugar que parece suspenso no tempo e talvez correndo contra o tempo, à medida que as ameaças da vida moderna chegam às suas margens.

Mami Wata apresenta um emocionante conto folclórico do oeste africano, onde uma comunidade local venera a deusa da água Mami Wata, mas tudo muda quando um forasteiro chega à vila, tudo muda e como neta de mulher africana, que cresceu venerando as entidades yoruba orixás, a trama foi ainda mais emocionante, porque essas são as nossas raízes que devemos honrar a ancestralidade.

A trama aborda diversos temas como patriarcado, fé e o empoderamento feminino passado de gerações em gerações de famílias nigerianas. O ritmo funciona e a direção de forografia, unida ao filtro P&B faz a história ganhar um ar etéreo de magia. A mensagem principal que fica ao final, é de que nunca estamos sozinhas e que as mulheres, juntas, são mais fortes. 

NOTA: 9.5/10

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