Por Victoria Hope
Existem muitas palavras que poderiam definir Rocketman, o primeiro biopic que conta a história de um dos maiores nomes da música, Sir Elton John, mas se tem uma palavra que define exatamente esse longa: MAGNÍFICO.
Um dos filmes do gênero de biografia musical mais esperados do ano, conta a história do britânico Reginald Dwight, que passou de apenas um jovem e talentoso músico com um passado conturbado, a um dos maiores nomes da indústria mundial do rock e soul.
Rocketman é exatamente como deveria ser, ou seja, é exagerado, é colorido, é divertido, tenso e ao mesmo tempo triste, assim como o protagonista que inspirou o filme. É uma dádiva e simbolo de uma força enorme uma estrela como Elton John ainda estar viva para poder assistir a essa belíssima homenagem e mesmo que Bohemian Rhapsody não tenha absolutamente nada a em comum com Rocketman, a não ser a direção que ficou por conta de Dexter Fletcher e a menção do ex-manager do Queen, é impossível não comparar os dois biopics.
Apesar do filme de Elton sequer mencionar a amizade ou relação que ele tinha com o Freddie, o que é um erro em minha opinião, ambos os filmes contam a história de estrelas do rock que tiveram um passado e vidas conturbadas, até conseguirem subverter a tragédia de suas vidas e triunfar em suas carreiras, o que infelizmente durou pouco para Freddie, que sem dúvidas também iria amar assistir a um filme relacionado a sua vida.
Mais do que uma carta aberta do próprio Elton à seus fãs, Rocketman traz a mensagem de que mesmo com tantas adversidades, o astro conseguiu se reerguer e que não importa se alguém é famoso ou não, buscar por ajuda profissional quando se está em uma situação difícil é questão de vida ou morte para todos que precisam se curar.
Freddie Mercury e Elton John durante o live aid de 1983 / Live Aid |
A mistura de biografia com musicais divertidos bem ao estilo Broadway foram geniais e são exatamente um dos fatores que diferenciam Rocketman de todos os outros biopics já feitos e pensando bem, não haveria outra forma de contar a história de um dos ícones da música que sempre teve o teatro e looks espalhafatosos em seu repertório.
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Taron Egerton (Kingsman), é um show a parte, se entregando completamente ao papel que com certeza irá lhe render algumas indicações merecidas. Além de cantar muito bem, o jovem ator consegue até mesmo captar trejeitos de Elton em uma interpretação visceral e muito verdadeira.
No filme, é possível sentir a energia do personagem em cada uma das cenas, ao ponto em que, quando ele se sente feliz na cena, todo o ambiente se ilumina e fica bem mais leve, ao mesmo tempo em que quando o personagem se entristece, o ambiente do filme começa a pesar e você sente tudo o que ele está sentindo no momento.
No filme, é possível sentir a energia do personagem em cada uma das cenas, ao ponto em que, quando ele se sente feliz na cena, todo o ambiente se ilumina e fica bem mais leve, ao mesmo tempo em que quando o personagem se entristece, o ambiente do filme começa a pesar e você sente tudo o que ele está sentindo no momento.
Alguns dos principais hits do cantor compõe não apenas a trilha, como também embalam cenas onde as letras da música simplesmente narram os acontecimentos e é aqui que encontramos o verdadeiro trunfo de Rocketman. Músicas como 'Your Song' e 'Tiny Dancer' emocionam e encantam, narrando cada uma das cenas com primor.
Taron Egerton e Richars Madden intepretam a conturbada relação entre Elton e Reid / Paramount |
O filme também conta de foma nada leve, sobre inúmeras relações complicadas que Elton teve não apenas com seus pais negligentes, principalmente sua mãe que torcia apenas pela derrota de seu filho, além de um péssimo relacionamento amoroso às escondidas com John Reid, manager que também cuidou da carreira de Freddie Mercury no passado e também ficou conhecido na indústria por ser um homem muito violento.
Na vida real, Elton chegou a processar o ex-manager, por ter sofrido com violência doméstica nas mãos de Reid e o astro também alega até hoje que o manager lhe roubou milhões de libras e esse assunto é abordado de forma bem clara no longa.
Taron Egerton teve um verdadeiro laboratório com Elton John para retratá-lo / Paramount |
Em entrevista durante o tour de divulgação de Rocketman, Elton John deixou claro que sua vida nunca foi 'livre para todas as idades", então seu filme também não deveria ser e o que público pôde presenciar, foi um retrato real, nu e crú da vida conturbada do astro, desde seu abuso com drogas e álcool, além de excessos em todos os sentidos, além das inúmeras tentativas de suicídio.
Apesar de seu passado muito triste, hoje Elton John não apenas é um sir nominado pela própria Rainha Elizabeth da Inglaterra, como também é um homem feliz, sóbrio há mais de 26 anos, muito bem casado e que tem dois filhos adotados.
Vale a pena conferir o filme, pois Elton John não foi apenas um símbolo para a música, como também um ícone para a comunidade LGBT, sendo que hoje, na terceira idade, ainda luta pela causa e também faz campanhas em prol da conscientização, além de doar seus ganhos em shows para instituições que cuidam de pacientes com HIV, sem contar que possui seu próprio centro em prol da luta contra a doença.
Para fechar com chave de ouro, o filme é excelente justamente por sair totalmente fora da curva de filmes biográficos maçantes, pois aqui a proposta é trazer um musical e mostrar o quão frenética e e deliciosamente exagerada foi a vida de Elton John.
Para fechar com chave de ouro, o filme é excelente justamente por sair totalmente fora da curva de filmes biográficos maçantes, pois aqui a proposta é trazer um musical e mostrar o quão frenética e e deliciosamente exagerada foi a vida de Elton John.
Rocketman já está em cartaz em todos os cinemas do Brasil.