Por Victoria Hope
A nova versão do jogo de 2002 já está disponível para PC no site oficial e promete entregar muito mais do que um visual repaginado.
O lançamento do game proporcionará que os jogadores do início dos anos 2000 revivam suas experiências e permitirá aos novos jogadores o contato com um jogo essencial para o nascimento de alguns dos MOBAs (Multiplayer Online Battle Arena) mais famosos de hoje e para o cenário competitivo de e-Sports.
Batemos um papo com o dublador Raphael Rossato, responsável pela voz de Arthas, um dos personagens principais do jogo nessa nova versão de Warcraft III, também conhecido por ter dublado personagens como Jaskier na nova série The Witcher da Netflix, Kristoff em Frozen: Uma Aventura Congelante e Frozen 2 , Olaf: Em Uma Nova Aventura Congelante de Frozen e Frozen 2 e Chris Pratt no Universo Cinematográfico Marvel, Passageiros, Jurassic World, Jurassic World: Reino Ameaçado e Sete homens e um destino
Foto: Raphael Rossato |
Amélie: O que mais o/ a encantou no universo de Warcraft III Reforged?
Raphael: O que eu achei mais legal em Warcraft III reforged, foi o fato de inserirem cenários e muitas coisas novas, com novas animações e efeitos, sem perder a jogabilidade e a magia do jogo clássico, que conquistou uma legião de fãs. É uma homenagem ao jogo clássico, com uma nova cara, mas sem deixar de lado as características que fizeram desse jogo um sucesso tão grande.
Amélie: Você se identifica com algumas das características do personagem que dubla? Se sim, quais?
Raphael: Arthas acaba se tornando mal, mas antes acho que me identifico com o espírito de liderança dele, sua firmeza, o fato de ser muito decidido, e a benevolência em ajudar as pessoas que necessitam, como o povo de lordaeron que estava sendo atacado pelos orcos. Tenho um espírito bem altruísta, por isso me identifico.
Amélie: O que é preciso para ser um dublador no Brasil?
Raphael: Para ser um dublador, primeiramente a pessoa deve ser um ator(a), registrado no Sated, o órgão que nos representa. Após isso tem que fazer um ou mais cursos de dublagem, para aprender as técnicas desse ofício. Um bom dublador faz qualquer tipo de trabalho como ator, mas um bom ator, não necessariamente se torna um bom dublador. Mas vale lembrar que para a dublagem (Localização) de games, não é necessário ser ou atuar como dublador.
Amélie: Para você, qual é a parte mais difícil na hora de dublar?
Raphael: A maior dificuldade em ser um dublador é captar de forma muito rápida a essência e a personalidade de cada ator ou personagem que dublamos. Nós não assistimos o filme com antecedência, só assistimos na hora de gravar, e apenas as partes que nossos personagens aparecem. Então temos que ter um reflexo artístico bem aguçado para poder expressar e sentir todas as emoções e variações que o personagem demonstra ao longo de cada produção.
Amélie: Você tem alguma técnica especial para entrar no personagem antes de dublar?
Raphael: Não tenho nenhuma técnica especial, não há tempo hábil para se preparar. Na maioria das vezes entramos nos estúdios sem saber o que iremos dublar. A preparação se dá apenas na parte vocal, onde é sempre bom estar com as cordas vocais bem aquecidas e preparadas, porque podemos dublar uma pessoa bem tranquila, ou acabar dublando algum personagem que grita muito e com isso acabar machucando nosso instrumento de trabalho que é a voz.
Amélie: As pessoas costumam reconhecer sua voz nas ruas?
Raphael: Não acontece com muita frequência mas já reconheceram minha voz algumas vezes na rua sim. Lembro de três vezes mais recentes. Uma vez foi comprando uma passagem de ônibus na rodoviária de São Paulo e as outras duas foram em Lojas de Shoppings centers. É incrível quando isso acontece. Nos faz perceber que o trabalho está conseguindo atingir o coração das pessoas e com isso vem cada vez mais a certeza de que estou trilhando o caminho certo.