Por Victoria Hope
Em 2020 estamos a cada dia mais próximos de encontrar representatividade real em todos os setores, mas não é de hoje que algumas plataformas tem demonstrado sua LGBTfobia diariamente, mesmo com tanta informação disponível e acessível à todos nas plataformas digitais.
Muitas vezes nos deparamos com LGBTfobia, sexismo e racismo online, hora de forma velada, hora de forma mais 'aberta' e esse fenômeno também atinge todas as redes sociais. Raramente denúncias nas redes funcionam, o que acaba se tornando algo frustrante, pois demonstra que a internet de longe, não é um lugar seguro para todos.
Danna Lisboa é uma cantora trans paulista que desde 2015 segue a carreira na música, além de apoiar diversas causas que as contemplam. Alguns de seus hits mais populares são 'Trinks', seu primeiro single, seguido de Quebradeira, onde a cantora faz parceria com a estrela drag Gloria Groove.
Trecho de 'Quebradeira' / Danna Lisboa |
Nesta semana, Quebradeira, um dos clipes mais acessados da cantora recebeu censura e classificação etária de acima de 18 anos, apesar de não trazer absolutamente nenhum conteúdo explícito ou sexual, afinal o clipe fala sobre o ritmo contagiante de todas as mulheres brasileiras.
Fãs de Danna comentaram nas redes que essa não é a primeira vez que clipes dela e de outros artistas LGBT sofrem boicote no portal e muitos protestaram no twitter e facebook.
Fica a reflexão: O que é sexual para plataformas como o youtube? Vídeos onde assédio contra mulheres e crianças aparentemente não quebram as regras de conduta do site, já vídeos onde arte e representatividade se encontram, o boicote é quase certeiro.
“E o com os outros artistas vocês não fizeram da mesma forma. Se o direito é para todos que seja para todos. Meu clipe não tem nenhum conteúdo sexual como vocês alegam”, concluiu.
A Youtuber americana Rowan Ellis foi a primeira a perceber LGBTfobia na plataforma em 2017 / Youtube |
Diversos vídeos dentro da plataforma Tik Tok americana com a temática 'LGBT Pride, lesbian ou gay' também foram desmonetizados, o que significa que todos perderam seus patrocínios após horas da publicação destes conteúdos.
Enquanto vídeos de ambas plataformas continuarem a manter materiais com discursos de ódio, linguagem explícita, livestreams de jogos com gamers misóginos e desafios perigosos como a 'brincadeira da rasteira', acreditar que o site preza pelo bem estar de seu público mais jovem se torna algo muito difícil.