Por Victoria Hope
Chorar em um filme de James Bond nunca foi algo esperado tantos anos que acompanho essa franquia, mas "No Time To Die" recebeu o posto e conseguiu emocionar logo nos primeiros minutos de crédito embalados ao som de Billie Eilish, afinal, essa é mais uma Era que se acaba.
Após tantos adiamentos, devido a pandemia do Covid-19, "007: No Time to Die" finalmente recebe sua estreia mundial, marcando a despedida do espião mais amado de Londres, James Bond (Daniel Craig) e muitos outros personagens que marcaram a fase mais moderna da saga.
O filme começa em clima romântico, com o casal James e Madeleine (Léa Seydoux), passando as férias de suas vidas na belíssima Riviera italiana, mas como era de se esperar, a vida do espião logo é posta em risco quando ele descobre que sua namorada esconde um segredo.
Madeleine e James / 20th Century Fox |
Apesar da trama recheada de ação, o longa não deixa de passar a sensação que a trama poderia muito bem ser apenas um episódio de uma série e não uma despedida do personagem, mas apesar do ritmo frenético e alguns mistérios que acabam em conclusão, "No Time to Die", tem seus trunfos.
Duas personagens que ganharam destaque e em alguns momentos até mesmo dominaram as cenas ao lado de Craig foram as estreantes poderosas, Lashana Lynch, que no longa interpreta Nomi, a nova Agente 007 e Ana de Armas, que entrega uma hilária e habilidosa espiã cubana.
Muitos fãs antigos da saga, torceram o nariz para a escolha de Lashana, mas o filme, a todo momento demonstra que os tempos mudaram e que com Bond aposentado, surgiu a oportunidade da inclusão de uma agente tão excelente quanto o veterano. A interação entre ambos 007's durante as missões são um show a parte, afinal, ambos atores britânicos tem bom humor e carisma na medida certa.
Nomi, AKA 007 / 20th Century Fox |
Apesar do ritmo frenético e muita ação, diversas subtramas ficaram sem resposta ou sem solução, por exemplo, como a vingança do vilão Safin (Rami Malek), que ao final, não fez sentido algum, nem mesmo com o contexto apresentado constantemente em cena, fora perdas que acontecem sem nenhuma resolução definitiva e cenas que aconteceram rápido demais.
De longe, o filme não chega ao nível de seus antecessores, Cassino Royale e Skyfall, mas definitivamente é uma evolução de Spectre, que não foi muito bem recebido nem por fãs nem pela crítica especializada.
Mesmo com esses detalhes, o filme não deixou de emocionar, afinal, Daniel Craig foi o Bonde de toda uma nova geração e seus momentos finais da série resumem completamente toda a essência do personagem e resumem que todas suas escolhas até então o levaram até ali. Impossível deixar os lencinhos de lado ao rolar dos letreiros, afinal, por mais de oito anos, estivemos ao lado desse personagem tão querido, hilário, poderoso e ao mesmo tempo, muito humano; Adeus, Bond.
NOTA: 8.5/10