10/08/2022
Por Victoria Hope
Um dos grandes sucessos da bilheteria francesa desse ano. O drama aclamado “O Destino de Haffman", do cineasta francês Fred Cavayé, chega as salas de cinemas nacionais nessa quarta (11), com distribuição da Synapse Distribution.
Escrito por Cavayé e Sarah Kaminsky, baseado na peça teatral de Jean-Philippe Daguerre, o filme é ambientado na cidade de Paris ocupada por nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. Na trama, em maio de 1941, François Mercier (Gilles Lellouche) é casado com Blanche (Sara Giraudeau) e ambos querem ter um filho, mas apesar de Blanche ser fértil, ela tem dificuldade em engravidar.
Blanche trabalha numa lavandaria, enquanto François é funcionário de um talentoso joalheiro judeu, Joseph Haffmann (Daniel Auteuil), casado com Hannah (Anne Coesens) e ao contrário dos outros protagonistas, esse casal possui vários filhos. Antecipando a inevitável caça aos judeus com a chegada dos nazistas na França, Haffmann decide se mudar imediatamente com sua família enquanto coloca em prática um plano de sobrevivência de longo prazo do qual François fará parte.
O Destino de Haffman / Foto: Synapse |
O Destino de Haffman traz uma mensagem muito relevante para esse momento, afinal, podemos confiar em todos? O que acontece quando a ganância simplesmente toma conta? Em quem podemos confiar em momentos mais difíceis onde o fascismo e nazismo tomam conta do poder?
Em um momento, o coração de quem está assistindo vai para a boca quando François quase denuncia sem querer a presença de seu chefe para oficiais nazistas. Esse momento de barreira da língua nos traz a reflexão de quantas pessoas naquele período não passaram pelo mesmo.
Um dos grandes motes do filme é o fato de que pessoas podem ser compradas quando se sentem sem saída; é um conto sobre a ganância humana e como, pessoas que antes eram gentis, por poder, seja financeiro ou de qualquer outra forma, acabam se tornando verdadeiros 'monstros' em face a guerra. As consequências das escolhas de François irão afetar para sempre o destino daquele que um dia já o acolheu e ensinou o que sabe, mas os minutos finais do longa, nos relembram que existem pessoas que também são capazes de ter empatia.
NOTA: 8.5/10