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[Review] The Batman

 29/02/2022

Por Victoria Hope

Batman de Matt Reeves é sem dúvida um dos filmes mais aguardados do ano e a espera definitivamente valeu a pena. Por ser uma grande fã e colecionadora de quadrinhos, não poderia estar mais contente com toda a entrega não apenas do diretor, como também do elenco. 

Em Batman, acompanhamos a trajetória de um Bruce Wayne ainda novo, em seu segundo ano como o justiceiro das trevas, ainda tentando navegar pela podridão de Gotham. O filme traz muitas referências aos quadrinhos que mais marcaram a história de personagem, desde Batman Ano Um, ao Longo dia das Bruxas, Hush e o mais importante, Ego, que mergulha no aspecto mais psicológico do personagem.

Muitos talvez não reconheçam o carismático magnata nas telas, mas isso tudo é proposital, pois durante suas primeiras missões investigativas, Bruce (Pattinson) ainda não havia desenvolvido a personalidade do playboy que todos conhecem e amam, muito pelo contrário, aqui ele ainda é tomado por uma melancolia e depressão profunda, não confortável com o próprio corpo e com as pessoas ao seu redor, inundado por uma sede de justiça implacável. 

Batman e Selina / Foto: Warner Bros. Pictures

Matt Reeves é gigante em sua direção. Com foco em uma fotografia belíssima e em pontos de luz muito específicos, o diretor consegue fazer o público mergulhar de cabeça na escuridão de Gotham, fazendo com que todos se tornem testemunhas de tudo que há de mais sujo e corrupto na cidade.

Diferente das cenas escuras de outros títulos onde mal se pode ver a ação, Batman triunfa, com Reeves no comando das cenas noturnas, que mesmo com o puro breu ao redor, conseguem ser vistas facilmente, já que o diretor foca em sempre trazer pontos quentes de luz em todas as cenas, não importa se são faróis, um sinalizador vermelho ou o próprio Bat-sinal. 

Quanto aos personagens, todos foram desenvolvidos muito bem, com destaque para Robert Pattinson, que entrega uma de suas performances mais meticulosas. Sua voz é suave inicialmente, demonstrando uma personalidade de alguém que vive em isolamento e que possui um interesse especial em investigação e seus passos são sempre calculados, como alguém que ainda está receoso com o anonimato, mas que ao longo da trama, se torna cada vez mais intenso e vulnerável.  

Comissário Gordon e Batman / Foto: Warner Bros. Pictures

Zoe Kravitz dá um show na pele da Mulher Gato, trazendo a elegância e ao mesmo tempo, destreza da personagem que não tem medo de dizer o que pensa e de enfrentar grandes chefões da máfia, sempre com muita elegância, conseguindo navegar tanto pelas cenas mais leves, quanto as mais dramáticas, porém, vale ressaltar que o romance entre ela e Batman pareceu acontecer rápido demais, com pouco desenvolvimento. 

Já o Pinguim de Colin Farrell está absolutamente icônico. Apesar da maquiagem que quase o torna irreconhecível, assim como sua voz, o ator não é carregado pelo visual e entrega uma performance incrível, trazendo o humor necessário e ao mesmo tempo, momentos de tensão que nos fazem querer ver mais ainda do personagem no spin-off.

A parceria entre Gordon (Jeffrey Wright) e Bruce é também um dos grandes destaques do filme, mostrando uma relação de confiança plena do comissário para com o jovem detetive. Os momentos onde ambos trabalham juntos pra resolver as charadas são um dos pontos mais fortes da trama, lembrando muito o clima tenso de filmes noir investigativos como Se7en e Zodíaco

Charada / Foto: Warner Bros. Pictures

E é claro que não poderia deixar de comentar sobre a atuação incrivelmente assustadora de Paul Dano na pele do vilão Charada. Fazer parte da galeria de rogues do Batman não é uma tarefa fácil para muitos atores, mas Dano consegue brilhar, trazendo um lado do personagem nunca antes visto em adaptações de cinema ou até mesmo nos quadrinhos.

Aqui, Edward é extremamente humanizado e assustador, fazendo referência a muitos assassinos em série da vida real que justamente ganham força em fóruns anônimos pela internet. Essa atualização do personagem foi primordial para mostrar que realmente nos dias de hoje, ele poderia ser qualquer um. 

Para concluir, Batman é uma verdadeira carta de amor aos quadrinhos, com uma trilha sonora impactante, apesar de um pouco repetitiva, mas que consegue fazer o público sentir a tensão na pele e ainda falando sobre ambientação, só o fato da Mansão Wayne finalmente ser retratada com o visual gótico saído diretamente das páginas da DC, além de Gotham parecer realmente suja e podre, deixa a certeza de que todos nessa produção fizeram a lição de casa. Que venham as sequências!

NOTA: 9.5/10 

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