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SXSW 2025 | Real Faces

 

Por Victoria Hope

"Real Faces", filme belga de Leni Huyghe, emerge como um estudo de personagem íntimo e introspectivo, que acompanha Julia em sua busca por autenticidade em um mundo cada vez mais fragmentado e desconectado. O filme, oferece uma reflexão poderosa sobre a importância de se manter fiel a si mesmo, mesmo diante das pressões externas e das expectativas sociais. 

Através de uma narrativa envolvente, essa história explora a força transformadora da conexão humana e o impacto que um único encontro pode ter em nossa trajetória de vida, bem como explora a relação de Julia e Eliott, essas duas pessoas tão diferentes que estão lutando para se encaixar em suas respectivas áreas de trabalho, passando por temáticas da solidão, capitalismo e como cidades grandes muitas vezes sufocam,. 

A narrativa do filme se desenrola em um ritmo contemplativo, permitindo que o público mergulhe na psique de Julia  e Eliott e compreenda suas motivações, medos e aspirações. As performances de Leonie Buysse e Gorges Ocloo são notáveis, transmitindo a vulnerabilidade e a determinação de seus personagens de forma autêntica e cativante. 


Real Faces / Foto: SXSW 

Um dos aspectos mais marcantes de "Real Faces" é a forma como o filme explora a importância da conexão humana. Em um mundo onde muitas coisas nos isolam e nos distanciam uns dos outros, o filme nos lembra do poder transformador de um encontro genuíno. 

Ao longo do filme, a relação que Julia desenvolve todos essas atores que passam por sua vida, é muito interessantes, mostrando que ela é capaz de ser quase que uma semi-psicóloga para essas pessoas, sempre lidando com as questões dos outros com sutileza e empatia, diga-se de passagem, de maneira muito diferente com a qual ela mesma se trata enquanto pessoa. 

A direção de Huyghe é minimalista e elegante, característica bem marcante do cinema belga, com uma fotografia que valoriza a beleza da simplicidade e a expressividade dos rostos em contraste com a loucura da cidade grande, enquanto a trilha sonora, discreta e melancólica, complementa a atmosfera introspectiva do filme, intensificando o impacto emocional das cenas. O roteiro é bem construído, com diálogos inteligentes e momentos de silêncio que dizem mais do que palavras.

Esse não é um filme de ação ou de reviravoltas dramáticas. É um filme sobre a vida, com suas nuances, suas imperfeições e suas pequenas vitórias. É um filme que nos convida a refletir sobre nossas próprias vidas, sobre nossas escolhas e sobre a importância de viver de forma verdadeira, afinal a vida é mais do que trabalho, mais do que o caos da cidade, é sobre conexões genuínas que se mostram quase impossíveis nesse mar de gente. 

NOTA: 8.5/10

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