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SXSW 2025 | She's The He

 

Por Victoria Hope

Estrelado por Misha Osherovich (Freaky), o aclamado comediante Nico Carney, Suzanne Cryer (Silicon Valley), Mark Indelicato (Hacks) e Malia Pyles (Pretty Little Liars: Original Sin), o filme segue os alunos do último ano do ensino médio Alex e Ethan, que fingem ser mulheres trans para ter acesso ao vestiário feminino. É tudo uma piada até que Ethan percebe que ela realmente é trans, e os dois amigos devem levar em conta a mudança na amizade e o processo de se assumirem.

O filme tinha tudo para cair em outro lado por conta da temática, que para muitos, pode parecer polêmica, mas é exatamente pelo momento em que a comunidade passa mundialmente, que tramas como a de "She's the He', são muito bem-vindas e necessárias. 

Essa bhistória é leve e hilária, apesar de tocar em diversos assuntos muito sérios como a questão de identidade de gênero, sexualidade, além de questões socio-políticas e culturais relacionadas à comunidade trans. Um dos trunfos é ver essa história representada por protagonistas que fazem parte da comunidade, o que adiciona ainda mais nuances à cada uma das performances.

Ver a transformação de Ethan e sua jornada de auto-descoberta é algo muito interessante de se ver e também algo representado de forma bem positiva, pois mesmo Ethan passe por algumas situações de transfobia, seja pela boca de sua mãe ou da sociedade, Ethan consegue ao final se encontrar e receber a aceitação que tanto esperava.

Esse filme é um excelente coming of age queer, que tem tudo para se tornar fan fave na temporada de festivais, mas é claro que para isso, o público precisa abrir a mente e entender que a identidade de gênero vai muito além da binaridade e que tudo o que a comunidade LGTQIAP+ quer é apenas viver tranquila, feliz, com todos os desafios, amores e dessabores que a vida tende a oferecer e não apenas sobreviver em uma sociedade tão hostil para com suas existências.

A dupla principal interpretada por Misha e Nico brilha junto, seja nos momentos de tensão ou em alguns dos momentos mais hilários em tela. É claro que o filme ainda tem algumas questões aqui e ali quanto ao ritmo, mas nada disso chega a incomodar, pois a direção de Siobhan McCarthy é completamente hipnotizante, conseguindo extrair o máximo de seu elenco, trazendo personagens muito fascinantes de acompanhar e bem tridimensionais, mostrando que são mais do que apenas sua identidade de gênero e sexualidade, mas também reforçando que essas características também fazem parte do que é ser uma pessoa e não existe forma de separar, afinal isso também faz Ethan e Alex serem quem são.

Representatividade positiva assim em tela é algo raro de se ver e principalmente nesse momento, é muito importante de ser reforçada. É certeza absoluta que muitas gerações irão se identificar com a história desses personagens e se inspirar, sabendo que num mundo ideal, tudo irá dar certo no final. 

NOTA: 8.5/10

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