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Entrevista com Bastien Bouillon sobre o drama vencedor do Festival de Veneza, Mãos A Obra

 

Por Victoria Hope

Em "Mãos a Obra", filme premiado de Valérie Donzelli, Paul Marquet (Bastien Bouillon) era um fotógrafo de sucesso que abandonou tudo para se dedicar à escrita. No entanto, embora seus livros tenham recebido boas críticas, ele não é exatamente um autor de sucesso. 

Após o fracasso de seu terceiro romance, sua editora (Virginie Ledoyen) anunciou que não publicaria seu quarto livro, "Story of an End", uma narrativa sobre o término de seu próprio relacionamento, detalhando seu recente divórcio da esposa (Donzelli), que acaba de se mudar para Montreal com seus dois filhos adolescentes. 

Nesse momento, Paul está com dificuldades financeiras e, apesar da insistência de seu pai (André Marcon), aluga um estúdio de um amigo próximo da família e começa a trabalhar como faz-tudo por um salário ridiculamente baixo em um aplicativo de empregos que conecta prestadores de serviços a clientes na cidade. Essas experiências levam a uma descoberta em sua escrita, inspirando um novo manuscrito que sua editora envia às pressas para a gráfica! 

Durante o Festival de Cinema Francês, mossa equipe teve oportunidade de bater um papo com Bastien sobre esse trabalho e explorar temas como mercado de trabalho, cinema e inspirações e você encontra essa conversa na íntegra abaixo:

Paul, protagonista de Mãos A Obra / Foto: Festival de Veneza

Amélie Magazine: Como é fazer parte de um filme que foi vencedor de Melhor Roteiro em Veneza?

Bastien: Estou muito orgulhoso em fazer parte desse filme que venceu o Prêmio de Melhor Roteiro em Veneza e tenho mais orgulho ainda em atuar com um papel ao qual me identifico tanto do ponto de vista artístico, humano e político.

Amélie Magazine: E qual é o seu momento favorito do filme?

Bastien: O meu momento favorito foi a cena em que tive que ir para a casa de uma moça para construir um armário e quanto cheguei lá enquanto a dona da casa estava festejando. Esse momento mostra o distanciamento entre ele, Paul, que está trabalhando enquanto elas estavam se divertindo.

Amélie Magazine: Assim como Paul, muitas vezes fazemos uma transição de carreira. Você pessoalmente já passou por isso?

Bastien: Na verdade  pessoalmente não como ele fez da fotografia para literatura (risos), mas na realidade eu espero poder continuar fazendo esse meu trabalho como ator e me alimentar da minha própria arte, que é o que mais amo fazer! 

Amélie Magazine: O filme nos confronta como às vezes o caminho em busca do sonho pode ser solitário e nos isola do mundo, como aconteceu com Paul. Poderia falar um pouco sobre isso?

Bastien: Exatamente. Ter sucesso no mundo da arte não é fácil. É difícil ter confiança na gente e isso depende muito do nosso apoio familiar e daqueles que estão ao nosso redor. Me lembro de quando fazia escola de artes e antes de receber todos esses louros, até pensei em me alistar ao serviço militar! (risos). 

Me lembro que eu estava passando por um processo, tinha meus 23 anos na época e aí me perguntaram o que eu fazia da vida e aí eu falei: "Trabalho com teatro" e a resposta das pessoas era: "Tá, mas o que você realmente vai fazer? Trabalhar apenas com arte vai estragar sua vida". E eu fiquei pensando sobre isso que me disseram e foi exatamente isso que me fez desistir da ideia de me alistar e seguir carreira no teatro.

Amélie Magazine: Se você pudesse voltar para o passado e deixar um recado para o pequeno Bastian, qual seria?

Bastien: Hmm...Respire! 

Amélie Magazine: O livro que inspirou o filme é muito emocionante. Você leu o livro e se sim, qual foi seu momento favorito que você teve a chance de representar aqui?

Bastien: Eu acabei de ler o livro, porque gravei uma versão audiolivro dessa obra e foi muito emocionante! Tem várias passagens que me marcaram e uma delas fala sobre o fato de que escritores ficam muito solitários e acabam tendo que fazer outras coisas quando passam dificuldades! Tem uma passagem do livro que fala sobre isso e tem outras passagens também que me marcaram muito.

Amélie Magazine: Como ator, quais são os três filmes franceses favortos que na sua opinião são essenciais para quem se considera fã de cinema? 

"Bastien: Bem, "Quando Chega o Outono" (Quand Vient L'automne) de François Ozon depois, "A Gangue de Paris" (Le Gang des Bois du Temple)" de Rabah Ameur-Zaïmeche e um que ainda não foi lançado oficialmente, que se chama "The Great Arch" (L'inconnu de la grande arche) de Stéphane Demoustier. 

Amélie Magazine: E voltando ao filme, qual foi a sua parte favorita das filmagens de "Mãos a Obra?"

Bastien: Os momentos que eu tive que usar força física foram meus favoritos! Acho que até bati num muro sem querer (risos), mas eu realmente gostei das cenas que exigiam mais do meu lado físico no longa!


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