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Review | Cruella é uma das melhores releituras da Disney

 


Por Victoria Hope

Cruella é, sem dúvidas um dos novos live actions mais antecipados por fãs da Disney e podemos confirmar que o hype é real, pois o filme foi uma grande surpresa. Por ter uma das minhas formações em Moda e ter atuado por muitos anos na área, posso dizer que o filme acertou em cheio como a indústria lida com profissionais aspirantes.

Quando os estúdios Disney anunciaram um novo live action, dessa vez com foco na vilã icônica de 101 Dálmatas, sendo grande fã da personagem, imaginei que o filme faria jus à ela, mas claro, com receio de que a história romantizasse a personagem, como fizeram anteriormente com Malévola.

Mas para a alegria de todos, o filme não romantiza a vilã, mas aponta sim o dedo na ferida do mercado da moda, onde estudantes e estagiários não tem seu trabalho reconhecido. Apesar do sotaque extremamente forçado de Emma Stone, a atriz esbanja carisma e filme é, sem dúvida, uma mistura de Diabo Veste Prada, com Coringa e A Morte Lhe Cai Bem

Cruella e seus dois capangas Jasper e Horácio / Disney

Um dos trunfos do longa é a sintonia entre Cruella e seus dois capangas, Jasper e Horário, em especial o hilário Horácio, que sempre rouba a cena quando o trio participa de cenas em grupo. A dupla de vilões faz uma ótima referência ao clássico da animação e dos live actions antigos, sem contar que são protagonistas dos momentos mais divertidos do filme.

Ao contrário do que aconteceu em Malévola, que como mencionei acima, tentava justificar a vilania da personagem, Cruella demonstra desde a infância da protagonista que ela era uma menina agressiva, mimada e maldosa e isso é importante demais, porque mesmo com o filme usando eventos traumáticos para construir a futura ícone da moda, em nenhum momento o filme justifica as maldades dela.

Mas o ponto mais forte do filme pode ser dividido em duas categorias, na trilha sonora impecável recheada de hits rock'n'roll que marcaram a era punk-rock britânica dos Anos 70, ano em que o filme se passa e os quase acima de 40 figurinos, que são o ponto alto, se não, talvez até os maiores protagonistas da história. 

A repórter Maya interpretada por KirbyHowell-Baptiste / Disney

Todos os personagens secundários são bem interessantes, mas infelizmente não possuem a mesma presença de Emma Stone e de Emma Thompson em cena, por exemplo, apesar de sempre acrescentar novas nuances para a história da vilã.

Outra questão que merece elogio é a representatividade LGBTQIA+ finalmente de forma aberta em um filme da Disney. Um dos melhores amigos de Cruella, Artie, é abertamente LGBTQIA+ no filme e interpretado por John McCrea, astro da Broadway que também faz parte da comunidade. Mesmo que isso não seja o foco, é importante ver a representatividade mostrada nesse universo da Disney. 

Infelizmente, tirando os personagens, o roteiro apresenta muitos problemas, principalmente em termos de tempo de filme. Cruella é excessivamente longo, sem a necessidade de estender tanto o tempo e muitos atos parecem ser apenas repetições do que já vimos. O voice over as vezes mais atrapalha do que ajuda também, mas fora isso, é um excelente filme de origem que vai divertir toda a família.

Cruella estreia nos cinemas brasileiros e no premiere access do Disney + no dia 27 de maio

Nota: 8.5/ 10 

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