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Festival de Veneza 2023 | Dormitory (Yurt)

 

Por Victoria Hope

O ano é 1997, as tensões entre turcos religiosos e seculares estão a aumentar. Ahmet, de catorze anos, é enviado pelo seu pai recentemente convertido para um dormitório islâmico, uma “Yurt”, para aprender os valores muçulmanos. 

Ahmet trabalha duro para ser o filho perfeito, mas tem dificuldade em se adaptar aos garotos rudes do Yurt e se sente isolado em sua escola secular, onde esconde sua nova casa dos colegas. Seu único consolo é um novo amigo, Hakan, um garoto esperto que sabe como operar o sistema Yurt. Juntos, eles sonham em tomar suas próprias decisões.

Esse drama queer apresenta a temática coming of age de uma forma extremamente elegante, dando tempo suficiente de tela para que cada personagem possa ser explorado em sua totalidade. Nessa história de 'amor', vemos o que sentimentos reprimidos podem causar.

A direção de fotografia é de tirar o fôlego e a escolha de manter o filme em preto e branco grande parte dele, para mostrar de forma suscinta, como a vida do protagonista ganha cor quando ele está ao lado de quem ele ama, torna 'Yurt' ainda mais especial. 

O filme acerta em contar a história de Ahmet ao mesmo tempo em que narra a tragédia que está acontecendo no país. Todas as traições que o jovem garoto sofro podem muito bem ser uma metáfora sobre as diferentes frentes (políticas e sociais) turcas. Apesar do final não me satisfazer por completo, pois eu queria ver mais, queria a conclusão, Yurt é uma pequena gema que merece ser vista pelo mundo inteiro.

NOTA: 9.5/10

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