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Cinemateca Brasileira apresenta a Mostra Esquenta Carnaval com entrada gratuita

 


Por Victoria Hope

Antecipando o feriado, a Cinemateca Brasileira apresenta a segunda edição da mostra ESQUENTA CARNAVAL. Serão seis sessões entre os dias 8 e 11 de fevereiro, cada uma com um curta e um longa-metragem, que destacam a euforia, as contradições e a riqueza da maior festa do país.

Como ponto de partida, a centralidade das expressões afro-brasileiras no carnaval é ressaltada em filmes como Geruzinho, sobre o bloco sergipano Descidão dos Quilombolas, e Samba de santo: resistência afro-baiana, que aborda a história e a influência de três blocos que nasceram em terreiros da Bahia: Ilê Aiyê, Cortejo Afro e Bankoma. Ancorados em conhecimentos e tradições ancestrais, esses blocos não só celebram a cultura negra com música, dança e cores, mas também estabelecem uma forte relação social com as suas comunidades.

O cinema pernambucano marca presença na mostra com cinco títulos. O maracatu rural aparece em Maracatu, maracatus e em Azougue Nazaré – neste último, a expressão popular é tensionada e ameaçada pelo evangelismo em sua cidade de origem: Nazaré da Mata. Toritama, outra cidade de Pernambuco, é retratada em Estou me guardando para quando o carnaval chegar, que segue a história dos trabalhadores têxteis da cidade, ansiosamente esperando a chegada do feriado para viajarem. Mas carnaval não é só festa: Bloco do isolamento mostra como a pandemia de Covid-19 impactou o carnaval de Olinda, e Fim de festa combina a ressaca pós-feriado com uma investigação de um assassinato que ocorre em uma Quarta-Feira de Cinzas.

A figura da Rainha de Carnaval é tema de Danielle, carnaval e cinzas, documentário realizado em 1979 que constrói um retrato de uma mulher trans e dos bailes LGBTQIA+ em Curitiba. Já a manifestação popular paraense “assustado”, que consiste em uma festa ambulante que invade casas, é tema do divertido curta Assustado, que problematiza a necessidade de novas gerações manterem essa tradição local viva. Carnaval paulista de 1937 traz um registro histórico e raro, resgatado recentemente no projeto Nitratos da Cinemateca Brasileira, sobre os bailes e os desfiles no carnaval de São Paulo, e o mito grego de Orfeu e Eurídice é transporto para o carnaval carioca em Orfeu negro. 

Por fim, a mostra inclui ainda uma sessão como parte do programa SÁBADO INFANTIL, com o curta-metragem Carnaval dos deuses, que discute a diversidade religiosa no contexto do carnaval, e o longa Despedida, sobre uma neta em busca do fantasma da vó por um mundo encantado, misterioso e carnavalesco.

A programação é gratuita e os ingressos são distribuídos uma hora antes de cada sessão.


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