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Festival de Berlim 2024 | Young Hearts

 

Por Victoria Hope

Em Young Hearts, filme que teve sua estreia no Festival de Berlim (Berlinale), Elias (14) sente-se atraído pelo seu novo vizinho Alexander (14). Logo ele percebe que está verdadeiramente apaixonado pela primeira vez. As interações com amigos e familiares trazem mais perguntas do que respostas. Confuso com seus sentimentos crescentes, Elias tenta resolver seu caos interior para provar que vale o coração de Alexander.

Com excelentes atuações, do elenco adolescente ao idoso, o filme apresenta aquele tipo de história que deixa o público com coração quentinho devido a sua positividade, mesmo que ainda assim, o filme apresente diversos momentos dramáticos que de 'teen' não tem nada, até mesmo porque, adultos também sofrem por amor, sofrem conflitos também durante a descoberta da própria sexualidade.

Elias é o típico garoto extrovertido, que tem seu grupo de amigos, apesar de ainda sofrer bullying dos garotos mais velhos da escola, justamente porque seu pai é um grande cantor conhecido da cidade. Tudo muda com a chegada de Alexander, que é tão extrovertido quanto Elias, mas não tem medo de demonstrar o que sente, diferente do nosso protagonista, que ainda está em conflito interno com seus próprios sentimentos.


Young Hearts / Foto: Berlinale

Young Hearts é uma excelente surpresa, principalmente ao mostrar uma realidade rara, onde os personagens mais velhos, aceitam e abraçam  o 'segredo' de Elias de forma extremamente positiva. É excelente ver obras como essa, que fogem do estereótipo de que nenhuma família irá aceitar um filho LGBTQ+.

A direção e o roteiro de Anthony Schatteman são excelentes e mostram com total delicadeza e ao mesmo tempo, de forma firme, as tristezas e as alegrias do primeiro amor; tudo isso embalado por uma belísssima direção de fotografia e atuações incríveis, com destaques de Lou Goossens e Marius De Saeger.

É incrível ter a possibilidade de assistir essa pequena pérola, que trata a temática com muito respeito e sem transformar a dor dos personagens em piada, muito pelo contrário, as dores deles são tratadas com esmero, como sentimentos válidos e não como 'apenas uma fase de adolescência'. É o típo de filme que toda a juventude LGBTQ+ adoraria ter tido em sua adolescência, como um acalento, um abraço apertado e uma promessa de tempos melhores.

NOTA: 10/10

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