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[Review] Longlegs - Vínculo Mortal

 

Por Victoria Hope

Longlegs é um dos filmes mais antecipados do ano e com razão, afinal, o marketing do filme desde seu anúncio, tem sido impecável nas redes sociais, no que pode ser considerada é uma das melhores campanhas de filmes da última década e isso funcionou, porque o mais novo filme da Neon é de longe um dos melhores lançamentos do ano.

A trama segue a história de Lee Harker (Maika Monroe), uma agente do FBI que é convocada para reabrir um caso arquivado de um serial killer. Conforme desvenda pistas, Harker se vê confrontada com uma conexão pessoal inesperada com o assassino e aos poucos, com ajuda de sua intuição e forças ocultas, começa a desvendar esse mistério.

Conhecemos o serial killer Longlegs (Nicholas Cage) logo nos primeiros segundos do filme e esse início é suficiente para definir o tom que o filme terá ao longo de sua 1h41 de duração. É importante ressaltar logo de início que esse não é filme de terror, mas sim um suspense investigativo com toques sobrenaturais.


Longlegs / Foto: Diamond Films

Muitas pessoas talvez se frustrem ao perceber que o filme não é assustador como o marketing fez parecer, mas isso não é algo ruim, pois o filme bebe de excelentes fontes do gênero investigativo como 'O Silêncio dos Inocentes' e 'Se7en', mas ainda assim, consegue se manter original com uma trama bem slowburn que prende do início ao fim.

Tanto Maika Monroe, que protagoniza o filme, quando Nicolas Cage, que interpreta o assustador serial killer Longlegs, dão um show de atuação na tela; pois enquanto Monroe apresenta uma personagem mais contida, tímida e misteriosa com uma performance elegante, Cage entrega uma de suas melhores atuações da carreira com esse personagem que é puro suco do entretenimento, sendo hora engraçado, hora assustador, mas tão misterioso quanto a protagonista.

Longlegs brinca o tempo todo com a temática de pânico satânico, até mesmo no visual do serial killer, que o dar uma palinha de música, já deixa claro que poderia muito bem ter sido um cantor de rock glam nos anos 70 ou 80; vemos vestígios desse passado em seu quarto e esse paralelo remete à diversos cantores da época que eram associados à cultos satânicos.

Ainda falando sobre ambientação, esse é outro trunfo do longa, que acerta ao mostrar detalhes que remetem à era que a história se passa, seja pelos modelos de carros, às roupas e à quadros de políticos que marcaram aquela era. Tudo é milimetricamente correto o que mostra o excelente trabalho de Oz Perkins  (filho do eterno Anthony Perkins, astro de 'Psicose') quanto a sua atenção minuciosa aos detalhes, que obviamente, fazem toda a diferença.


Longlegs / Foto: Diamond Films

Esse não é um filme de sustos fáceis, apesar de ter algumas cenas que vão fazer o público pular das cadeiras, mas a sensação e a densidade da história de Longlegs são os detalhes que mais marcam essa história, fora o elenco obviamente, incluindo os igualmente brilhantes Blair Underwood, que traz um detetive hora hilário, hora sinistro e Alicia Witt, enigmática no papel da mãe de Lee.

O plot-twist apresentado é completamente imprevisível e nem mesmo as pessoas mais atentas estarão preparadas pra descobrir a verdade sobre o serial killer e aliás, em nenhum momento suas motivações são explicadas e elas não precisariam, na verdade, porque isso apenas adiciona ainda mais densidade ao ar de mistério que o filme carrega desde a primeira cena até a última.

É um filme que vai dividir o público justamente por conta dos anúncios como 'melhor terror do ano', sendo que essencialmente não é um terror, como foi falado logo no início dessa crítica; é um bom suspense investigativo, ou ainda melhor, um thriller, talvez curto demais, porém extremamente efetivo ao que se propõe. Esse é o tipo de história ue tem potencial em se tornar cult do gênero nos próximos anos.

NOTA: 8.5/10

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