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Festival Varilux 2020 | Coletiva de DNA com Maïwenn

 


Por Victoria Hope

Uma jornada de luto e redescobertas embala a trama de DNA, filme da diretora Maïwenn que está em cartaz no Festival Varilux de Cinema Francês desse ano.  Na trama, Neige, divorciada e mãe de três crianças, visita regularmente Emir, seu avô argelino, vivendo agora num asilo para idosos. 

Ela adora e admira aquele que exerce o papel de sustentáculo da família, o homem que a criou e que sobretudo a protegeu da atmosfera tóxica que marcava o relacionamento com os pais. As relações entre os muitos integrantes da família são complicadas e a morte do avô acabará por desencadear uma tempestade familiar e uma profunda crise de identidade em Neige. 

DNA é um dos filmes que compõe a lista do Festival Varilux desse ano, que conta com um clássico e 17 longas-metragens inéditos e recentes (2019/2020) da cinematografia francesa, com exibições de 19 de novembro a 3 de dezembro. 

Nessa terça, tivemos a oportunidade de bater um papo com Maïwenn para falar sobre o filme e sobre as expectativas da diretora sobre esse festival internacional.


Entrevistadora: Você se sente em casa na Argélia ou na França?

Maïwenn: Tenho a impressão de me sentir mais em casa lá (na Argélia), do que na própria França, enquanto na França, me sinto uma estrangeira. Faz sentido?

Entrevistadora: Muitos diretores filmam em locais mais distantes e depois nunca mais retornam para o país de filmagem. Foi assim com você? 

Maïwenn: Na verdade eu nunca parei de visitar a Argélia. Só parei mesmo nos anos 90, quando estavam naquele período 'das trevas', com a guerra, mas após esse período, sempre que pude, voltei. 

Entrevistadora: Você acredita que durante esse filme, acabou conhecendo um lado da Argélia que não conhecia antes?

Maïwenn: Sinceramente, não. É um pouco da visão romantizada que o filme passa, parece que estou descobrindo o lugar, mas a realidade é bem diferente. 

Entrevistadora: O que acha das fórmulas utilizadas no cinema ao longo dos anos?

Maïwenn: Na verdade não existe uma receita, acredito que cada fórmula tem seu lado bom e seu lado ruim. As fórmulas as vezes funcionam, dependendo do ponto de vista a ser passado. 

Entrevistadora: Você pretende atuar em outros projetos com outros diretores?

Maïwenn: Acho que fica um sentimento de que se eu atuo apenas nos meus filmes, é porque não existem outras oportunidades, mas não é assim. Eu acho que gosto de ter a minha liberdade de mostrar o meu ponto de vista nas minhas histórias e atuar nas minhas produções é uma forma de mostrar isso. 


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