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Festival Varilux 2023 | Conduzindo Madeleine

 

Por Victoria Hope

Line Renaud é uma cantora e atriz francesa muito querida, cuja vida se estende pela maior parte do século passado. Colocá-la para um papel de protagonista aos 93 anos com certeza foi um desafio, deve ter mas nitidamente, Driving Madeleine de Christian Carion, foi construído para se ajustar ao ritmo da atriz e não o contrário.

O filme está em cartaz no Festival Varilux de Cinema Francês que termina hoje (22) em diversas cidades brasileiras. Voltando ao longa, foi excelente ver como o longa prezou pelo conforto de Renaud, pois Ela fica sentada no banco de trás de um táxi durante a maior parte do tempo, contracenando com o maravilhoso Dany Boon enquanto ele a conduz por Paris.

Na trama, Charles (Boon), um homem de meia-idade, está endividado, o que o torna ainda mais mal-humorado do que qualquer taxista parisiense médio. Ele atravessa a cidade até uma casa em um subúrbio arborizado onde ninguém atende. Ele toca a buzina e Madeleine (Renaud) liga do outro lado da estrada, dizendo que não é surda. Ela olha com tristeza para a casa fechada, sugerindo que esta pode ter sido a casa de sua família – há muito tempo.


Conduzindo Madeleine / Foto: Festival Varilux

Ela pede a Charles que a leve para o outro lado de Paris e mesmo frustrado, mas por precisar de grana extra, o motorista aceita. Inicia-se então uma viagem que inesperadamente, mudará o significado da vida de ambos protagonistas para sempre. 

Esse formato é tão simples, mas ao mesmo tempo, muito certeiro para as pessoas se identificarem com os personagens, principalmente para quem está acostumado com o ritmo frenético da cidade, mas ainda assim, aprecia uma boa conversa com motoristas de taxi. 

Durante esse percurso, ambas as vidas são mudadas para sempre e é incrível ver os paralelos e toda a simbologia dos personagens, representando talvez um encontro entre a velha Paris e a nova Paris, e de que forma a vida das mulheres mudou com os anos. A atuação entre Line e Dany é um deleite por si só e carrega o filme com muita elegância e ao mesmo tempo, uma boa dose de humor também é bem-vinda.

NOTA: 8.5/10


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