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Anime Friends | Papo com Wendel Bezerra, a voz de Goku, Bob Esponja e muito mais

 

Por Victoria Hope

Nesse domingo (10), o Anime Friends recebeu Wendel Bezerra, uma das maiores vozes da dublagem nacional. O ator e dublador já esteve presente em milhares de produções e deu vida a personagens que marcaram diversas gerações, desde Goku a Bob Esponja, Jack Chan, Robert Pattinson em Crepúsculo e Batman e muito mais. 

Wendel possui um curriculum exemplar com 40 anos de profissão atuando em todas as vertentes da arte desde rádio, televisão, teatro, cinema, circo e durante a coletiva, o ator bateu um papo rápido com a imprensa sobre sua carreira, além de falar sobre lições que aprendeu com seus personagens ao longos dos anos. Confira abaixo alguns dos highlights da conversa:

Wendel após a coletiva com os jornalistas / Foto: Maru Division

* Durante a coletiva, Wendel falou sobre sua família de dubladores, incluindo Úrsula Bezerra e Ulisses Bezerra, comentando que a carreira na dublagem de todos começou mais ou menos ao mesmo tempo, já que eles também tem irmãos mais velhos que dublaram em 1979, apesar de que os dois mais velhos, não se encontraram muito na profissão.

* Sobre os desafios da dublagem de Batman de Robert Pattinson, Wendel disse que foi uma enorme surpresa pois ele nunca imaginou que dublaria o personagem, por conta de seu timbre de voz, mas aí Robert Pattinson foi escolhido para o papel e as pessoas diziam que o Edward Cullen não poderia ser o Batman e o mesmo aconteceu com Wendel, quando ouviu que 'o dublador do Goku não poderia ser o Batman", então esse foi um dos maiores desafios, mas como ele fez um longo trabalho de imersão, tudo ocorreu de forma bem fluída.

*Sobre a nova geração de dubladores nacionais, Wendel revelou que sempre teve uma preocupação e que as vezes a nova geração, pode ser alguém que tem 50 anos, mas está começando agora na dublagem, então ele se preocupa com a qualidade artística, ao amor e ao respeito com a profissão. Ele ressaltou que apesar de que a pandemia possibilitou a gravação de materiais em casa de todos os cantos do Brasil, fora de estúdio, pessoalmente ele acredita que isso empobreceu artisticamente as performances, já que interpretar em um estúdio com microfone, é muito diferente de gravar em seu quarto por conta da falta de equipamentos, que dificulta a captura mais completa do áudio na questão técnica. 

* Sobre personagens que ele já dublou e sente falta, um dos que ele mais adorava era o Bob o Construtor, o Gatola da Cartola, Anos Incríveis, série que marcou a TV nos anos 90. Ele confessou também que o próprio Sanji de One Piece foi um presente.

Amélie: Personagens são sempre muito marcantes e a gente sempre acaba carregando um pouco de cada um deles. Com isso em mente, quais foram 3 lições que você aprendeu com personagens que você já dublou? 

Wendel: Esses personagens grandes que eu faço a mais tempo, pego para minha vida. Vou pegando coisas deles e colocando na minha vida. Por exemplo o Bob Esponja, tem um vídeo que ele canta e vibra porque é segunda feira, e hoje a gente vive muito a cultura do 'Sextou', como se o resto da semana fosse um lixo, só é bom o final de semana e não, o Bob Esponja curte ir para o trabalho, ele se diverte, então eu trouxe isso pra vida. Você tem que aprender a se divertir e ser grato com o seu trabalho, com a sua escola, com sua faculdade, com o que quer que seja todos os dias da semana, porque a gente está aqui pra ser feliz e não pra esperar o final de semana. É como se você condenasse 3/4 da sua vida a uma vida desgraçada, então isso eu trouxe do Bob Esponja.

Com o Goku eu aprendi a não desistir, eu não faço mas coisas para  ver se elas vão dar certo, eu faço até dar certo e outra coisa que ele tem, é essa característica dele de unir as pessoas em prol de uma causa. Então, eu consigo fazer muito isso no meu dia a dia, pegar pessoas que não se dão bem ou até que tem opiniões divergentes, mas eu consigo fazer elas trabalharem em equipe em função de um projeto específico.

E com o Bear Grills, eu posso dizer que eu aprendi a ser um pouco mais paciente e observador, porque ele precisa disso ali no meio onde ele está para conseguir uma solução, conseguir uma saída e eu acho que eu peguei um pouco essa dica dele. 

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