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[Review] The Black Phone

 

Por Victoria Hope

Gatilhos: Violência doméstica, abuso infantil (crianças sendo espancadas por pais), racismo, bullying, assassinato, stalking, claustrofobia, violência gráfica contra crianças.

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O Telefone Preto, adaptação do conto de mesmo nome de Joe Hill pelas mãos do diretor Scott Derrickson é definitivamente um dos filmes de terror mais aguardados pelos fãs do gênero, mas é claro, hype à parte, o filme irá dividir opiniões, principalmente quando o público notar que o longa é mais voltado ao segundo gênero do que o primeiro. 

Na trama, Finney Shaw (Mason Thames), um tímido, mas perspicaz, garoto de 13 anos, é raptado por um sádico assassino chamado The Grabber ( Ethan Hawke) que prende o adolescente em um galpão à prova de som, onde gritar não irá resolver nada. Quando um misterioso telefone preto desligado da parede começa a tocar, Finney descobre que consegue ouvir as vozes das vítimas anteriores do assassino e elas estão decididas a assegurar que o que lhes aconteceu não aconteça a Finney. 

Telefone Preto não pode ser considerado um filme 100% terror, mas sim um suspense dramático que muitos irão gostar. É um filme de certa forma mais contido, porém, com diversos momentos assustadores e felizmente, com poucos jumpscares, mas com algumas cenas gore e muita violência como é de se esperar em histórias sobre Serial Killers. Surpreendentemente, algumas cenas assustadoras não são nem relacionadas no Grabber em si, mas sim na cidade e nas pessoas ao redor,  pais abusivos, bullies e pessoas gananciosas que são capazes de muitas crueldades. 


O Telefone Preto / Universal Pictures

Ethan Hawke literalmente carrega o filme nas costas, trazendo aquele tipo de vilão intrigante, assustador e imprevisível, apesar de que esse é também um ponto negativo que fez com que a nota da crítica caísse, pois é nítida a tentativa de criar esse mistério e não desenvolver nenhum assunto sobre as verdadeiras motivações do vilão para que seja criada uma prequela de origem do personagem. Esse tipo de caça-grana já é muito conhecido no gênero e de certo modo, a trama se constrói em cima dessa ideia de que um serial killer não precisa de motivo para fazer o que faz.  

O mood 'Coraline' de espíritos ajudando o protagonista a tentar se salvar, foi um dos pontos mais criativos e interessantes da trama que começa de forma bem lenta e gradualmente vai se tornando mais intensa. Outros destaques do filme ficam por conta do próprio protagonista e de sua irmã Gwen (Maddy Mcgraw), dois personagens que precisavam ter uma boa presença de tela pra tornar a história 'real' e isso foi o suficiente, ambos entregam um ótimo trabalho, com um pouco de influência em obras onde crianças se unem para derrotar o mal (fazendo as vezes de It: A Coisa, Goonies e Stranger Things). 


O Telefone Preto / Foto: Universal Pictures

A ambientação de Telefone Preto é primorosa, afinal, para quem não é familiar com o tema,  década de 70 foi um dos períodos quando infelizmente, aconteceu um 'boom' de casos de serial killers e sequestros de crianças nos EUA e o filme aborda justamente essa temática, mencionando até mesmo outros clássicos de terror relacionados, como por exemplo, O Massacre da Serra Elétrica

O filme acaba caindo em fórmulas já estamos acostumados, sem subverter o gênero e entregar algo totalmente novo, o que também pesou na nota da crítica e com certeza é por esses motivos que o filme vai dividir opiniões. O Telefone Preto estreia dia 21 de julho nos cinemas.

O Telefone Preto / Foto: Universal Pictures
NOTA: 8.5/10

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