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Com foco em narrativas femininas, Cabíria Festival Audiovisual estreia em São Paulo em edição híbrida

 


Por Victoria Hope

O Cabíria Festival Audiovisual, dedicado à representatividade feminina e à diversidade nas telas, com patrocínio da Spcine, aporta pela primeira vez em São Paulo em uma edição híbrida, apresentando atrações de 27 a 30 de julho no Centro Cultural São Paulo (CCSP) e se estendendo online até 3 de agosto, para todo o Brasil, no streaming Cardume e redes sociais. 

A edição deste ano traz 23 filmes – entre longas, curtas e microfilmes -, workshop, palestra e estudos de caso. Entre os destaques desta 4ª edição, está a pré-estreia nacional de “Faya Dayi”, de Jessica Beshir, a sessão seguida de debate do longa “A Felicidade das Coisas”, de Thaís Fujinaga, roteiro vencedor do Cabíria Prêmio de Roteiro (2017), e a Mostra Foco Alemanha.

Em sua sessão de abertura, em 27 de julho, o festival exibirá o filme homenageado “Feminino Plural”, de Vera de Figueiredo, carioca de 88 anos, que além de cineasta, é arquiteta e artista plástica. Lançado em 1976 e considerado um dos primeiros filmes feministas do cinema brasileiro, “Feminino Plural” foi filmado no contexto da ditadura militar brasileira e questiona temas ainda atuais como os papéis das mulheres na sociedade e liberdade feminina.

Feminino Plural / Foto: Cabíria Festival Audioviual

Na mesma noite, acontecem também as premiações do 7º Cabíria Prêmio de Roteiro, para roteiros de longa-metragem de ficção, cujo 1º lugar passa a integrar a cobiçada Rede de Talentos do Projeto Paradiso, instituição de promoção do audiovisual brasileiro. O anúncio do Prêmio Selo Elas – Cabíria – Telecine, cujo projeto vencedor receberá uma consultoria com especialistas das equipes Elo Company e Telecine. 

O Prêmio Cardume Cabíria, em conjunto com a plataforma de streaming Cardume, premiará três roteiristas para o desenvolvimento de roteiros de curta-metragens. E, por fim, o Prêmio Parafernalha Cabíria, dedicado a roteiros de esquete de humor com objetivo de firmar um contrato de produção e veiculação da obra vencedora no Canal Parafernalha.

São sete anos premiando histórias escritas e protagonizadas por mulheres. Não somente os números de roteiros recebidos e filmes realizados cresceram, como também a qualidade dos projetos. Isso é reflexo de uma mudança importante no mercado que está mais receptivo a essas narrativas”, comemora Marília Nogueira, diretora do festival.

A programação oferece ao público de todo o Brasil uma mostra de filmes e encontros com cineastas nacionais e internacionais, além das atividades de formação e trocas de experiências – todas com inscrições abertas até o dia 27 de julho, através do link  https://linktr.ee/cabiria . Já para as/es 15 roteiristas/es selecionadas/es para o Cabíria LAB - laboratório de desenvolvimento de roteiros e talentos - soma-se a programação intensa de consultorias.

Pelo terceiro ano, em parceria com o Goethe-Institut Rio de Janeiro, realiza a Mostra Foco Alemanha - um intercâmbio entre o Cabíria Festival e International Frauen Film Festival (IFFF) - e promove o encontro online “Conversa Sobre Curadoria Feminista”, com a diretora artística do IFFF, Maxa Zoller no dia 1 de agosto, às 10h.

O também tradicional intercâmbio com a cinematografia francófona, em parceria com a Embaixada da França, traz uma sessão especial do filme, nomeado ao Urso de Ouro (Berlinale, 2021), “Pequena Mamãe”, obra mais recente de Céline Sciamma, que será seguida da entrevista exclusiva com a cineasta. Multipremiada, Sciamma foi nomeada três vezes à Palma de Ouro de Cannes e venceu, em 2020, com o célebre “Retrato de uma Jovem em Chamas”.

"Celebramos, nesta edição, o cuidadoso retorno ao presencial e reforçamos o diálogo com a audiência de todo o Brasil, através do online. A curadoria, desenhada em colaboração com Mariana Queen Nwabasili e Lorenna Montenegro, desvendou o tema "Feiticismo", um limiar entre o feitiço e o feitiche das narrativas audiovisuais, propondo fricções aos processos históricos e frescor à contação de histórias. Que seja convidativo e transformador a todes", declara Vânia Matos, diretora do festival.

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