Por Victoria Hope
Durante a edição virtual da Wondercon @ Home, o público pôde acompanhar um painel incrível sobre efeitos especiais em filmes e séries com a Halon Entertainment, uma das companhias pioneiras mais notórias de efeitos visuais em Hollywood.
No painel, a equipe trouxe diversos trabalhos mais como The Mandalorian, Fortnite, Ford Vs Ferrari e The Batman, além de traçarem um panorama sobre os desafios criativos em diversas produções durante essa pandemia, que acabou mudando totalmente o calendário criativo de diversos estúdios e produtoras ao redor do mundo.
No evento, tivemos a oportunidade de entrevistar Kenny Digiordano, Supervisor de Previs da Halon Entertainment, que comandou o setor de arte de produções como The Mandalorian, do Disney Plus.
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| Kenny Digiordano / Créditos: Halon Entertainement |
Amélie: Quando você começa um novo projeto para uma marca, qual é a primeira coisa que vem em sua mente?
Kenny: Uma das primeiras coisas que eu vejo é, com quem vou trabalhar com antecedência. Gosto de entrar no mindset dos criativos com quem vou trabalhar, geralmente, fazendo minha lição de casa sobre o estilo deles e tom de voz que eles esperam para a série. Depois disso, gosto de planejar como fazer esse processo acontecer de forma mais fluída possível desde o início.
Amélie: Como novas tendências na comunidade artística influenciam seu trabalho?
Kenny: Novas tendências são na verdade o que mais inspiram. Elas te forçam a expandir a sua linha de pensamento para além do que você já era familiar antes. Tendências criam novos desafios e novas experiências que rendem muitos aprendizados, que definitivamente vão te ajudar a se tornar um artista / líder melhor em seu campo. O conhecimento adquirido faz com que você se torne um profissional completo.
Amélie: Durante a pandemia da Covid-19, quais foram os maiores desafios de projetos que você fez parte nesse ano?
Kenny: Acho que é algo que todo mundo que começou a trabalhar remotamente durante o lockdown vai concordar: Comunicação, a delegação e as infinitas reuniões virtuais foram algo que acabamos nos acostumando. Quando finalmente conseguimos nos acostumar, acho que não tivemos tantos desafios quanto o usual que já temos diariamente.
Amélie: Quais são seus top 3 filmes favoritos em termos de artes visuais?
Kenny: Essa é sempre uma pergunta difícil, quando perguntam sobre seu filme favorito ou gênero favorito. Eu adoro tudo, independentemente das pessoas dizerem que é um bom filme ou um filme ruim. Há muitas coisas envolvidas e muitos níveis quando falamos na parte visual. Sou um fã dessa área, com certeza. Os avanços da tecnologia definitivamente nos deixam explorar a profundidade da nossa imaginação e tem ficado cada vez melhor, na minha opinião.
Quando você não consegue distinguir o que é real do que é falso, o que é miniatura, um telão de LED, ou um set verdadeiro, é nesse momento que você sabe que está fazendo algo certo. Mas, se eu tivesse que escolher três, sem uma ordem particular, seriam, Os Incríveis (minha animação favorita), Aliens (um sci-fi de horror incrível inspirado na arte de H.R Giger) e Gravidade, todos são belíssimos de assistir.
Existem também trailers de games que me deslumbraram muito por conta dos avanços tecnológicos dentro da animação, o que faz tudo muito melhor. Essa seria uma lista infinita e impossivel de completar. É sempre difícil escolher apenas três.
Amélie: Como foi fazer parte do time da série The Mandalorian? Quais foram os maiores desafios artísticos nos bastidores?
Kenny: Ter essa função em The Mandalorian foi um sonho que se tornou realidade. Eu passei anos querendo fazer parte do universo de Star Wars e finalmente tive a oportunidade de fazer isso. É como ser uma criança em uma loja de doces, onde você pode andar por um corredor com as maiores tecnologias de ponta e enormes telas de LED que mostram cenários que você ajudou a construir. Ver um Storm Trooper ou Java pela primeira vez no set foi tipo, WOW! Estar ao lado da Razorcrest e atpe mesmo um Tie Fighter batido, foi surreal. E quem reclamaria de trabalhar e aprender com Jon Favreau ou Dave Feloni? Foi muito surreal.
Eu diria que alguns dos maiores desafios, foi manter a fidelidade à franquia e trabalhar com uma nova tecnologia. Nós tivemos que ter certeza de que estávamos sendo fieis e que ao mesmo tempo, estávamos contribuindo para trazer algo novo a esse universo. Trabalhar com o Designer de Produção, Andrew Jones, e o restante do departamento, guiado pela galera da ILM, me ajudou nesse percurso. Já na parte de tecnologia, ninguém havia feito nada parecido nessa escala antes. Tivemos algumas pedrinhas no meio do caminho, mas no fim das contas, conseguimos encontrar o caminho mais fluído para chegar aos melhores resultados. Foi incrível e uma jornada desafiadora, sinceramente.
Amélie: Se pudesse dar um conselho para aspirantes à profissão de efeitos visuais, qual seria?
Kenny: Como em tudo, eu diria, honre seu trabalho. Sempre melhore suas habilidades e conhecimentos, continue aprendendo coisas novas, não importa o que seja. Não desista do seu sonho, porque quando você menos esperar, vai conseguir realizá-lo. Existe uma tendência enorme em utilizar o Unreal Engine em tudo, especialmente em Efeitos Visuais e muitos artistas ainda não estão explorando isso. Eu digo, explore o Engine, mergulhe e contribua para a nossa indústria. Precisamos de mais gente como você,
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