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Cannes 2023 | Abbe Piérre

 

Por Victoria Hope

No biopic Abbe Piérre, que teve sua estreia em Cannes, nascido e criado como católico, Henri Groues está determinado a se tornar padre. A Segunda Guerra Mundial começa e decide o contrário: ele se junta à Resistência. Perdendo um amigo no campo de batalha, enfrentando os horrores da guerra, mas a beleza e a força da fraternidade, Henri Groues surge como um novo homem: Abbé Pierre. 

Do final da Segunda Guerra Mundial até sua morte em 2007, o abade Pierre viverá muitas vidas e enfrentará muitas batalhas. Representante do Estado, fundador da Emmaüs, Abbé Pierre lutará pelos sem-teto e dará voz aos que não têm palavras. Figura francesa, o abade Pierre conheceu Charlie Chaplin, De Gaulle, Einstein e também ganhou reconhecimento por ser um ferrenho revolucionário que lutou pelas pessoas que passavam fome e não tinham um lar.

Como todo biopic, o longa começa a abordar os eventos de Abbe Pierré durante sua juventude no convento até sua participação na guerra, onde fez uma das amizades que levaria pra vida toda e também pudemos acompanhar os dilemas pessoais dessa figura histórica.


L'Abbe Piérre / Foto: Divulgação, Jérôme Prébois

Em alguns momentos o longa se arrasta, mas o trunfo fica nas mãos do elenco, em particular Benjamin Lavernhe que entrega uma performance forte e impactante que definitivamente eleva o nível do filme, que poderia sim ter abordado essa trama de uma forma mais dinâmica, principalmente quando o roteiro aponta para o heroísmo do protagonista.

Abbe Piérre acerta ao trazer humanidade à uma das figuras que marcaram a história da França, porém acredito que o filme, com mais cortes e foco no trabalho específico da comunidade de forma mais dinâmica, com certeza teria criado uma outra atmosfera à história. 

É impossível não se emocionar como final, onde vemos as tristes e muito reais cenas de famílias e pessoas em situação de rua na França, em pleno 2023, ainda passando fome, algo que Abbé e sua comunidade lutaram tanto para erradicar, mas é muito importante o filme pontuar que a a Emmaüs ainda existe e ajuda muitas famílias, mas que é preciso que o governo também faça sua parte para que a população tenha uma vida digna, comida na mesa e um teto sobre suas cabeças. 

NOTA: 8/10

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