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Cannes 2023 | Review | Omen (Augure)

 

Por Victoria Hope

Em Omen (Augure), filme que terá sua estreia no Festival de Cannes na categoria da mostra paralela Un Certain Regard, após o retorno de Kofi à sua terra natal após ter sido condenado ao ostracismo por sua família, ‘Omen’ explora o peso das crenças sobre o destino de alguém por meio de quatro personagens acusados ​​de serem bruxas e feiticeiros, todos eles entrelaçados e guiando uns aos outros na fantasmagoria da África.

O filme explora o peso das crenças sobre o próprio destino através de quatro personagens acusados ​​de serem bruxos e feiticeiros, todos entrelaçados e guiando-se mutuamente na fantasmagoria da África e é  estrelado por Marc Zinga (“Tori and Lokita,” “Dheepan”) Lucie Debay (“Our Men”) e Eliane Umuhire (“Birds Are Singing in Kigali”).

No passado, Kofi, que tinha sido expulso da comunidade por suspeitas de feitiçaria volta a Lubumbashi com a sua futura esposa (branca), tropeçando nos preconceitos dos seus familiares, que ainda acreditam que o rapaz carrega uma maldição em seu sangue. 

Em termos de atuação, o elenco inteiro é afiadíssimo e dá um show nas cenas que pedem por uma maior carga dramática. O clima de tensão é palpável a todo momento, apesar de que as inúmeras histórias paralelas que aos poucos vão se cruzando, as vezes podem confundir o espectador, mas vale lembrar que a não linearidade é característica própria do cinema africano e o que faz dele tão único.

Ao mesmo tempo que o filme examina o patriarcado e sua estrutura, ele também aborda temas como crenças em magia e como para muitos, desgraças que acontecem na vida de todo um povoado são 'culpa' de pessoas as quais a vila considera como 'feiticeiros'. Temos diversos paralelos no filme, desde o conto de João e Maria à celebração da morte (e vida) na cultura africana. 

Essencialmente, 'Omen' traz uma mensagem sobre os estágios de luto e como o luto não apenas afeta diversas pessoas, como também interconecta suas vidas de uma forma permanente e imutável. É no luto que aprendemos sobre as pessoas ao nosso redor. 

NOTA: 8/10

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