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[Review] Coringa, Delírio a Dois

Por Victoria Hope

Um dos filmes mais aguardados do ano sem dúvida é Coringa: Delírio a dois! Após a vitória de Joaquin Phoenix no Oscar de 2019 pelo papel de Arthur, muitos fãs estavam ansiosos para vê-lo novamente nas telas e aqui ele retorna para essa sequência musical, com estreia marcada para 3 de outubro nos cinemas, contando também também com Lady Gaga no papel da infame Harley Quinn

Para entender o segundo filme, é necessário assistir ao Coringa de 2019, principalmente para entender todo o contexto, mas é exatamente por essa questão que muitos vão se decepcionar, pois se o primeiro filme trazia um afastamento do personagem em relação as HQs, o segundo se distancia ainda mais desse universo.

Na trama, acompanhamos Arthur Fleck mais uma vez, porém, encarcerado após seus crimes anteriores, incluindo o assassinato até mesmo de sua própria mãe. Somos apresentados à um Arthur apático, completamente sedado e medicado, tão depressivo quanto antes; seu físico ainda reforça a ideia de que ele sequer se alimenta bem, assim como no passado.

Joker: Delírio a dois / Warner Bros. Pictures

O público é logo do início introduzido a Lee (Lady Gaga), uma paciente de Arkham que parece ser uma grande fã de Coringa. Imediatamente os dois se conectam e tem início então um romance frenético, absurdo e repentino, dando indícios de que algo não está certo e que em breve irá explodir.

Como muitos já sabiam, o filme é um musical, porém até mesmo para os padrões de musicais tradicionais, Coringa: Delírio a dois exagera na dose, com músicas simplesmente jogadas e muitas vezes até mesmo desconexas com a cena que está se passando no momento. Por ser fã se musical, já me acostumei, porém nitidamente o filme é mais uma 'palavra cantada', do que musical em si; os cortes são hora abruptos, hora demasiadamente lentos, o que nos tira um pouco da trama.

Joaquin Phoenix está excelente, mostrando que pode sim conseguir mais uma indicação ao Oscar pelo mesmo papel, porém, não é possível fazer a mesma comparação com Lady Gaga, que está mais apagada do que o normal aqui e é completamente sub-aproveitada pelo roteiro.

Joker: Delírio a dois / Foto: Warner Bros. Pictures

Mas obviamente, o filme possui alguns trunfos, pois o mergulho profundo na psicologia por trás do personagem é muito proveitoso e aos poucos, o público consegue se conectar e aprender um pouco mais sobre esse personagem tão excêntrico e ao mesmo tempo, tão humano. 

É nesses momentos de introspecção que o filme acerta, trazendo a violência e a dor, nua e cru para as telas, inclusive, algumas cenas são mais fortes em termos de violência até mesmo do que o primeiro longa.

Outro trunfo é a participação do incrível Leigh Gill, que volta a interpretar Gary e protagoniza uma das cenas mais emocionantes (e belas) do filme, daquele tipo de cena que nos faz sentir um nó na gargante e revisita a humanidade de ambos os personagens. Coringa: Delírio a dois tinha tudo para ser o filme do ano: boas atuações, direção de fotografia excepcional e um estudo detalhado de personagem, porém a entrega deixou muito a desejar, transformando esse em um filme bem cansativo e repetitivo.

NOTA: 7.5/10

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