Por Victoria Hope
Em uma Londres Vitoriana, durante o período pré-Rafaelita onde muitas conspirações políticas aconteciam, um homem audacioso e egocêntrico marcou a história do Reino Unido para sempre e seu nome era Charles Augustus Howell.
Um habilidoso agente de artistas plásticos, agente secreto e chantagista profissional, Charles era campeão da lábia e ficou tão famoso que até mesmo Sir Arthur Conan Doyle, autor de Sherlock Holmes, escreveu um livro intitulado 'O Pior Homem de Londres' criando um personagem inspirado em Howell.
A trama segue a vida de Howell, português que tentou ganhar a vida em Londres entrando no ramo da venda de artes em um período onde artistas finalmente estavam buscando por especialistas que pudessem vender suas artes para a alta classe, através de uma lábia sem igual, sendo um dos primeiro que se tem registro a conseguirem vender artes de seus artistas 'agenciados' até mesmo antes dessas estarem finalizadas. Poderia ser ele talvez considerado um dos primeiros 'pais' do 'Marketing'? O filme mostra que sim.
O Pior Homem de Londres / Foto: Festival de Roterdam |
Albano Jerónimo, que interpreta o protagonista, faz um excelente trabalho em mostrar toda a perspicácia dessa figura história, se tornando fluente em diversos idiomas para desempenhar esse papel e carrega muito do carisma de grande parte das cenas, que sem a presença dele, seriam completamente pálidas e apáticas.
A direção de fotografia de O Pior Homem de Londres é excepcional, trazendo momentos que poderiam ser facilmente pinturas da época clássica e é claro, as cenas funcionam principalmente por conta dos figurinos extremamente fiéis a época, tanto na escolha da paleta de cores quanto medida das roupas; há muita atenção aos detalhes, desde uma gola mais afinada à altura das cartolas e escolha de luvas, o que mostra o minucioso trabalho do departamento de vestuário.
Mas apesar das belíssimas imagens, o filme se arrasta por alguns momentos, onde personagens apresentam pausas muito longas por entre os diálogos ou se demoram demais em diálogos que não vão a lugar algum. É um filme interessante para quem se interessa um pouco mais por figuras históricas, porém com um melhor ritmo, definitivamente seria mais agradável de acompanhar.
NOTA: 6/10