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Mostra de SP 2024 | Pequenas Coisas como Estas

 

Por Victoria Hope

Ambientado em 1985, Pequenas Coisas Como Estas narra a história de Bill Furlong (Cillian Murphy), um vendedor de carvão em uma pequena cidade irlandesa dominada pela influência da Igreja Católica. Às vésperas do Natal, Bill faz uma descoberta chocante ao encontrar uma mulher aprisionada em um galpão de carvão, vítima de punições impostas pelas Lavanderias Madalena, onde a Igreja mantinha aquelas que eram consideradas "fora do padrão".

Este encontro provoca um conflito interno profundo em Bill, que se vê dividido entre a emoção e a moralidade, principalmente por ser pai de quatro filhas. À medida que os segredos obscuros da cidade começam a emergir, Bill confronta suas próprias memórias de infância, repletas de dor, escassez e  sonhos não realizados. 

Enquanto se lembra do Natal em que ganhou uma simples bolsa de água quente em vez do desejado quebra-cabeça, ele se questiona sobre o que significa realmente a bondade e a compaixão em um mundo marcado pelo silêncio e pela opressão.


Pequenas Coisas como Estas / Foto: Lionsgate

Pequenas Coisas como Estas não é seu filme de natal convencional, .pois nele, vemos um protagonista que possui uma tristeza imensa em seu coração sobre o passado, mas ao mesmo tempo, parte em uma jornada de autodescoberta e aos poucos, luta por justiça o invés de se calar perante as injustiças, como grande parte da população de sua cidade fez naquele período.

Cillian Murphy entrega mais um personagem reflexivo, é apenas uma variação de muitos dos seus papéis, que aos poucos, começam a ficar 'identificáveis' demais e isso para alguns fãs, não é problema, porém a grande surpresa será quando ele fizer algo diferente do que o público está acostumado a ver; isso não é demérito algum, aliás, pois o ator é magnífico em dramas.

Com cenas contemplativas, uma bela direção de fotografia e uma mensagem tão relevante como nunca, Pequenas Coisas Como Estas nos lembra que o milagre de estar vivo é mais do que apenas sobreviver e cuidar dos seus, mas também viver, refletir sobre valores morais e materiais, cuidar do próxim mesmo sem conhecer o indivíduo  e sempre que ver uma injustiça, não se calar, assim como esse modesto trabalhador,  que se torna gigante diante à instituições poderosas que ameaçam a paz e liberdade das mulheres.

NOTA: 8/10

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