Por Victoria Hope
Grande vencedor da Palma de Ouro em Cannes nesse ano, Anora, dirigido por Sean Baker, conta a história de é uma stripper do Brooklyn que casa impulsivamente com o filho de um oligarca russo. Mas o seu conto de fadas é ameaçado quando a família dele quer anular o casamento.
Assistir Anora em uma sala lotada da Mostra de SP definitivamente foi uma experiência interessante embora, pessoalmente, não tenha achado muito adequado para a Palma de Ouro em Cannes, pois penso que A Substância é um filme mis robusto.
Anora é como um conto de fadas distorcido e uma história sobre esperança, sonhos (ou a falta deles) e sobre o que "amor" significa para a Geração Z. O longa trata o trabalho sexual e as garotas de programa como parte da classe trabalhadora, com respeito, mas também sem romantizar totalmente a vida dessas personagens, reforçando que nem tudo trágico, pelo menos não no início.
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Anora / Foto: Neon |
Na trama, Ani ou Anora, vê a chance de sua vida mudar após oferecer seus serviços para o filho de um oligarca russo. O conto de fadas da garota, recheado de sexo (com muitas cenas que vão deixar algumas pessoas bem desconcertadas em ver numa sala lotada), consumo de conteúdos ilícitas e romance, parece ser perfeito quando o jovem rapaz a pede em casamento, mas logo, esse sonho é ameaçado quando os pais do garoto Vanya decidem pegar um avião para anular esses votos.
Anora é um filme muito elétrico, engraçado, confuso, sexy, de partir o coração e esperançoso ao mesmo tempo; ele é muitas coisas e muito humano em sua essência, assim como todos os projetos de Sean Baker, porém, em algum momento, o diretor até tenta emular o sentimento de ansiedade de Jóias Brutas, dirigido pelos Irmãos Safdie, mas não consegue atingir o mesmo nível, apesar de que a história continua muito interessante.
Mikey Madison está absolutamente fantástica no papel de Ani/ Anora e brilha em tela, sendo uma das melhores atrizes da temporada por enquanto ao lado Demi Moore com A Substância, Fernanda Torres com Ainda Estou Aqui e Angelina Jolie com Maria Callas, o que com certeza vai render indicação ao Oscar.
NOTA: 8/10