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Festival Varilux 2022 | Uma conversa com Régis Roinsard, Diretor de Esperando Bojangles

Por Victoria Hope

No longa 'Esperando Bojangles de Régis Roinsard, Camille e Georges dançam todas as noites ao som de sua música favorita, Mr Bojangles. Em sua casa, só há espaço para diversão, fantasia e amigos. Até que um dia Camille, uma mulher hipnotizante e imprevisível, desce mais fundo em sua própria mente, e Georges e seu filho Gary precisam mantê-la segura.

Os heróis deste filme tocam nossos corações em uma obra que assume a forma de um surpreendente hino ao amor. Por mais excêntricos que sejam, Régis Roinsard sabe aproximá-los de nós, como são, obviamente, próximos dele. 

A meio caminho entre a comédia e o drama, em torno do casal Efira/Duris, Régis Roinsard consegue um filme surpreendente, flertando entre o burlesco ultrajante e o drama mais sombrio. Durante a coletiva, nossa equipe conversou com o diretor sobre suas maiores inspirações e sobre os desafios durante as filmagens. 

Esperando Bojangles / Foto: Festival Varilux

Amélie: Quais foram os maiores desafios durante as filmagens de Esperando Bojangles

Régís: São múltiplos os desafios, mas quando existe essa forma de direção artística, com cenários muito grandes, é um desafio colocar os sentimentos e a vida dentro desse filme. Outro desafio inicial é ter uma criança e fazer ela representar e fazer com que ela represente não como se ela fosse um ator, mas sim como se ela fosse realmente essa criança fazendo parte dessa família.

E o inverso também funciona da mesma forma, que os pais não sejam atores, mas como se fossem realmente os pais dessa criança. Esse é um grande desafio. Vários outros desafios também como filmar animais, os respeito muito e filmar um pássaro é bem complicado. 

Trabalhar com Virginie  também, que tem essa subida e essa descida. A personagem evolui bastante, mas é claro, a dança também foi um grande desafio.

Amélie: Para você, o que é a vida sem música?

Régis: É impossível (risos). Mas vamos lá, gosto muito das músicas da década de 60. Pensando agora é até engraçado que não coloquei no filme, mas gosto muito dessa sonoridade e também gosto muito do Sergio Mendes, Jorge Ben. Fico completamente maluco com essas músicas.

Amélie: Como foi trabalhar com Ramon e Virginie?

Régis: Inicialmente, apesar de ser muito difícil fazer todo o trabalho deles, ao mesmo tempo foi muito simples. Eles trabalharam muito duro, eram os atores que trabalhavam em casa. Trabalharam bastante mesmo e eles não faziam simplesmente ensaios, faziam leituras juntos. 

Nós nunca sabemos como vamos dirigir os atores, a gente descobre muito disso, fazendo o trabalho. Eu não saia muito do que deveria ser feito e eles respondiam sempre muito bem. Como eles aprenderam a dançar (para o filme), havia essa magia e cumplicidade corporal.

Uma vez, um dos atores do elenco estava assistindo as filmagens e todos perguntaram se ele não queria descansar, mas ele disse que não porque estava acompanhando o trabalho dos amigos. Perguntaram então pra ele: 'Você diz a Virginie e o Ramon?" Ele respondeu: "Não, estou vendo a Camille e Georges."

Isso mostra que esse ator havia incorporado esse papel e isso torna as coisas mais simples, porque as pessoas estão bem entregues ao filme. Uma direção não é unidirecional, ela precisa de muitos atores, de como a cena será feita, sabe? Como quando a Virginie deu um grito. Essa cena precisou de trinta tomadas até chegar na final, ou seja, algumas cenas são bem difíceis e precisam ser bem trabalhadas.

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