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[Review] Daisy Jones & The Six

 

Por Clara Sangiorgi 

Vou começar sendo bem honesta: eu não li “Daisy Jones & The Six”. O único livro que li da Taylor Jenkins Reid foi “Os Sete Maridos de Evelyn Hugo” e desgostei tanto do tipo de escrita da autora que não quis ler mais nenhum outro. Desgostei porque achei os diálogos muito artificiais, quase como se ela escrevesse justamente para que seus livros se tornassem filmes e séries, logo as minhas expectativas para qualquer adaptação de obras da autora são bem altas.  

O livro e a série contam a história da ascensão e queda da banda (fictícia) dos anos 1970 “Daisy Jones & The Six” e são baseados no período em que a banda (real) “Fleetwood Mac” gravou o renomado álbum “Rumours“, que narra por meio das músicas a conturbada relação entre os membros. Mais uma vez minhas expectativas foram colocadas lá em cima já que sou muito fã de Fleetwood Mac.  

Dito quão alta estava minha expectativa para “Daisy Jones & The Six”: me decepcionei. Apesar de ter amado toda a ambientação, desde o design de produção até os figurinos lindos, achei que a série não convence o espectador dos fatos, o tempo todo parece que falta algo para você acreditar que qualquer coisa que acontece é relevante, e por isso a série só engatou para mim depois do 3º episódio quando a backstory já tinha sido contada e entramos na narrativa principal. 


Daisy Jones & The Six / Foto: Prime Video

Em alguns momentos senti que essa falta de convencimento era um problema de atuação, em outros um problema de roteiro e direção. Quando a protagonista Daisy, interpretada pela atriz Riley Keough, está em cena, acho que o problema é a atuação: fiquei com a sensação que existe uma intenção no roteiro de que ela seja uma pessoa selvagem, difícil de controlar, mas no fim só parece uma menina chatinha pela falta de profundidade na atuação.

Já quando Billy Dunne está em cena fica um gosto amargo na boca de ver Sam Clafin, um ator tão experiente, lidando com um texto tão fraco. E para finalizar sobre os dois protagonistas não achei que a química entre eles foi tão explosiva quanto deveria, faltou aquela sensação de tensão sexual beirando o ódio que o roteiro implica.  

Outro ponto que me decepcionou foi a falta de comprometimento com o formato de documentário. Entendo que no livro a autora tenha que narrar os fatos de forma concisa e compreensível para o leitor, mas em uma adaptação audiovisual as possibilidades para contar uma história visualmente são infinitas. No fim, a série fica no meio do caminho, não sendo nem uma coisa, nem outra.  


Daisy Jones & The Six/ Foto: Prime Video

Algo que gostei muito foi dos outros membros da banda e dos personagens secundários, inclusive gostei bem mais do que dos protagonistas, e, positivamente, não achei que o tempo de tela entre eles foi tão discrepante quanto os trailers fizeram parecer. Dentre todos, Camila Morrone e Nabiya Be se sobressaem dando vida a Camila Dunne e Simone respectivamente.   

Mas o destaque de “Daisy Jones & The Six” com certeza são as músicas: elas emulam perfeitamente a sonoridade do fim dos anos 70. Achei que foram super bem escritas e produzidas. As letras são fáceis de memorizar e grudam em você, mas não são chicletes a ponto de te irritarem por ficar na cabeça do dia todo.  

Enfim, acredito que “Daisy Jones & The Six” é um entretenimento bobinho, nada UAU mas não tão ruim a ponto de não dar para terminar de ver. É a série perfeita para um domingo a tarde.  

NOTA: 6/10 

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