Por Victoria Hope
Na cena de luta livre mexicana (lucha libre) de Juárez, no México, o lutador gay Saúl (Gael García Bernal) está cansado de interpretar El Topo, um nanico mascarado indefinido que sempre perde suas lutas. Ele quer ser uma estrela. Sua feroz nova treinadora, Sabrina, sugere que ele desenvolva um personagem exótico - um papel desmascarado e estereotipadamente efeminado que o público adora odiar.
Mas os exóticos nunca conseguem vencer nesse ramo. Tudo isso muda quando Saúl estreia o extravagante e poderoso Cassandro, que capta a atenção e o carinho da multidão. Mas como a ascensão de Cassandro afetará o relacionamento de Saúl com sua mãe - ainda sofrendo por seu pai ausente - e com Gerardo, o amante secreto de Saúl?
O documentarista vencedor do Oscar Roger Ross Williams (Life, Animated, Festival de Cinema de Sundance 2016) faz sua estreia na direção de ficção com o conto da vida real de Cassandro, o “Liberace of lucha libre”, criando uma história de origem envolvente para um estranho que se tornou estrela improvável. Gael García Bernal incorpora os dois lados distintos de Saúl, capturando tanto seus sentimentos de alteridade quanto a turbulenta personalidade do ringue que abraça e se deleita com suas diferenças.
O filme aborda diversos temas, desde o empoderamento a homofobia tão infelizmente enraizada na cultura latina, surpreendendo ao não cair na armadilha do esteriótipo de filmes tristes relacionados a figuras LGBTQ+ da vida real, mas também não se esquivando de casos de homofobia que ainda acontecem.
A mãe de Cassandro o apoia inteiramente, seu namorado também o apoia e vemos aqui pela primeira vez, uma história queer no esporte ter um final bem feliz tanto na tela quanto na vida real! Fica a torcida para que algum streaming adquira esse filme, pois essa história precisa ser vista.
NOTA: 9/10