Por Victoria Hope
[Vencedor do Prêmio Alfred P. Sloan Feature Film]
Na trama, um casal de Nova York, Rachel (Emilia Clarke) e Alvy (Chiwetel Ejiofor) vivem em um futuro não tão distante, onde a tecnologia oferece uma vida cada vez mais conveniente. Imagine 'ter um bebê' fora do corpo, em um útero artificial, que lê audiobooks e até permite uma dieta balanceada para controlar o paladar da criança antes mesmo dela nascer? Parece assustador? Esse é o universo de The Pod Generation
Rachel, uma executiva em ascensão de uma empresa de tecnologia, consegue um lugar cobiçado no Womb Center, que oferece aos casais uma maternidade conveniente (e compartilhável) por meio de úteros artificiais destacáveis, ou casulos. Mas Alvy, um botânico apaixonado pela natureza, prefere uma gravidez natural.
No entanto, como diz o terapeuta de IA de Rachel, por que isso é “natural”? Assim começa o caminho pavimentado pela tecnologia para a paternidade. É clichê dizer, mas esse filme poderia muito bem ser um episódio incrível de Black Mirror, abordando como a tecnologia pode afetar nossas vidas em um futuro não tão distante.
The Pod Generation é uma sátira social da paternidade à distância, o terceiro longa de Sophie Barthes investiga a relação tensa e comicamente tentadora entre tecnologia, natureza e sociedade. Em seu mundo imaginativo, IAs fazem café, imprimem torradas, acompanham a produtividade e medem o “índice de felicidade” das pessoas. Mas a que custo? Até a natureza não é mais natural (existem “casulos da natureza”) e essa é uma discussão extremamente relevante para esse momento em que vivemos.
Barthes traz uma sensibilidade filosófica engraçada ao seu questionamento sobre a vertiginosa busca de conveniência da sociedade, a intrusão da tecnologia em nossas vidas, a inveja do útero e a mercantilização de… tudo. E o toque irônico e a profundidade emocional de Clarke e Ejiofor garantem uma profunda ressonância e romance com muita sintonia em tela.
NOTA: 8.5/10
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